terça-feira, novembro 06, 2012

Trabalhadores chegando...

Em nota abaixo leitores-colaboradores do blog informaram sobre a chegada de pessoas de fora da região que estão vindo trabalhar no empreendimento do Açu. São vários casos, mas, o blog restringirá como exemplo estas duas descrições:

"Prof. um amigo meu que trabalha no Super Bom me falou algo interessante hoje que logo vinculei as consequências no mercado de trabalho referentes ao Porto do Açu.

Ele me expôs que está passando por uma saia fina: pessoas de diversas nacionalidades estão indo fazer compras no Super Bom e os funcionários ficam "perdidos", pois os clientes estrangeiros fazem perguntas sobre determinados produtos ou sobre a localização dos mesmos e os funcionários não sabem informar, pois não sabem falar o inglês e o espanhol.

Este fato pode gerar num futuro bem próximo uma exigência maior destas redes de supermercado com relação a qualificação dos funcionários (fluência em inglês ou espanhol), mesmo pra cargos mal remunerados e fordistas.

Ontem mesmo estava fazendo compras nesta mesma rede e tinha uns 3 latinos fazendo compras, não deu pra identificar através do sotaque qual era o país de origem.

O mercado de trabalho local vai ter que reorganizar-se frente às novas mutações no espaço regional. E, principalmente, a mão de obra local vai ter que se qualificar...11:27 PM ."


O segundo comentário sobre o mesmo tema:

"Já estão ocorrendo situações idênticas em restaurantes e lojas.
Há alguns dias vi 3 mulheres estrangeiras, todas com bebês muito pequenos, a caminhar pela Rua Formosa. Alem das dificuldades "democráticas" por assim dizer, de trafegar com os carrinhos pela calçada, elas sofreram para fazer compras no Hortifruti. Ninguém as entendia.
5:23 PM."

29 comentários:

douglas da mata disse...

Roberto...

Então os comerciantes dos EEUU onde há uma enorme colônia de brasileiros (ou de mexicanos ou chineses) corre as escolas de línguas e coloca seus filhos para aprender português, espanhol ou chinês?

Vai ser colonizado assim lá na China.

Quer viver aqui, se empregar aqui? Aprenda língua ou se virem nas mímicas.

Daqui um pouquinho mais este pessoal vai estar fazendo como a tribo dos inuit(popularmente conhecidos como esquimós), que oferecem a esposa ao estrangeiro...rsrsr

Roberto Moraes disse...

Rs,rs... esta é uma das interpretações sobre o que já ocorre.

Certamente os interessados em negócios e $$ se virarão como pode, desde que intere$$e.

Uma outra observação é sobre a alteração nas relações comunitárias.

O discurso reproduzido nestes comentários também permite intuir tanto os guetos e grupos que se formarão (já conhecidos aqui em outra realidade quando da própria implantação e vinda de professores e pesquisadores da UENF, já na longínqua década de 90) como também dos conflitos e tentativas de imposição de visões e culturas diferenciadas.

Sem querer entrar no debate político que o assunto propicia, e muito menos, reduzir conflitos inerentes à vida em sociedade, não cabe a infantil tentativa de aculturamento dos que aqui já estavam e nem propriamente aos que chegam.

Este novo ambiente até pode ser rico sob diversos matizes, mas, o princípio é deve ser de respeito à realidade e identidade das diferentes culturas e histórias.

No caso específico do Açu, o prof. Pinedo do IFF gosta de relembrar e eu apoio a história do nosso homem da Baixada, enaltecida pelo Lamego e contemplada nos tipos regionais característicos do IBGE, do nosso Muxuango.

De qualquer forma, pelo acompanhamento do processo de implantação do Complexo do Açu que venho realizando, este processo será muito menor do que o que se previu com o "adiamento" da vinda de duas siderúrgicas e todo o arrasto que elas trariam.

Abs.

douglas da mata disse...

O que nos diria Zé Cândido de Carvalho, hein?

Que falta ele nos faz para narrar as venturas e desventuras do donald trump X, as "otoridades" locais, parte do povo(chique?) em polvorosa, sedento por algum colonialismo ("civilizante") que lhe redima de suas culpas petrorrentistas, que por fim substitua a coleira dos coronéis na política pela coleira dos magnatas da mineração. e outros ramos.

Só nos resta dizer: êêiiiita canbruuunco lamparão, garrutio tisgo!!!

Roberto Moraes disse...

Isto daria um gostoso ensaio.

