domingo, julho 22, 2012

“A cidade é a maior das invenções humanas”

O texto abaixo é do Roberto Pompeu de Toledo em seu espaço na internet. Tirando diferenças de concepção e de opinião, que não aparecem neste texto, o blog sugere sua leitura nesta época de pré-eleições municipais:
 
"A cidade é a maior das invenções humanas"
“A cidade é a maior das invenções humanas. Elas estão aí há tanto tempo que até parecem ter nascido por si sós, brotadas na superfície do planeta como acidentes geográficos.

Mas são invenções, surgidas no momento da aventura humana em que se concluiu pelas vantagens de viver junto, com relação à vida isolada no campo — mais segurança, mais facilidades de comércio e de aprendizado, mais possibilidades de lazeres e de prazeres.

Nas cidades antigas do Ocidente nasceram os fóruns e nas do Oriente os mercados. Diferem em que os primeiros apontam mais para a discussão de assuntos públicos e privados e os segundos mais para as relações econômicas, mas são instituições assentadas no mesmo princípio: os benefícios da troca, seja de ideias, seja de mercadorias.

A cidade, sendo o locus por excelência da convivência, é o locus por excelência da troca — a troca afetiva, inclusive.

Prefeito é cargo recente, no ordenamento político-administrativo brasileiro.

Salvo por breve hiato, no período regencial, só vai surgir com a República. Durante os quatro séculos anteriores, as cidades eram regidas pela Câmara Municipal.

Na Colônia, as câmaras eram os únicos organismos cujos integrantes eram eleitos. As eleições eram frequentemente fraudadas, ocasionavam sangrentas disputas e delas participavam poucos eleitores. Mesmo assim, proporcionavam um espaço de democracia.

Daí decorre que a figura do vereador pode ostentar nobre origem. É o primeiro político brasileiro, e a ele cabia aquilo que etimologicamente indica a palavra “político”: cuidar da “pólis”.

No entanto, nenhuma instituição sofre hoje maior desprestígio do que as câmaras de vereadores. São locais que a desatenção da imprensa e dos órgãos fiscalizadores torna ideais para a prática da corrupção e da fisiologia. O problema começa no eleitor, que mal sabe em quem está votando e no dia seguinte já esqueceu em quem votou.

Recomendação: que o eleitor grude o nome de seu escolhido na geladeira ou no espelho do banheiro. E que conserve grudado até a eleição seguinte.”

4 comentários:

Anônimo disse...

A cidade é a maior das perversões humanas"

Roberto Moraes disse...

Talvez seja melhor ficar pervertido (seja lá o que isto queira dizer) junto do que salvo e sozinho. Ou não?

A cidade é o lugar dos encontros e o espaço para aprender a conviver com as diferenças.

Quer espaço melhor?

Precisamos saber fazer delas um espaço melhor e para todos.

Gustavo Alejandro disse...

É que o povo pega referências ruins, Roberto. Pensa que todas as cidades são como as nossas cidades.

Anônimo disse...

lixo lixo lixo...as cidades são lixo. Onde nos levarão as cidades?? basta essa pergunta pra perceber a ruína do ser humano.