Do total de 29 autorizados a funcionar no país, 28 apresentaram candidatos à eleição de ontem no município de Campos dos Goytacazes.
Dos 28 partidos que concorreram sozinhos ou em coligação, 16 conseguiram eleger representantes no legislativo campista.
Certamente é a maior pulverização da história da Câmara Municipal de Campos, exatamente, quando ela aumentou em mais de 50%, de 17 para 25 o seu número de cadeiras.
Mais interessante ainda é observar que agora a mudança de legenda depois de eleito é muito mais arriscado e difícil de ser implementado, o que reforça a tese de que a maioria deve optar por seguir o mandato nestas siglas.
Doze partidos não elegeram vereadores em Campos. Dentre estes o caso mais significativo é do PDT. Na verdade trata-se de um marco histórico, que deve ser melhor avaliado, em função do seu poderio, num passado recente em nosso município. O outro que já teve representação e não elegeu ninguém foi o PSDB.
Os dez outros partidos que não elegeram vereadores na eleição de ontem, nunca tiveram representação no legislativo campista: PV; PCdoB; PCB; Psol; PSTU; PRP; PSL; PTN; PRTB e PPL.
Dos dezesseis partidos que elegeram vereadores na Câmara de Campos dos Goytacazes, cinco fizeram mais de um vereador: PR (5); PRB (2); PTdoB (2); PTB (2), PTC (2) e PP (2)*. Os demais dez* partidos fizeram apenas um vereador: PMDB; PSD; PSB; PPS; PSC; PSDC; PHS; PMN; PT e DEM.
Não é demais observar que apesar da pulverização, o planejamento, a gestação e a execução de grande parte deste processo se deu num grupo político que ao desenhar a estratégia acima, conseguiu com mais de 2/3 do total de candidatos ao legislativo campista, acender e manter a chama das possibilidades eleitorais de partidários do governo Rosinha/Garotinho.
Baseado neste desenho, equilibrando interesses, que envolveram tempo de TV, e uma eleição para o executivo, tocada por cabos eleitorais alçados à condição de candidatos a vereador, movidos pelas possibilidades de gerir seus interesses, numa "nova máquina da gestão municipal" que sairia das urnas neste domingo, não se pode deixar de identificar que teríamos na "nova Câmara de Campos" uma pulverização concentrada de poder.
A alterar ou não esta realidade, há que ser avaliada o desdobramento que se terá com as questões jurídicas que o centro deste poder está tentando liquidar com o argumento da vontade popular, que é real, mas, pode não ser legal.
PS.: Atualizado às 13:34: Alertado por colaborador do blog, em comentário abaixo, a nota foi corrigida porque havia sido dito que o PP só tinha eleito um vereador, mas na realidade elegeu dois. O caso não altera a essência da nota, mas, corrige o equívoco da informação. Mais uma vez vemos como o blog é feito coletivamente com a colaboração (com sugestões de notas, correções e ajustes nas informações e nas análises). O blogueiro agradece e Sigamos em frente!
65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
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5 comentários:
Aos comentaristas.
Eu compreendo a indignação e o interesse em divulgar a compra de votos, mas, o blog não tem como divulgá-las sem prova.
A alternativa é a de publicar a forma, mas, se não há provas, a denúncia será considerada como calúnia, tendo que o blog ou o blogueiro provar a informação liberada.
Espero que compreendam.
Sds.
Roberto o que nos enoja é saber a compra de votos, na baixada o que O que ... fez foi demais, uma compra absurda de votos, pessoas do grupo q ele formou estão indo nas casas hoje (08/10) p conferir o canhoto de votação e pagar a 2ª parte do pgto. Aqui na baixada o comentário é só esse.
... reteve cópias de títulos em vários lugares, sobretudo em Santo Amaro. Isso é lamentável, triste, desonra a nossa cidade, vergonha!
Soube agora de um modo engenhoso utilizado na Baixada para a "conferência" do voto do eleitor: perguntar com que tipo de roupa o candidato aparecia na urna.
Resposta incorreta incorria em não recebimento do combinado.
Esse artifício é, pelo menos para mim, novidade.
Taí uma preocupação mais útil para a Justiça Eleitoral que o cerceamento da participação popular, praticado em ações como vedar a circulação de carros envelopados, limites de estacionamento e, como se viu num município do qual o nome não me recordo, proibição de utilização de camisas com cores que remetessem a algumas das campanhas.
Roberto o PP elegeu ALBERTINHO e MIGUELITO. Abs.
Olá Bruno,
Este mecanismo é antigo. Desde a segunda ou terceira eleição com as urnas eletrônicas.
Porém, elas cada vez têm um resultado menor porque, as pessoas que querem não cumprir a "promessa", pergunta outro o tom ou cor (porque a foto é P &B) e "fatura" o seu sem entregar a encomenda.
De outro, mais sofisticado é que ele pode digitar o número e depois não confirmar e assim ver a foto do candidato e escolher outro.
Abs.
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