Clique aqui e leia a entrevista com o professor catalão Manuel Castells tratando de temas contemporâneos como redes de comunicação, política e movimentos sociais. Ele adianta o que sairá em seu próximo livro “Redes de Indignação e Esperança”. O link do texto foi enviado ao blog pelo Marcelo Saldanha.
Tenho concordâncias e discordâncias com várias partes da entrevista, mas, isto é pouco importante. Muita gente que lê este blog, ainda não compreendeu que muito do que aqui é postado, não significa uma concordância do blogueiro com o texto, artigo ou entrevista, mas, quando o blog sugere sua leitura, é porque avalia que isto provoca um debate e/ou uma reflexão e isto é o que vale a sugestão.
Abaixo o blog posta um trecho como aperitivo:
"A internet abriu a janela, os meios de comunicação
tradicionais ainda têm muitos leitores da rede. Os cidadãos podem se
comunicar, mas não são figuras de referência, comparáveis às que
aparecem na mídia. Como podemos aprender nos auto-informar?
Manuel Castells: Você tem razão. Mas começam a
surgir saídas. Primeiro, as pessoas montam seu próprio jornal ou meio de
comunicação online. Não lemos El País ou El Mundo ou La Vangaurdia
inteiramente. Lemos um artigo aqui e outro lá, comparamos com outras
fontes da imprensa estrangeira, ouvimos o que nossos amigos nos dizem.
Fazemos um mosaico de informações, não somos prisioneiros de um meio.
Mas você disse costuma dizer que o leitor, o cidadão, procura reforçar o que pensa, e não se informar por outras vias.
Manuel Castells: Você está certo. O que sabemos é
que as pessoas buscam principalmente o reforço para suas opiniões, mas
isso porque têm pouquíssima possibilidade de ser cidadãs, de ser ativas,
reduzem-se a consumidoras passivas. Não estão acostumadas a abrir suas
próprias janelas. Se sua opção é entre os meios de comunicação que já
existem, a atitude provável é: ”vou ver ou ler aquilo de que gosto
mais”.
Outra lógica se abre quando as pessoas entram em um espírito mais
crítico, desconfiam dos meios. Aí começa outra atitude, que é a
wiki-informação: eu informo meus amigos, meus amigos me informam, vamos
discutindo, e assim se organiza um grande debate na internet, do qual
saem coisas. Em função desse espírito crítico em rede, examina-se o que
os diferentes meios estão dizendo. E esse espírito crítico reconstrói
todos os mecanismos de informação, que passam a seguir um novo fluxo —
de muitos para muitos – ao invés de todos receberem uma mensagem com
muito poucos emissores.
65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
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Um comentário:
Bom texto, professor.
A postura do blog deve ser justamente este "wiki-conhecimento".
De fato, os filtros invisíveis da internet nos apresentam sempre mais daquilo que queremos ver. Cada vez mais seremos expostos a informações que nos agradam ou que nos sejam supostamente "relevantes".
Estamos, de certa maneira, sujeitos a avaliação dos algorítimos que nos disponibilizam conteúdo baseados nas informações que nós mesmos oferecemos a eles.
A saída para a serendipidade é berber em várias fontes, concordando ou não com elas e debater, como fazemos algumas vezes aqui. Alem disso, vale viver a experiência do novo, do inusitado e até prestar atenção nos pássaros independente se são andorinhas ou papa-capins...
Parabéns ao blog.
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