Sabe-se que este número de infratores não licenciados não é
pequeno e, grosso modo falando, poderia se estimar no mínimo em 10%, o que
permitiria dizer que a frota de veículos em Campos se aproxima dos 200 mil.
Observem que este número despreza os licenciamentos feitos
no vizinho estado do Espírito Santo, onde o IPVA é menor que em nosso estado. Há algum tempo atrás, os gerentes de
concessionária diziam que sete em cada dez carros novos vendidos eram
emplacados no ES. Depois de diversas blitz e questionamentos por estes
licenciamentos por pessoas que não tinham efetivamente, endereços naquele
estado, este percentual se reduziu, o que pode ser percebido nas placas dos
veículos circulantes pela cidade.
Ainda assim, é fácil de perceber que este número é muito
grande, aproximadamente um veículo para
cada 2,6 habitantes em Campos. O crescimento só nos sete primeiros meses
deste ano foi de cerca de 7 mil novos veículos licenciados.
Este número permite estimar, independente do previsível adensamento populacional com os novos e grandes empreendimentos na região, uma razão de crescimento anual da ordem de 12 mil veículos. Assim, daqui a apenas cinco anos estaremos tendo que lidar com mais de 260 mil veículos licenciados.
A área urbana da cidade foi planejada com uma maioria de
ruas pequenas, poucas avenidas e limitado transporte público, o que contribui
para elevar o uso dos veículos particulares, ampliando os problemas de
engarrafamento e de acidentes com consequências para toda a população que sofre
para chegar de casa ao trabalho, a escola e também com a imensa quantidade de
vítimas que lotam as emergências dos nossos hospitais.
40 mil motos licenciadas
Observando a estatística abaixo não é preciso ser
especialista para identificar que as cerca de 40 mil motos e motonetas licenciadas, número que cresceu numa
proporção muito maior que o licenciamento dos automóveis, explica a tragédia
dos acidentes com este tipo de veículo em nosso município.
O pouco caso dos gestores em planejar a cidade para o futuro próximo
Quando, há doze anos, este blogueiro começando a se
aprofundar no estudo sobre indicadores de Campos e da região, no Observatório
Socioeconômico do Norte Fluminense, observou que o crescimento do licenciamento
de veículos em Campos, já acontecia na ordem de mais de 5 mil veículos por ano,
e alertou que este dado indicava uma urgente necessidade de tratar a questão da
infraestrutura urbana e do transporte público de uma forma mais séria e
dedicada, o prefeito da ocasião disse que este blogueiro gostava demais dos números
e que estes não tinham nenhuma relação com o que se via na realidade das ruas.
Os governos se sucederam. As medidas tomadas foram tímidas e
insuficientes, mesmo que algumas tenham sido implementadas. Os problemas
acumularam apesar do nosso orçamento generoso. Ainda é hora de se planejar
alterações e mudanças em nossa infraestrutura e no transporte coletivo para além
do programa de passagem a um real. Não se deve também esquecer das ciclovias enquanto alternativa segura para o transporte saudável e seguro nesta planície.
A população precisa conhecer esta realidade e cobrar dos gestores, quem quer que sejam, soluções, que o nosso orçamento comporta e que, se bem projetados e articulados, têm tudo para contar com o apoio dos governos estadual e federal.
Abaixo o blog divulga os dados estatísticos (repito, oficiais) obtidos
junto ao Detran-RJ:
- Automóveis – 105.763
- Motos – 30.940
- Motonetas – 9.729
- Ciclomotor – 18
- Triciclo - 61
- Ônibus – 1.420
- Microônibus - 859
- Caminhonete – 6.783
- Caminhoneta – 7.449
- Caminhões – 6.805
- Tratores – 172
- Reboque – 3.953
- Semireboque – 900
- Sidecar – 13
- Utilitários - 445
- Total - 176.138 veículos
Numa outra classificação da frota por espécie feita também pelo
Detran-RJ são os seguintes os números:
- Passageiro – 149.862
- Carga – 20.160
- Misto 3.072
- Competição – 2
- Tração Animal – 898
- Esportivo – 2.123
- Coleção – 21
- Total – 176.138 veículos.
8 comentários:
Ha alguns dias, um conhecido gerentão de concessionária(s) da cidade, me disse que são vendidos em média 600 carros novos em Campos por mês.
