domingo, agosto 12, 2012

Investimento em Educação tem que ser a prioridade nº 1, 2 e 3... com os R$ 10 bilhões que o próximo prefeito de Campos terá em mãos

Aí está a principal proposta que se deseja dos candidatos a prefeito em Campos. Com um orçamento previsto para o próximo mandato da ordem de R$ 10 bilhões, uma mobilização, um mutirão com a participação da sociedade civil, dos empresários, das igrejas, dos clubes e logicamente dos profissionais e especialistas da área deveria ser empreendido.

Mesmo que as demandas da população para o investimento em matrículas, no ensino superior e profissional sejam os maiores, a prioridade deveria ser o ensino fundamental (incluindo as creches e o infantil). Não apenas em prédios, mas também neles, mas numa capacitação forte dos professores, num plano de carreira estimulante para que a categoria se veja apoiada e estimulada para produzir uma grande e revolucionária virada.

Além disso, a equipagem dos laboratórios, que ficaram muito baratos ultimamente, assim como em bibliotecas exemplares, junto com o estímulo à formação esportiva e cultural, em turnos complementares ao do estudo formal, é perfeitamente viável e podem ser paulatinamente ampliadas numa perspectiva de implantação gradativa do sonhado turno único.

Num município com o orçamento do tamanho que temos, eu defendo um apoio do município à formação do Ensino Médio, etapa fundamental para a formação da população, mais até do que o ensino profissionalizante, anterior a este nível de ensino.

Sabemos que a responsabilidade por este nível de ensino é do governo estadual, mas são urgentes ações cooperativas e complementares, no sentido de produzir mudanças de qualidade na melhoria do nível de escolaridade de nosso povo.

O objetivo seria o de criar um círculo virtuoso em substituição ao vicioso, em que a baixa escolaridade gera dependência e assistência. As metas seriam de elevar os atuais índices de escolaridade. 

Hoje em Campos, 200 mil habitantes não têm instrução ou possuem apenas o nível fundamental incompleto e outros 67 mil têm o ensino médio incompleto, enquanto 96 mil habitantes possuem o ensino médio completo e outros 31 mil, a formação superior completa.

Numa cidade rica como a nossa ninguém pode aceitar estes indicadores em que 2/3 da população de mais de 10 anos não completa o ensino médio.

Novas escolas, ampliação de vagas, equipagem são ações que podem produzir em nossos jovens, uma empregabilidade acima da média de outros municípios, indicador importantíssimo, diante dos empreendimentos que na região se instalam. 

O desenvolvimento de uma região (para além do crescimento econômico, na visão do grande Celso Furtado)  estará sempre mais vinculado ao nível de escolaridade do seu povo, do que as ações governamentais e decisões privadas de qualquer ordem.

Além disso, esta formação básica abre caminhos para a formação superior e uma especialização futura ao nível de formação técnica, e, mais importante de construção de uma formação cidadã, transformadora e crítica.

A formação em nível superior e pós-graduação pode perfeitamente continuar a ser apoiada, mas, com critérios mais rígidos e de contrapartidas que dê ao jovem campista apoiado, o sentimento de que a ele cabe a devolução cidadã do que recebeu.

Espera-se dos candidatos uma exposição mais clara do que pretendem fazer, não, com aquelas propostas burocráticas, que já conhecemos, mas, da vontade em se fazer a revolução que é necessária e possível de ser feita, aqui em Campos, mais do que, em qualquer outro município brasileiro. Basta querer!
PS.: Atualizado às 13:24 para pequenos ajustes e breve ampliação do texto.

8 comentários:

Anônimo disse...

Roberto,
Acabou de acontecer mais um acidente na rua Rosa Montezano de Oliveira. Nesta rua acontecem quase 10 acidentes por mês.
Uma vergonha, ela é a única via para as casinhas do Novo Jóquei. A Prefeitura amontou um número enorme de pessoas para um mesmo local, mas não pensou, não fez e não criou nenhuma estrutura e nenhuma infraestrutura para o local. Vergonha!!!

Anônimo disse...

E quem quer gente que pensa?

Renato disse...