O muxuango, homem recatoso, puxador de procissão que confessou não roçar nariz rente das letras e nem nos rabiscos do conterrâneo velho Candido, anda com seu jeito pouco alegroso, talqualmente, desconjuro com este povo pardavasco e comedor em cocho de governo.

Mas isto tudo é invencionice de gente ardilosa que quer apoquentar o nosso progresso...

Sds.

Anônimo disse...

As 3 mujeres do segundo comentario, sao as esposas dos 3 hombres do supermercado.
Na cultura desses povos, os homens fazem compras enquanto as mulheres passeiam com seus filhos.

douglas da mata disse...

Pois é Roberto, é a iguinoranssa que astravanca o pogresso.

Ralf Manhães disse...

O Poder Público do Estado e/ou dos Municípios de Campos e SJB, bem que poderia abrir cursos de Língua Portuguesa para esses estrangeiros, quer seja diretamente ministrado pelo Poder Público ou por meio de convênios com instituições privadas. Enfim, o Poder público e os empresários de Campos devem ficar atentos para encontrarem recursos que combatam a Ineficiência de ensino que esses estrangeiros tiveram, já que nem sabem falar português.

Abs.,

Ralf Manhães

douglas da mata disse...

Sr Ralph,

Tem vagas nas Escolas de Jovens e Adultos na rede municipal e estadual.

É grátis, e nós brasileiros temos a tradição da receptividade , ou seja, acolhemos forasteiros e lhes damos os mesmos serviços públicos destinados aos cidadãos nacionais.

Diferente dos seus países de origem, onde sequer conseguimos visto de turistas, quiçá o de trabalho.

Anônimo disse...

A longo prazo temos a enfrentar também outros dissabores a medida que essa população venha estabelecer moradia na região,uma delas é a questão de abastecimento.Uma delas é a questão do abastecimento de água,estamos sentindo neste periodo de estiagem na pele a escasses deste recurso.O que esperar nos próximos invernos?
Se nem o velho rio paraiba está sendo poupado desta demanda...

Anônimo disse...

Para integrar com esssa galera que está chegando, proponho uma grande sambão na Praça São Salvador. À noite, porque de dia é muito quente.

douglas da mata disse...

Eu proponho que eles sejam alojados nas maravilhas modernas habitacionais da prefeita.

Nossos campos de concentração sem muros!

Anônimo disse...

Douglas: Já que vc deixou a bola quicando lá vai:
Alojamos os gringos nas casinhas e transferimos o mercado e o camelódromo para o CEPOP, onde então mataríamos três coelhos: eles comprariam "de um tudo" num lugar só, daríamos uso permanente ao local e a prefeitura finalmente conseguiria se livrar dos comerciantes do mercado.
Bingo!

Anônimo disse...

Muita hora nessa calma, Douglas da mata...

os estrangeiros terem que se submeter ao nosso país já é um grande sacrifício para eles. Terão que se acostumar com os mensalões, caixa dois, corrupção, impostos mil, polícia corrupta, justiça lenta e ineficaz, favelas, funk, tráfico de drogas que manda e desmanda nesse país, desvio de dinheiro público, saúde pública uma merda, estradas em péssimo estado de conservação, desvio de dinheiro dos royalties do petróleo, chacinas, etc etc etc.
Sendo assim, sejamos, no mínimo gentis com essa gente que vem aqui para trabalhar e não para nos roubar com fazem nossos queridos políticos travestidos de trabalhadores.
Saudações.

douglas da mata disse...

Sim, pocahontas, como não?

Afinal na China não tem máfia, tráfico de gente, exploração de mão-de-obra infantil, nem drogas, nem corrupção, não é mesmo?

Muito menos nos eeuu, onde banqueiros agasalham bilhões dos contribuintes em fraudes do sistema financeiro que quebraram o pais, sem mencionar que o tráfico de drogas mundial é, em grande parte, movido pelos narizes dos maiores consumidores de pó do planeta(os eeuu).

O problema é que eles cheiram, nós morremos e ainda temos que gastar dinheiro e vidas para combater o comércio que alimenta o vício deles. Ou temos que ouvir asneiras como as que são ditas por pocahontas como você.

Aqui eles podem ter saúde pública gratuita, não precisam esperar o "obamacare".

Sem falar que aqui as lixeiras são abertas, e não lacradas pelo governo para que os miseráveis espanhóis atingidos pelo desemprego não fucem o lixo em busca de comida. Até nisto somos melhores.

Ah, em tempo, as chacinas por lá tem outra conotação, é verdade, mas matam do mesmo jeito, e pior: dentro da escola ou do paz de um supermercado.