Descontando os que são vendidos aqui e vão para outro município, dá para projetar um significativo aumento de frota nos próximos anos.
Excelente pesquisa, como sempre dignas de um profissional de ponta, que é.
Professor, gostaria de compartilhar o abusrdo que entendo ser, a secretaria de educação ficar ligando para seus funcionários obrigando-os a ir a reunião de rosinha, ameaçando, dizendo que haverá lista e que se não for vai ficar claro quem é quem. é um absurdo, só por isso ela deveria ser cassada. Como pode uma secretária de educação mandar fazer esse tipo de coisa ? Onde está a fiscalização da justiça eleitoral ?
Parabéns pela matéria.
falo pra voce que 20 por cento ou mais dos carros de Campos estao emplacados em Guarapari, piuma, marataizes e outros municipios capixabas
ja falei e volto a repetir a soluçao é o ciclismo, ha muitos anos ando de bicicleta em campos não ha incentivo, oque vale é a ditadura automotiva, vc chega nas repartiçoes publicas vc so acha placa onde diz que é proibido entrar de bicicleta, montei uma bicicleta recentemente para um amigo , as peças estao cusatando muito caro por causa dos impostos , mas essa semana passei na jose carlos pereira pinto e me senti feliz pois a prefeitura fez uma ciclovia que começa no parque vicente dias (ponte da lapa) e vai ate a entrada da br 101 entre as passarelas da br louvavel iniciativa, roberto qualquer hora passe pelo local er confira
Uma passarela na 28 de março em frente ao Isepam seria uma das medidas que melhorariam em muito o trânsito naquele local. Adilson (o Pessanha).
Professor e as ligações da Antonio Manoel com estrada do açúcar, e o viaduto sobre a 28 de Março como prosseguimento da Av. Artur Bernardes e tantas pequenas intervenções que poderiam ser feita para o transito fluir melhor em face do numero crescente de veículos motorizados pela cidade. Acho que ônibus longos poderiam retirar uma boa quantidade de vans que trafegam pela cidade, geralmente com a porta aberta e seus cobradores com a cabeça e metade do corpo para fora. Será que o ministério do trabalho verifica o vinculo empregatício destes cobradores, por que eles são empregados, mas com certeza correm risco e sem direitos trabalhistas. A propósito se olharmos as vans que circulam pela cidade tanto as novas ou mais velhas a maioria esta com amassados em suas latarias, e que as mesmas se enfiam em qualquer buraco do transito fazendo um inferno no mesmo, e têm mais muitos nem Habilitação tem ou esta vencida. Será que este transporte ilegal que não gera emprego dentro das regras da CLT e as empresas de ônibus que trafegam por nossa cidade de maneira também ilegal, pois ninguém faz licitação para regularizar a concessão de ônibus na cidade, em suma todo transporte coletivo em campos e imoral e ilegal interessa a um município que pensa em Urbanismo salutar para seus cidadãos? E os microônibus das empresas que trafegam em nossa cidade para infernizar a vida dos estudantes e idosos, pois não pegam gratuidade e burlam a lei é preciso ônibus longos, VLT e intervenções como retirada do terminal da beira rio ficando ali apenas desembarque e embarque de passageiros para seus bairros de destino, ciclovia sem perigo para os ciclistas e incentivo ao uso da bicicleta. Estava olhando o traçado da nova estrada do açúcar com aquela ciclovia no meio das duas pistas principais, isto é criminoso com o ciclista, será que algum maluco terá coragem de pedalar no meio daquelas duas pistas com estes caminhões longos, de tijolos e de canas e carros voando em alta velocidade? Por que não as ciclovias nos cantos das baias tornando a vida do ciclista menos perigosa, este absurdo já foi cometido na Felipe Uebe e Artur Bernardes, agora no meio de uma estrada com trafego infernal e uma ciclovia no meio, um absurdo. Com relação à nova estrada do açúcar pra que o aterro tornando alguns trechos com mais de um metro do nível da terra, ou seja, quem esta numa baia não consegue enxergar o outro lado, será que eles pensaram nas moças e senhoras que vão desembarcar tarde da noite e como as baias estarão em nível mais baixo que perigo para assalto e estrupo nos horários noturnos. Outro ponto da engenharia da nova estrada com relação a estes aterros, com o nível muito alto ficou impraticável atravessar a pista escalando então eles estão fazendo escadas só que estas escadas ficam muito distante uma da outras (seria ate um absurdo se estivessem próxima) mais e ai novamente as moças e senhoras nos horários noturnos que vem de seus serviços ou faculdades e descem na baia do lado do Imperial, mas moram do outro lado no Bosque das Acácias e terão que atravessar a baia mais as duas pistas e ciclovia para chegar à outra baia do lado do parque Bosque das Acácias e isto em plena noite e ainda procurar onde tem escada para fazer esta travessia, coisa de gente muito doida. Francisco
