Enquanto a Europa e os EUA vivem graves crises, os países do Brics avançam as negociações, para uma integração para valer, através da criação de um banco de fomento comum:
"O Banco de Desenvolvimento dos Brics deverá ter um capital de cerca de US$ 50 bilhões, apontam as discussões técnicas preliminares deste grupo de países formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Já o mecanismo de compartilhamento de reservas poderá ter um tamanho de cerca de US$ 120 bilhões.
No caso do Banco dos Brics, as discussões apontam para a criação de uma instituição financeira com baixo nível de alavancagem, para permitir a conquista de avaliação de risco de crédito “AAA”, graduação que dá acesso à captação de dinheiro mais barato no mercado financeiro. A tendência seria um capital de US$ 50 bilhões para lastrear empréstimos de também US$ 50 bilhões para financiamento de projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável.
Uma das decisões a serem tomadas é qual será a contribuição de cada país para a capitalização do Banco dos Brics e qual seria o peso de cada um na tomada das decisões. As hipóteses são todos os países contribuírem com o mesmo volume de recursos, e terem o mesmo peso nas decisões, ou fazerem aportes diferentes, com poder de voto também distinto. Outra definição pendente é se serão aceitos entre seus sócios outros países que não fazem parte dos Brics.
No caso do mecanismo de compartilhamento de reservas internacionais, o montante de US$ 120 bilhões é a principal referência porque esse foi o valor original do fundo criado na Iniciativa de Chiang Mai, que serve de inspiração para as discussões dos Brics. Neste ano, o volume de recursos de Chiang Mai dobrou para US$ 240 bilhões. A ideia é que os países dos Brics se comprometam a disponibilizar recursos de suas reservas em um grande fundo, para ser usado por países do próprio grupo que enfrentem crises de balanço de pagamentos.
A proposta técnica em análise prevê que cada membro terá um limite de crédito para ser sacado em caso de crise. A liberação de uma parcela dos recursos, algo como 30%, ocorreria sem maiores burocracias. Para sacar mais do que isso, porém, a tendência é que seja exigido um programa de monitoramento econômico com o FMI."
65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
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