Teve um maluco que adorava estrangeiros e seus métodos(como você)que tentou implantar a moda, mas pelo jeito aqui a gente gosta de matar com "objetivo": pretos, jovens e pobres na periferia, para o conforto da classe média esclarecida como os pocahontas....

Saudações, ou seria HAU?

Anônimo disse...

Acabei de chegar de um chopp na pelinca. Tava quente (o chopp) e ao meu lado 3 gringos com 3 brasileiras.
Sim Douglas, nós somos esquimós e estamos dando risada...

Demoraram a entender a garçonete que tentou explicar que o chopp estava quente e a salvação seria a cerveja (Bud, Skol ou qualquer outra da Ambev). Nem parecia que tinha brasileiras no grupo...
Em meio a tudo isso a garçonete não falou inglês (idioma que eles falavam com sotaque macarrônico) mas se fez entender. Ela não foi indelicada, mas se fez entender.
O atendimento deles não foi melhor que o meu uma vez que, neste ponto, nossa cidade deixa a desejar, mas os gringos estavam felizes da vida.
Resumo: da para conviver com eles numa boa sem precisar ser poliglota e deslumbrados com isso, sempre vão existir. Quem quiser ser um "toad eater", fique à vontade ou "be my guest".

xacal disse...

Sim, claro...acho que este é o sentido: conviver com qualquer um, gaúcho, paulista, manauara, finlandês ou armênio.

Troca cultural, sem submissão ou xenofobia.

Curiosidade sem, como você disse, deslumbramento.

Tranquilidade sem querer parecer blasé.

O debate aqui gerado nem foi o estrangeiro em si(um processo inevitável, se considerarmos os movimentos humanos ao redor do planeta), mas a posição(de quatro?) dos comentaristas-inuit daqui.

ترحيبات

douglas da mata disse...

PS: eu sei que sou chato, e na maioria das vezes me orgulho disto, mas eu não resisti a voltar para comentar uma notícia que ouvi hoje na TV, e que tem a ver com "a idealização" que alguns tolos(e outros cretinos) fazem sobre corrupção aqui, e a suposta honestidade de outros povos:

Autoridades sul-coreanas, um dos maiores estandartes da eficiência capitalista, educacional, e blá, blá, blá, desligaram a maior usina nuclear do país.

Motivo?

Substituir ou reavaliar o controle de qualidade de mais de 26 peças e itens, todos com CERTIFICADOS FALSIFICADOS!!!!!!!!

Pois é...

Será que eles ouvem funk por lá?

Anônimo disse...

Campos engatinha no quesito língua inglesa. Macaé que fica logo ali do lado, tem várias pessoas que falam inglês, desde o garçom à enfermeira da clínica. Não é à toa que os melhores salários estão por lá ainda. Você não tem nem por aqui, pessoas se esforçando para aprender um segundo idioma. Pude acompanhar alguns gringos algumas vezes na empresa que trabalhei no Porto e sempre tive que ir junto como tradutor. Nos bares os garçons não falam nada, os dentistas e médicos muito menos, os empresários que querem fechar negócios com os gringos não falam nada. Até na LLX tem gente que não fala inglês! Não é uma questão de submissão. Você pode falar inglês sem ser submisso. Afinal é a língua universal. Você pode ir na China, Japão, Alemanha, Finlândia e qualquer outro lugar e se comunicar com o inglês. Não tenha dúvidas que as empresas gringas que estão no Açu irão sempre preferir firmar convênios e fazer negócios com as empresas que oferecerem pessoal qualificado para atendê-los na língua inglesa (hospitais, clínicas, dentistas, etc). Cruzar os braços e achar que o gringo que está trabalhando ou fazendo negócios no Porto do Açu vai parar a vida dele para aprender português pra vir pra cá vocês estão enganados. É, além de perder boas oportunidades de emprego (quem fala inglês ganha mais), se fechar para um diálogo com outra cultura, conhecer novos horizontes, etc.

douglas da mata disse...

Comentarista das 9:33,

Sou capaz de concordar que o inglês é uma língua "universal", mas daí a submeter "bons negócios" a esta condição, tsk, tsk, tá se vendo que você entende pouco a lógica dos negócios:

Ora, se a empresa tiver interessada, vai fechar em qualquer língua ou contratar um intérprete.

Pergunto: se as empresas não fornecerem pessoal "qualificado"(que na sua concepção é quem fala inglês), o que as empresas farão, deixarão seus empregados morrerem sem socorro porque os médicos não falam inglês?

