Em dezembro de 2010, o diretor de sustentabilidade do grupo EBX, engenheiro Paulo Monteiro, apresentou, na IIIª Conferência de Controle Social realizada no Centro de Convenções da UENF, cujo tema foi "O Complexo do Açu: os impactos e as oportunidades", a projeção de empregos feitas pela holding, para os seus diversos empreendimentos na fase de instalação e de operação:
Hoje, novembro de 2012, dois anos depois, vemos que o cronograma de contratações foi, como já se desconfiava à época, superdimensionado.
Dos diversos empreendimentos previstos, apenas o porto e o estaleiro estão em construção, com um número hoje estimado, em menos de 4 mil trabalhadores.
As duas siderúrgicas (Wisco e Ternium) têm poucas possibilidades de se instalarem. A montadora que se cogitou a Nissan, acabou por fazer opção pela instalação no pólo automotivo do sul fluminense, em Resende. Com a não instalação das siderúrgicas, também ficaram impedidas de vir para o Complexo do Açu.
As duas termoelétricas tinham previsão de só começaram a construção, se não sofrerem atrasos, em 2014 e 2015. As térmicas e os porto precisam de bem menos trabalhadores na operação do que na sua construção. Só o estaleiro da OSX, agora junto da Mendes Jr. e a Tecnhip (apoio offshore) poderão garantir um percentual maior de trabalhadores em todo o Complexo do Açu.
Desta forma, o cenário de 47 mil trabalhadores fica descartado, embora cresça em relação ao número atual de empregados.
No cenário de 2014, talvez, possa ser estimado um número próximo a 8 mil trabalhadores, que seria, aproximadamente o dobro do que se tem hoje. A conferir!
65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
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2 comentários:
ENQUANTO A BR 101 NÃO FOR DUPLICADA, OS EMPREENDIMENTOS PARA O PORTO DO AÇU NÃO VINGARÃO. COMO ESTÁ, A BR 101 É UM GARGALO.
ESTÃO SUBESTIMANDO A NECESSIDADE DA DUPLICAÇÃO IMEDIATA DA BR 101.
O CONTRATO DE CONCESSÃO DA BR NÃO ESTÁ SENDO CUMPRIDO. O TRECHO ENTRE RIO BONITO E RIO DOURADO ESTAVA PREVISTO PARA SER DUPLICADO EM TRÊS ANOS, A PARTIR DA CONCESSÃO (EM JANEIRO DE 2008). E AS OBRAS NEM COMEÇARAM.
E TEM MAIS: SEM A A DUPLICAÇÃO, OS PROJETOS PARA BARRA DO FURADO TAMBÉM NÃO VINGARÃO.
Mais um "estelionato", Roberto.
Sim, porque os investimentos públicos diretos e indiretos(incentivos, renúncias fiscais, doações de terrenos, etc) são justificados pelo número de empregos gerados, o que, ao longo dos anos reporia o Erário com a dinamização econômica conseqüência dos empregos formais, haja vista que os gastos destes empregados inflariam a arrecadação fiscal.
O problema é que nenhum cálculo ainda foi capaz de dizer se estes empregos valem à pena, ainda mais se considerarmos o enorme impacto sócio-ambiental gerado, com aumento necessidade de intervenções públicas (ruas, estradas, etc) serviços públicos, que recaem sobre os orçamentos já comprometidos por tanta generosidade fiscal com estes empreendimentos.
Agora, com esta conta de "migué" do grupo X (cinco vezes menos empregos), fica a pergunta: quanto custará cada empregado ao erário?
Se era para torrar dinheiro sem retorno, era melhor dar o dinheiro diretamente ao cidadão e deixar que ele mesmo atraísse empresas com o aumento de sua capacidade aquisitiva ou investir em obras e serviços públicos que teriam este mesmo efeito, e o que é melhor, seriam incorporados ao patrimônio público, e não a fortunas pessoais.
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