O vídeo abaixo sobre a fábrica de farinha de mandioca, a Tipity, instalada, em Barra do Itabapoana, município de SFI foi motivo da montagem de um vídeo experimental pelo CCH - UESI da UENF.
O breve vídeo "Tipity - arqueologia de um sonho tropical" de aproximadamente quatro minutos, conta a história doa esforços do Barão de Ludwig e daquela comunidade, para a montagem do empreendimento, no período que antecedeu a Segunda Guerra Mundial.
É um documento interessante para o resgate de nossa memória regional, especialmente, aquela relacionada à economia.
As imagens de todo o processo de instalação são interessantes de serem recordadas por quem gosta de conhecer a história de nossa região.
A história é um pouco mais ampla do que o pequeno vídeo teve condições de descrever. A viabilidade do empreendimento só aconteceu pela obrigação gerada por um decreto de Vargas que determinou que todo o trigo vendido no Brasil tivesse um percentual de fécula (20%, se não estou enganado). A fécula era então extraída da mandioca e por isto a fábrica tinha objetivos e perspectivas imediatas garantidas por lei.
Para montar a fábrica o Barão de Ludwig, oriundo da Alemanha teve financiamento do governo brasileiro através do Banco do Brasil. Assim, o projeto avançou.
Só que com a pressão da sociedade para que o governo Vargas se posicionasse contra a Alemanha e junto aos países alinhados, gerou desconfiança com a presença de um alemão no país, gerando a suspensão do decreto que obrigava a mistura da fécula ao trigo e e o empreendimento faliu.
A farinha é um produto de baixo valor agregado para ter viabilidade comercial para grandes produções, porque, o seu transporte para pontos mais distantes faria o frete custar mais que o produto, assim, a sua produção é sempre em locais mais próximos do consumo, por isto, o projeto de Tipity não tinha como se viabilizar sem o uso da fécula.
Entre 2006, 2006 e 2007, o blogueiro junto com outros professores do IFF fez incursões a diversas localidades do interior da nossa região que suscitou postagens, fotos e vídeos que estão na seções específicas na lateral direita deste blog.
Sobre SFI e sobre a Fazenda Tipity você pode ter acesso clicando aqui. As informações acima foram fruto de uma breve pesquisa que o blogueiro empreendeu para escrever a publicação "O Caboieiro do Pé Rachado" com objetivos de distribuição familiar (que também foi disponibilizado na internet - veja aqui) sobre a trajetória de vida de meu avô, Manoel Estevam, morador de SFI que faleceu com 100 anos, no final de 2011.
65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
2 comentários:
Hoje essa região poderia ter escrito outra história! Triste vermos como a política pode ajudar e ao mesmo tempo atrapalhar grandes coisas que poderiam ter mudado a história desse país!
A história é fantástica professor Roberto. Que bom que o senhor a trouxe ao blog.
Já existe um livro escrito sobre esta verdadeira saga do Barão. Pequeno, como o vídeo.
Acho pouco.
Queria que alguem como Fernando Moraes, que tem faro para história boa e faz excelente pesquisa, abraçasse esta causa e escrevesse um livro sobre o Barão, a Tipity e todo o contexto da fábrica no Brasil. Seria mais um sucesso editorial dele que é autor de Chatô, O Mago, Montenegro, Corações Sujos, Na Toca dos Leões e outros. Todos com histórias emocionantes entre as quais a do Barão Ludwig nada deve.
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