Então na França(pelo que sei poucos franceses se submetem a sua lógica) não há empresas inglesas e chinesas?

Engraçado: estamos em nosso país, e nós que temos que "aprender" a língua do "bwana" para "nos abrirmos" para outra cultura...e não o estranho que deve aprender.

Pois é, por isto que a dominação não cessa.

Filho, se eu souber falar inglês e o estrangeiro souber falar o português, e nós elegermos o inglês como língua de negócios, tudo bem, é uma escolha. Agora do contrário, não é troca, é imposição.

Bem, pensando bem, o termo " se abrir" é bem apropriado...

Em tempo: falo inglês fluentemente e leio também, e meu horizonte ainda continua sendo o que a minha vista alcança, rs.

Anônimo disse...

Esse Douglas da Mata parece que vive em 1968...tudo pra ele é dominação, golpe, submissão, etc. A China hoje é um grande propulsor da economia mundial, mas todos que eu conheço que foram la aprendiam só a falar "oi", "bom dia", etc, a comunicação é toda em ingles. Pode não ser normal pra vc, que pelo visto vive em 68 e com toda paranoia golpista americana, mas o mundo é assim.

Não ha nada demais em falar outras linguas, quando vamos a Paris, por mais que o parisiense não goste, conversamos em ingles. É claro, por educação, aprendemos o básico do frances, mas por educação. O ingles é sim a lingua universal por um simples motivo: é fácil. Não é por ser dos EUA, ou qualquer outra bobagem ideológica, é só por isso: é fácil, qualquer um pode falar o básico em poucas aulas ou até mesmo pesquisando na internet.

Sobre o tema, Campos é complicado mesmo, até mesmo pessoas das classes A e B não falam o básico do ingles. Esses dias em um bar tive que ser interprete numa conversa entre um gringo e um grupo de garotas, todas elas com faculdade, eu mesmo estranhei e falei pro cara que achava estranho também elas não falarem nada de ingles, mas cheguei a conclusão que em Campos as pessoas só aprendem ingles em caso de extrema necessidade...

É sim uma condição diferencial ter no estabelecimento pessoas que falam ingles, eu estive a pouco tempo na argentina e lá quase todos os bares os atendentes falam portugues, é uma condição comercial e nenhum argentino acha isso um absurdo, ou uma "dominação" dos imperialistas brasileiros. Obviamente eu tentava falar alguma coisa em espanhol, mas por educação. Mas obvio, isso foi nos bairros mais turisticos, nos locais mais "argentinos" a dificuldade era grande, mesmo assim teve um garçom que ao ver que não iamos chegar a lugar algum virou pra mim e perguntou se eu não queria o cardapio em ingles!

Quanto a campos, o tempo vai fazer mudar assim como fez em Macaé.

douglas da mata disse...

Esse comentarista, parece que vive em 1964, por volta do mês de março.

Diziam as vivandeiras dos quartéis: "O que era bom para os USA, era bom para o Brasil".

E outros respondiam, com ironia: "Chega de intermediários, Lindon Gordon(embaixador dos EEUU) para presidente".

Depois, a gente sabe bem o que aconteceu, ou imagina o que aconteceu, porque boa parte está escondida ou foi queimada em algum forno de usina por aí.

Então, filho, o embate ideológico e o uso da violência como arma política não é novidade, nem está tão longe.

Por isto que eu vivo em 2012, mas sempre de olho no que me ensina a História, seja a de 1968, 1975 ou de ontem.

Alguém se lembra o que aconteceu com Honduras (2010), Paraguai(2012) e o que tentaram na Venezuela em 2002? Pois bem...

Agora a pérola: "o inglês é língua universal porque é fácil".

Santo deus, eu pensei que estivéssemos em um debate claro, honesto. Não estamos.

Ora, não há nada fácil na língua anglo-saxã, ainda mais para os povos que falam línguas de raiz latinas (romeno, português, francês, espanhol, basco).

Isto não uma especulação absurda: é um fato fonético e fonoaudiológico.

Imagine a pronúncia de "trought" ou diferenciar: "red", "ready" ou read(no "past tense").

Então cada língua tem sua dificuldade.

Seu uso como "universal" não tem que ver com "facilidade", e sim com hegemonia sócio-cultural, geopolítica e geoeconômica.

Moramos ao lado dos argentinos(e todos os demais países de língua espanhola) e falamos inglês, e não o espanhol.
Nossas escolas ensinavam o "básico" de inglês exclusivamente, até bem pouco tempo, e o comentarista chama isto normal.