Gente não precisa ser engenheiro ou arquiteto para saber o valor de uma Planície fomos abençoados com uma imensa planície que tem tanto valor e facilidades para a construção civil e também para traçados de ruas ou estradas. Então porque os aterros e aqueles desníveis criminosos na obra da Estrada do Açucar esperamos que tenha bastante policiamento nestas áreas para proteger as pessoas durante a noite. Perdoe-me por ser longo Professor e que como campista fico indignado com tantos absurdos, por que fazer esta duplicação (aliais não é duplicação, pois tudo que esta sendo asfaltado já existia inclusive as baias que são antigas) se esta estrada é estadual, pra que todo aquele traçado de qualidade duvidosa e criminosa com relação à ciclovia e travessia? Sinceramente por que apenas não se colocou um novo asfalto no traçado antigo e que sobrasse dinheiro para ampliar e modernizar o Hospital São Jose, esta sim é a verdadeira obra que os bairros limítrofes e baixada espera da prefeitura e nunca sai do papel, hoje mesmo fui visitar meu filho que esta internado no HFM ele esta no corredor com todos os tipos de doenças no mesmo espaço inclusive com presos sob custodia, um tratamento absurdamente desumano para todos. Pra que duplicação de estrada que pertence ao estado, CEPOP que só serve para vender caros usados e mascarar as águas podres do valão por preços absurdos e a saúde e educação são degradante e desumana. Quero no meio deste desgoverno registrar que mesmo em situação adversa encontrei nos médicos e funcionários do HFM gentileza e profissionalismo de excelência, eu fico a pensar como eles conseguem ainda ser tão zelosos no meio daquele caos. Tomara que meu filho logo tenha alta para minorar seu sofrimento. Ontem HFM dentro de meus pensamentos olhando para meu filho e aquele amontoado de gente no corredor em situação degradante e desumana fiquei muito triste de saber o que eles fazem com estes dois bilhões de reais do petróleo? Francisco
O Francisco aí em cima, discorreu sobre vários temas e em muitos deles sua indignação encontra eco aqui e na sociedade como um todo.
Queria pinçar um tópico apenas: a questão das condições de trabalho nas VANS, vis a vis a tolerância do Ministério Público do Trabalho.
O MPT não quer botar a mão em cumbuca. Prefere ficar sentado lá naquela casa perto do Liceu distribuindo intimaçõeszinhas para que empresas e empregadores venham até eles trazendo (ou não) documentações.
Aquele pessoal passou no concurso, mora no Rio e já fez o que tinha que ser feito. Agora é só alegria. Não tem que trabalhar duro. No more!
Francisco, eles não querem se meter com as VANS e com os policiais e milicianos que são os donos do transporte dito "alternativo".
O MPT só procura quem tem alvo nas costas. E alvo fácil. Querem exigir tudo das empresas estabelecidas. Desde análise da potabilidade da água dos produtores rurais até o refeitório no meio da rua para as empreiteiras em serviço.
Ok. Pode ser um avanço. Mas comparado com as condições das VANS que estão na cara de todo mundo é um disparate. Mas o MPT faz vista grossa porque dá um trabalho danado intimar não se sabe quem direito. Tem que diligenciar muito. É penoso fiscalizar na rua quem não fica parado. Pode haver ameaças se mexer com policiais e ex-policiais. Melhor deixar quieto.
É sempre mais fácil fiscalizar pelo computador: o fiscal entra no sistema, imprime uma lista de empresas e expede papeis e mais papeis com as exigências e fica lá sentado aguardando o comparecimento das empresas que terão que fazer prova de tudo o que foi pedido.
E no fim do dia dorme tranquilo se acha um paladino da sociedade, acreditando ter contribuído para a melhoria das relações do trabalho.
Humpf!
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