sábado, agosto 04, 2012

Cepop e a Festa de São Salvador

Abaixo o questionamento do arquiteto e urbanista Renato Siqueira:

Caro Roberto, boa noite.
Nesta semana foi intensificado o movimento entorno da Praça São Salvador, com montagem de barracas e palco, fato que tornou o centro da cidade "intransitável" nesta sexta-feira, 03/08/2012. Um dos pensamentos que me ocorreram foi: essa festividade não deveria estar ocorrendo no CEPOP?, afinal o nome do "elefante" não é Centro de Eventos Populares - desculpas ao grande poeta Osório Peixoto, in memoriam, que foi "colocado nessa "furada"" - ou será que as festividades do Padroeiro não estão no rito "popular"?!. O outro pensamento foi, apesar de óbvio, é que o "staf" municipal não entendeu a utilização do espaço - CEPOP - recém construído, com erro construtivo crasso no arco do palco - que merece a reconstrução pelo bem da qualidade técnica demonstrada pelas obras privadas - bem apontado pelo competente colega José Ronaldo Saad. Sobre o propósito, vai aí a dica, como diria o professor Raimundo, "não deveria mas vou ajudar": é para ser utilizado em eventos populares diversos, como por exemplo as festividades do Padroeiro do município, entenderam, ou será preciso desenhar, como diz a "juventude".
Apesar de configurar erro urbanístico a implantação do vetor CEPOP, em zonas residenciais, especialmente lindeiro a ZR1, quem o idealizou deveria assumir o "filho feio", de modo a dotar àquele centro de eventos viável, seja pelo sistema de transportes. seja pelo prestígio nas festividades, especialmente as do calendário oficial, visto ser vergonhoso, beirando a desonestidade, como diria o Ministro Joaquim Barbosa, a utilização do espaço do CEPOP para exposição e venda de veículos nos feirões de automóveis. Ministério Público, cadê você???? 

Abç.,

Renato César Arêas Siqueira
arquiteto e urbanista."

12 comentários:

Anônimo disse...

Amigo, deixa de ser hipócrita! Em todo o mundo a festa do padroeiro é realizada em sua base e não em eixo deslocado! Se não gosta da festa ou do "staf" municipal como diz, faça críticas diretas e não, fica procurando chifre na cabeça de cavalo.

Anônimo disse...

Roberto,
Leio bastante o seu blog, por isso sei que às vezes você insere alguns vídeos de músicas nos finais de semana. Gostaria de sugerir um hoje?! A música "Apesar de você" de Chico Buarque.
Me deu vontade de ouvir esta música depois de mais uma vitória do Garotinho na Justiça.
Sei lá, mas a sensação nesta cidade é de uma verdadeira ditadura, afinal, as rádios são dele e só falam bem dele; os jornais são dele e só falam bem dele; o governo é dele e ele manda com mãos de ferro, sem dialogar com ninguém; na câmara de vereadores ele manda; no Tribunal de Contas ele indica os conselheiros; na Polícia, os delegados são seus contatos; no Goytacazes ele manda, distribui ingressos e é homenagiado; e na justiça, mais uma vitória...
Mereço ou não ouvir esta música?
Abs,
Paulo Sérgio.

ruivo disse...

sei la, acho q a festa do padroeiro tem q ser em volta da paroquia. de onde surgiu a cidade ne?! talvez a propria igreja nao aceitasse q a festa fosse tirada dali.

Roberto Moraes disse...

Primeiro quero lembrar que a opinião é do Renato.

Concordo com a opinião de que as festas religiosas tem uma relação direta com a localização dos locais e ambientes onde cultuam o seu credo.

De outro lado, concordo com o Renato sobre a localização do Cepop, sobr e o altíssimo custo da sua construção e a sua poquíssima utilização o que leva a questionar a relação custo-benefício daquela obra de quase R$ 100 milhões.

Chifres não faltam e não precisa procurar nos cavalos.

Sds.

Anônimo disse...

Pergunta o padre desta igreja que não quis fazer no CEPOP!

Anônimo disse...

Isso é ridículo! A festa do padroeiro tem q ser em volta da igreja. Se a prefeitura colocasse lá no CEPOP, estariam todos criticando e dizendo q deveria ser na praça S. Salvador. Eta povinho! Más q o CEPOP está ocioso, isso todos estão vendo.

Anônimo disse...