Roberto,
penso que o desafio na verdade é diminuir até a erradicação,com o índice de repetência na 1ªfase do ensino fundamental,causado pela não alfabetização.
Esta situação é um desastre que repercute em todos os anos subsequentes até finalmente o abandono da escola na adolescência.
Proponho que o pacto seja por todas as crianças alfabetizadas até no máximo os 8 anos e a correção dos que se encontram fora do seu ano de escolaridade de acordo com sua idade.
Temos urgência em aumentar o nível de escolaridade de nossa população mas prioritariamente fechar esta torneira, pararando de despejar milhares de adolescentes não alfabetizados nos trabalhos precarizados ou mesmo a mercê do ato infracional.
Um abraço,
Renato Gonçalves.

Roberto Moraes disse...

OLá Reanto,

Dentro da prioridade geral, programas e projetos deveriam ser estruturados.

Concordo com você sobre esta prioridade dentro da prioridade geral.

Aí no enfrentamento desta questão há muito por ser feito desde que sejam ouvidas as pessoas que convivem com os problemas e sonham por soluções, sem no entanto, ter acesso aos instrumentos necessários.

Fechar esta torneira, reduzir a evasão, criar estímulos ao aprendizado aliando-o ao acesso a um mundo que estas classes normalmente não possuem seria parte desta revolução.

Campos tem tudo para realizar esta transformação, mas tem feito opção por patinar nos velhos problemas.

Abs.

Carolline Castelo disse...

É um absurdo arrumar dinheiro para tantas coisas, e esquecerem de investir na educação, a educação é fundamental.

Anônimo disse...

Professor
Estou parcialmente de acordo com os comentários até então postados, mas estou enxergando algum bairrismo nesses discursos. Não acredito em crescimento municipal, tem que ser regional. Acho que você também pensa assim, talvez tenha se atrapalhado com a indignação com a educação municipal.

Roberto Moraes disse...

Sobre o comentário das 11:57 PM,

A nota trata da gestão municipal na área de Educação e faz uma relação direta com a capacidade de investimento do município por conta dos royalties.

Além disso, cabe ao município a gestão, programas, projetos e ações no ensino fundamental, incluindo o infantil.

Esta é a essenência da nota que chama a atenção sobre a prioridade do que fazerm com R$ 10 bilhões e a realidade atual em que as avaliações de qualidade sobre este nível de ensino são todas muito ruins.

Sobre a necessidade de ações das outras duas escalas de governo, estadual e federal é evidente, mas, não se deve esquecer que para isto, o papel destes dois níveis sobre o ensino fundamental é o de articular políticas e ajudar no finaciamento e isto, de uma forma ou outra está sendo feita, embora necessite de muitos aperfeiçoamentos, especialmente, a nível do estado que está mais próximo do município.

Se analisarmos em diversos município de nosso estado e de outros vamos ver gestões, que mesmo com município com memor capacidade de investimento com avanços muito mais significativos em termos de qualidade do ensino, carreiras dos professores, planos de capacitação e atualização dos servidores da educação, carreira, estrutura e equipagem das escolas, bibliotecas, informatização, etc.

É disto que trata a nota. Temos um orçamento que está entre os 20 maiores entre todos os 5,5 mil municipios brasileiros, incluindo as capitais, daí, que prioridades, boa gestão e estímulo para mudança radical da realidade com uma revolução no setor é necessária e possível.

Caso contrário continuaremos a consertar praças, calçamentos, asfalto, etc. que são necessárias, mas, em termos de prioridades estão depois do(a) menino(a) bem alfabetizado, gostando da escola, interessado em avançar nos estudos, participando das atividades culturais, esportivas, leituras, etc.

Isto pode e tem que ser feito. Se o dever de casa for feito, se os projetos se desenvolverem, os resultados começarem a aparecer não será difícil ampliar as parcerias com o estado e a União para obtenção de recursos para projetos extraordinários.

É preciso ter coragem e determinação para para avançar neste ponto que é o que verdadeiramente promove a inclusão e a ascenção social.

Sds.

Alexandre Ribeiro disse...

Oposição quer mostrar sua força em caminhada hoje no Centro
Por Suzy - Folha Online

Faltando menos de dois meses para a eleição, a oposição de Campos coloca hoje o bloco na rua, com uma grande caminhada, hoje, a partir das 15h. O candidato a prefeito pelo PT, Makhoul Moussallem, seu vice na chapa, Andral Tavares (PV), os presidentes dos partidos e os 180 candidatos ao Legislativo pela coligação majoritária “Juntos Por Campos” (PT, PV, PCdoB, PSC, PMN, PMDB, PSD e PSL) irão percorrer as ruas do Centro. O objetivo, segundo a organização, é mostrar que a oposição está unida e próxima da população.