terça-feira, julho 03, 2012

Chinesa Whuan desiste de siderúrgica com EBX no Açu


A informação foi publicada hoje no Estadão e está republicada abaixo nesta nota. A Whuan é 4 ª maior siderúrgica chinesa e possui 84 mil funcionários. Em julho de 2009, quando da visita de Eike, o governador Cabral e a prefeita Carla Machado à China, a EBX, informou a venda de ações da MMX à empresa chinesa.

Na época Eike disse que entre a negociação e o fechamento do contrato as ações da MMX dobraram de valor. A Wuhan pagou US$ 400 milhões por 21,52% no capital da MMX e manifestou o interesse em ser sócia da EBX, na construção de uma siderúrgica no Açu. A área reservada para isto está nos mapas do empreendimentos do Açu divulgada para investidores mensalmente.

A Ternium do grupo Technint também reservou US$ 5 bilhões para fazer outra siderúrgica no Açu, mas, ano passado acabou usando o dinheiro para comprar cerca de 20% da Usiminas. Agora diz que não tem garantias de fornecimento de gás por parte da Petrobras para iniciar a construção.

Leia abaixo a matéria publicada hoje no Estadão:

Chinesa Wuhan desiste de siderúrgica com EBX no Brasil—jornal
“Reuters - XANGAI - A Wuhan Iron & Steel, quarta maior produtora de aço da China, desistiu do plano de construir uma siderúrgica de 5 bilhões de dólares no Brasil em joint-venture com o grupo EBX, após uma série de estudos de viabilidade ter concluído que o risco era muito alto, publicou nesta terça-feira o 21st Century Business Herald.

Citando duas fontes não identificadas, o jornal afirma que problemas de logística, transporte e fornecimento de carvão de coque eram os principais motivos da decisão.
A siderúrgica, que seria instalada na zona industrial do porto de Açu, que está sendo erguido pela LLX no Rio de Janeiro, exigiria a construção de uma ferrovia de 300 quilômetros para transportar matéria-prima para a usina.
Procurada no Brasil, a EBX não pode comentar o assunto de imediato.
"O custo da construção de uma ferrovia tão longa é muito alto e aumentou muito o valor total do projeto", disse uma das fontes ao jornal.
A divulgação do abandono dos planos da Wuhan acontece em um momento em que o grupo alemão ThyssenKrupp estuda opções para a Companhia Siderúrgica do Atlântico, usina recém construída no Rio de Janeiro que passou por estouros de orçamento e cronograma e problemas ambientais.
A possível desistência também ocorre em um dos piores momentos da indústria de produção de aços planos no Brasil, em meio ao excesso de oferta internacional, custos elevados e lentidão do mercado interno. No final de junho, o Instituto Aço Brasil (IABr) reduziu sua previsão de produção de siderúrgicas do país em 2012, de 37,5 milhões para 36 milhões de toneladas.
A Wuhan fez vários estudos de viabilidade nos últimos três anos e concluiu todas as vezes que havia muitos riscos, que poderiam fazer os custos dispararem.
A siderúrgica, com capacidade para 5 milhões de toneladas por ano, seria o maior investimento da China no Brasil e a maior siderúrgica do país no exterior. O cronograma inicial previa início de produção em 2012.
O projeto era uma joint-venture da Wuhan com o grupo EBX, do empresário Eike Batista. O grupo chinês teria uma participação de 70 por cento.
As siderúrgicas da China, maior produtor mundial de aço, têm tentado expandir suas operações de manufatura no exterior, mas os esforços têm obtido pouco sucesso.
Em 2003, uma das maiores siderúrgicas chinesas, a Baosteel começou a negociar com a Vale para a construção conjunta de uma usina no Brasil. Embora tenham chegado a um acordo em 2007 para levantar a unidade no Espírito Santo, a crise global financeira obrigou as empresas a cancelarem o projeto.
Outras siderúrgicas chinesas, como a Jinan e a Tangshan, também fracassaram em seus planos para o exterior, segundo a imprensa local.”

3 comentários:

xacal disse...

Roberto,

Pelo que vemos aqui, o "castelo de areia" começa a ruir.

Se restar muito do "grandioso" investimento que mudaria as a face da indústria de base brasileira na região e no país, vamos ter só a exploração de petróleo.

Nos moldes do "parasitismo" extrativista.

É certo que nosso governo (federal, e o estadual à reboque) enxergou no senhor X algum tipo de reencarnação do Barão de Mauá.

Antes, nas décadas de 40, 50 e 60, foi a vez do grupo Votorantim, dentre outros, que ao longo de nossa história contaram com as bençãos do Estado para unir o público e o privado em um projeto nacional-desenvolvimentista.

O problema é o estofo. Falta estofo ao senhor X, uma triste aberração que acredita demais no personagem que criou sobre si mesmo.

Se nos primeiros, sobrava capacidade visionária, inciativa e pioneirismo aos nossos "industriais", neste último, o senhor X, como convém a este nosso "tempo" tão volátil(onde o próximo segundo já nasce velho), só despontam o marketing pessoal, uma boa dose de lábia de corretagem, tráfico de informação privilegiada e o gosto pela espetacularização de seus feitos.

Não podemos afirmar que tudo ruirá, mas é fato que o "mundo X-TUDO maravilhoso" não vai nos trazer o que foi prometido, e pior, pago com dinheiro público, total ausência de regulação e a vida e felicidade de tantas pessoas, arrancadas do seu chão.

Quem tem olho grande, já diz o adágio, não entre na China.

Anônimo disse...

O homem bolha...

Anônimo disse...

Roberto fiquei sabendo que a cassação pelo TRE da prefeita Rosinha caiu hoje,é verdade?