Concordo com o Roberto.
Neste sentido acho que a festa religiosa deve ser na praça do Santíssimo cumprindo a tradição e a programação religiosa dos organizadores conforme seu credo.
Porem, nada impede que a festa dita profana seja realizada no CEPOP como aliás já foi feito várias vezes na Fundação Rural. Para o Parque de Exposições da Pecuária se levou os ambulantes, barraqueiros e os shows de pagode. Na praça ficou a programação religiosa.
Este foi e ainda é o desejo expresso da diocese, que prefere a programação religiosa distanciada dos shows "profanos" dos ambulantes e das cachaçadas...

George AFG disse...

Por mais que as críticas ao CEPOP sejam válidas (na minha opinião procedentes tbm) no quesito localização, defender que a aludida festa seja realizada em outro lugar que não a praça, carece de respeito à tradição, e à própria história do feriado, considero eu que seria até um desrespeito com os devotos do santo (e olhe q nem sequer sou católico)... Com todo respeito ao Renato, mas é uma ideia sem pé nem cabeça...
OBS.: Não sou nem arquiteto, nem engenheiro pra poder opinar sobre o palco.

George AFG disse...

Anônimo 11:15 AM Mas aí entra a questão cultural tbm, desde pequeno quando se fala na dita festa me vem à cabeça a praça que é por tradição onde ocorre tbm a festa profana, pra mim parece q a ideia seria o mesmo que tirar a apuração do carnaval do RJ da Sapucaí.

Renato César Arêas Siqueira disse...

Fico feliz pelo assunto ter suscitado todos os comentários, demonstra que os conflitos indicados são pertinentes. Foram diretos os meus apontamentos:

1- montagem das barracas na praça e todo o transtorno decorrente, que não tem nada de sagrado;

2- o staf municipal realmente "derrapa", na reta, pois se atrapalha e não utiliza os meios que ele mesmo cria;

3- a sub-utilização do CEPOP é algo notório e vergonhoso, que pode ser criminoso, especialmente diante do uso para venda de veículos das agências automobilísticas, conforme se vê.

No mais, hipocrisia é fazer vista grossa para defender o indefensável, como sabiamente diz o Roberto:
"Chifres não faltam e não precisa procurar nos cavalos."

Abç., Renato Siqueira

George AFG disse...

1- Não é "sagrado" mas é da cultura da festa q seja realizado ali, não é porque fizeram o CEPOP q vão tirar a Festa de São Eduardo do citado distrito, não!? 2 concordo. 3 http://jus.com.br/revista/texto/17133/utilizacao-de-bens-publicos-por-particulares

Renato César Arêas Siqueira disse...

O George aponta aspectos interessantes, mas vamos separar os assuntos entre o profano da festa e uso do CEPOP.

Quando falamos em cultura, não falamos de maus hábitos - como no caso em que alguém defendeu como absurda a ideia de instalar vasos sanitários em unidades habitacionais de interesse social devido ao beneficiário não possuir "cultura" para o uso. Trata-se de mal hábito. - assim a montagem das barracas que nada tem haver com o Sagrado, motivo das festividades, não se encaixa no contexto cultural, impedem a circulação urbana de pedestres e veículos, além de "engarrafarem" o trânsito; ou existem Salmos nas embalagens das cervejas, cachaças, bolinhos, sanduíches e outras mercadorias?. Daí a justificativa, do profano, ir para um local supostamente com a infra-estrutura adequada, descontado o transporte.
Já o paralelo da Festa de Santo Eduardo, se encontra em ambiente diverso, o cenário é outro e está arraigado ao contexto pontual, que inclusive denomina a localidade. Porém, se houver a mesma desordem e confusão de propósitos, observados na Praça São Salvador, na RJ-216, certamente terá de ser pensado melhor.
O "link" sobre a utilização de espaço público por particular também não está bem situado no que falamos. Prezado George, no caso do CEPOP, o mal uso, está implícito o exercício de serviços para a obtenção de lucro, para isso a nossa Lei Orgânica disciplina: a utilização do espaço público deve atingir o interesse público (Art. 96), de duas formas: permissão (precário, por edital e licitação) ou concessão(autorização legislativa, por contrato precedido de concorrência), Art. 96, 1. Não se observa nada disso no caso. A questão de utilização é para a prestação de serviços que a Administração Municipal pode desobrigar-se, recorrendo a execução indireta. Não é do meu conhecimento que a Administração Municipal tenha em seu escopo de serviços a venda de automóveis. Ainda não!! George, agradeço suas colocações e indicação de leitura.