O empreendimento é de um grande complexo portuário com investimentos previstos em R$ 2,5 bilhões numa área total de 18 Km² no município de Ilhéus.
O porto servirá basicamente para escoamento de minério de ferro que virá de uma mina no sertão baiano, em Caetité, de propriedade da Bamin (Bahia Mineração) que também bancará o investimento no porto junto do governo da Bahia. A Bamin é controlada pelo grupo Eurasian Natural Resources Corporation (ENRC) do Cazaquistão.
Para o escoamento do minério de ferro pelo porto, no município de Ilhéus, será usada a ferrovia da Vale, Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol) que precisa ser concluída em seus primeiros 500 quilômetros.
Por esta ferrovia se prevê o transporte de 19,5 milhões de toneladas de minério de ferro anuais, numa primeira etapa. Numa segunda etapa o volume mais que dobra para 45 milhões de toneladas.
Para este transporte serão usadas quatro composições ferroviárias por dia, cada uma com 140 vagões. A previsão é de início da exploração da mina se dê em 2014, transformando o estado da Bahia, no terceiro maior produtor de minério do país.
A licença prévia (LP) para o Porto Sul de Ilhéus contempla a construção de um terminal de uso privativo para a Bamin e um terminal de uso público.
O Ibama exigiu do governo baiano e da Bamin 19 ações compensatórias e 34 programas ambientais. A Licença de Instalação (LI) só deverá ser liberada com o início do atendimento às condicionantes.
Os píeres instalados em ponte com acesso marítimo a 3,5 km da costa, atenderão à movimentação de minério, soja, etanol, fertilizantes e outros granéis sólidos.
A previsão de construção do porto é de 54 meses gerando até 2,6 mil empregos que deverão ser reduzidos para 1,7 mil quando da operação portuária que prevê em sua capacidade máxima a movimentação de 100 milhões de toneladas de carga.
Aqui no Açu a previsão de movimentação de cargas é de 350 milhões de toneladas anuais. Diferente de Ilhéus por aqui foi feita a previsão de um distrito industrial, estaleiro, usinas de geração de energia elétrica, empresas de apoio às atividades offshore de petróleo e também uma unidade de tratamento de petróleo.
Lá em Ilhéus, assim como no Açu há preocupações quanto à degradação de áreas litorâneas, que na Bahia tem grande apelo turístico. Por isto, o local de instalação previsto anteriormente foi modificado de localidade de Ponta da Tulha para Aritaguá e que uma área de 1,7 mil hectares teria sido adquirida para formar uma espécie de ‘cinturão verde’ em torno do porto. Como se vê os projetos e as estratégias guardam algumas similaridades.
Fonte: Valor Online.
65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
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