O transporte público em Campos, vai mesmo mal?

Por: Bruno Lindolfo

A indagação é pertinente se considerarmos contrapor os fatos da rua, esses que vemos no dia a dia e motivaram nota abaixo, e aqueles que os prefeitáveis nos brindam em suas propagandas eleitorais e projetos de governo.

O fato transporte público em Campos, na propaganda eleitoral, é lembrado pelos candidatos, todos eles, apenas para reafirmar compromisso de continuidade com o programa implementado pela atual gestora.

Quer dizer, para os olhos do eleitorado espectador, ainda que sua vivência prática diga que nem tudo são rosas, tudo parece bem.

Pra não dizer que vi e ouvi apenas flores, dia desses o candidato Makhoul afirmou que continuará com o subsídio que mantém as passagens no valor de R$ 1, "mas também trabalharia na geração de empregos, para que o cidadão pudesse, igualmente, escolher pegar um táxi".

Louvável que o candidato se disponha a reinventar uma cidade que tem como grande empregador a prefeitura, propondo melhora de vida para a população com fomento de novas frentes de trabalho. Mas soa risível e surreal ouvir isso num tempo em que se discute a mobilidade urbana e a necessidade de valorização e estímulo do transporte coletivo.

Enquanto isso, os ônibus em Campos trafegam nas condições que vemos nas fotos da postagem abaixo, expondo a população a um risco diário com complacência e "investimento" do poder público, do nosso dinheiro: carroças motorizadas andando incólumes aos olhos até mesmo de quem se propõe oposição.

Nesse mesmo fatídico horário eleitoral, ironicamente, a candidata Rosa gravou, faceira, dentro de um ônibus, ao lado de figurantes, enquanto falava à população. 

E fez isso sem gritar, pois nossos ônibus são silenciosos, bem cuidados e não rangem janelas enquanto deslizam sobre nosso imaculado asfalto, permitindo um diálogo franco.

E quem disse que não é assim se, já dizia Nando Reis, o "mundo está ao contrário e ninguém reparou?" Ou se reparou, calou?

Com as respostas o pessoal do marketing que, ao que parece, tomou as rédeas da política.

Campos merece mais, sob pena de ficar no mesmo.