A Saúde (R$ 516 milhões), junto com Obras e Urbanismo (R$ 516,7 milhões), Planejamento e Gestão (R$ 449,6 milhões) e Educação (R$ 295 milhões) chegam a 74% de todo o orçamento.
Até aí pode parecer tudo normal, com as áreas de Saúde, Educação e Obras, Urbanismo, Infraestrutura e Habitação e Planejamento onde está a maior parte do pagamento dos servidores, consumindo 3/4 do orçamento municipal. Normal entre "aspas".
Na área da Saúde foi previsto para 2013 um orçamento de R$ 516 milhões, dividido entre a Secretaria (R$ 48,5 milhões), Fundação Municipal (R$ 245,7 milhões) e o Fundo Municipal (R$ 245,7 milhões).
Com mais de 1/2 bilhão será que a Saúde Pública está boa no município?
Porém, o que mais intriga é que o orçamento total cresce, para 2012 está previsto, R$ 2,41 bilhões, mas, proporcionalmente os orçamentos de Saúde e Educação o que mais atinge diretamente o nosso povo, desta nossa pobre cidade rica, decresceu entre 2011 e 2013.
Repito: proporcionalmente caíram os investimentos em Educação e Saúde. Vejamos, então abaixo os dados:
Em 2011, o orçamento na Saúde foi de R$ 495 milhões (26,4%);;
Em 2012, o orçamento da Saúde foi de R$ 484,5 milhões (22,2%);
Para 2013, a previsão é de que o orçamento da Saúde seja de R$ 516 milhões (21,4%).
Conclusão, em três anos a área da Saúde, proporcionalmente, teve uma redução de orçamento em relação ao orçamento total de 5%. Isto mesmo 5%. Pelo visto, os gestores estão avaliando que está tudo ótimo com a Saúde no município de Campos dos Goytacazes.
Enquanto isto, o orçamento da Educação foi sendo brurocraticamente corrigido, só que também, abaixo do percentual da correção do orçamento total.
Em 2011 o orçamento planejado foi de R$ 237 milhões (13,1%);
Em 2012 o orçamento planejado foi R$ 265,7 milhões (12,1%);
Em 2013 o orçamento previsto foi R$ 295 milhões (12,2%). Praticamente o mesmo, em termos proporcionais previsto em 2012.
Conclusão: Em três anos a redução do orçamento da Educação é de aproximadamente 1%, em relação ao orçamento total do município.
Será que assim sairemos da última posição do Ideb no estado do Rio de Janeiro em 2013/2014?
Outras incoerências continuam: enquanto a Comunicação Social terá, em 2013 um orçamento de R$ 14,9 milhões, a Agricultura e Pesca, no maior município em extensão territorial de nosso estado, será de apenas R$ 11,9 milhões. O Controle, veja bem, o Controle, que é, ou deveria ser só para Controlar tem dotação prevista para 2013 de R$ 30 milhões.
Explicações? É possível que os atuais gestores avaliem que não precisam justificar nada com os 61,8% dos votos obtidos. Porém, o debate é longo e prosseguirá. Queiram ou não queiram. Gostem ou não gostem.
65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
6 comentários:
Roberto alguém tem que pagar as contas da eleição.
Roberto,
Sua conta está subestimada. Não acresceu (ou descontou)a inflação do período, que mesmo baixa, incide como fator de corrosão orçamentária no triênio.
Se decompormos os números, olhando as rubricas destas previsões, creio que coisa vai ficar ainda pior.
E não esqueçamos que boa parte deste previsão orçamentária não é investimento da receita arrecadada pelo município, mas repasse do SUS, no caso da saúde, e do Fundeb, por exemplo, na educação.
Sabemos que não há mistério: sem dinheiro não há qualidade do serviço.
Estão aí os planos de saúde para comprovarem que não é um problema de gestão ("corrupção dos políticos", etc) apenas, mas sim do destino correto(escolha)do dinheiro.
Ou seja: tem que se ter volume de recursos, e colocá-los para o fim aos quais se destinam: serviço de qualidade, com viés público e universalista.
Roberto,
Concordo com voce. O valor destinado para agricultura e pesca é muito baixo, nem dá fazer cosquinha. Convido os campistas para visitar a região de Novo Friburgo - Teresopolis e ver como a agricultura familiar está funcionando lá.
Roberto,
Sou aluna do IFF, tenho uma situação na minha família na qual uma parente muito próxima é pedagoga da Prefeitura de Campos e a classe de professores I e II está sem receber a dois meses. Não sei a quem recorrer, com quem reclamar. Vamos aproveitar que temos um locutor de rádio na família e pedir pra ele comentar isso durante seu programa. Se nada for feito assim continuará a educação da nossa amada cidade. ;/
Sds,
Mayara Viana
Como sempre prof. SAÚDE E EDUCAÇÃO são prioridades somente na boca dos candidatos...na prática,são apenas detalhes.Afinal o que interessa é "satisfazer a massa" com outras "prioridades'...shows,obras maquiadas,presentinhos,carnaval,pracinhas floridas,vilas olímpicas etc...
Comentarista Maiara: sou concursado da PMCG e em verdade, quem esta sem receber sao os professores contratados da mesma.
Sei que nem tudo é uma maravilha mas os concursados estao com os salarios em dia. O atraso é somente aos contratados.
Postar um comentário