Claro, os argentinos que acham que qualquer "plata" vale a submissão, se contorcem para falar português e agradar o que eles chamam de "macaquitos"(outro traço normal entre as culturas: rirem do "outro", geralmente, com viés preconceituoso).

A visão que você tem sobre os povos destes países vizinhos é a mesma que os EEEU têm sobre os demais, ou seja:

Imperialismo? Que isto, somos todos iguais, mas falem a minha língua tá, senão, não tem din-din...

A língua inglesa é a mais falada não porque é fácil(não é), mas sim porque é o legado do domínio inglês e agora o estadunidense sobre o mundo ocidental.

Em tempo: não se aprende o "básico" do francês por educação, e sim por imperativa necessidade de se comunicar com a maioria dos franceses que se negam a falar inglês, esta também que já foi considerada um "símbolo cultural civilizatório", valor que continua vigente no meio da diplomacia "culta", por exemplo.

Mas claro, há exceções, porque gente colonizada tem lá(na França), na Argentina, no Brasil, etc.

E em tempos de crise então, nem se fala, pois não há orgulho que resista.

É de fato uma tristeza: quando estamos nos tornando um país com possibilidades de romper os laços de submissão que nos mantinham como uma espécie de "cozinha do mundo", tem gente ainda disposta a agradar os "bwana" da casa grande...

Enfim, meu caro, compre uma bandeirinha da China ou dos EEUU, ou estenda uma faixa em frente a sua casa, dizendo: Welcome, 歡迎!

Mas não vá fazer como os inuit...

douglas da mata disse...

PS: ficar igual a Macaé, NÃO...pela mordedeus, virar "aquilo" só para falar inglês não.

Eu te pago uma passagem para a Nigéria. Tem petróleo e caos suficiente.

Roberto Moraes disse...

Eu não imaginava uma nota sem muitas intenções gerar um debate assim.

O assunto é interessante sobre diversos aspectos, especialmente do multiculturalismo.

Porém, é verdade que nele coube a exposição dos pré-conceitos e da submissão e outros.

O tema da migração em busca de trabalho é cada vez mais forte em tudo em que é lugar.

Mais espanhóis estão chegando. os chineses adiaram a sua vinda.

Brasileiros de todos os cantos já começaram a romaria.

Políticas de integração e de valorização das diferentes culturas, saberes parecem que ainda não surgiram.

Xenofobias já está no horizonte.

Dentro de um debate que é nacional sobre a relação com diferentes povos e como nós lidaremos com eles parece interessante.

Na construção da CSA em Santa Cruz obra feita em grande parte pelos chineses, o Crea reclamou mas os chineses impuseram seus interesses.

Particularmente, não vejo problemas nas migrações legais e reconhecidas pelo governo em dar ao cidadão estrangeiro os mesmos direitos dos brasileiros.

Em países que aceitam brasileiros é assim que acontece.

Até a complicada Espanha que cria enormes problemas na alfândega para autorizar entrada de turistas brasileiros, quando elas concedem o visto em sua embaixada no Brasil, por conta de trabalho ou mesmo curso por lá a pessoa recebe uma carta de "empadronamento" com a qual se apresenta no distrito (quadra) onde irá morar e passará a ter direito a escola para filhos, saúde, tudo igual a um espanhol, inclusive com identidade igual à espanhola, com a observação de se tratar de estrangeiro e com validade igual a do visto.

Quanto à questão da língua entendo que a relação é desejável, mas, o esforço deve ser mútuo. Isto é igual ao respeito à cultura local.

Abs.

douglas da mata disse...

Roberto,

O problema nesta discussão parece claro desde o início:

Como sempre, todos os quesitos ideológicos estão lá, mas os que defendem a sua visão ideológica fazem questão de dizer que ideologia não existe.

Todos os trejeitos culturais, e dentre eles talvez o principal seja a língua, atendem propósitos ideológicos, ainda que não nos demos conta disto.

Nas trocas internacionais e das migrações internas, é cada vez mais necessário um equilíbrio para evitar conflitos, mantidos sob o signo do que em diplomacia eles chamam de reciprocidade, ou seja: o que temos lá, damos aqui.

Que entendamos que os players internacionais e seus executivos(CEO)escolham o inglês, ok, mas isto também reflete uma condição que não pode ser vendida como "natural" ou "mais fácil".

Ela é resultado do domínio dos EEUU sobre a economia mundial, e ponto!

No entanto, pretender que as relações corriqueiras(bares, restaurantes, clínicas e outros serviços) se curvem a idioma do estrangeiro como premissa sine quae non para competir entre si, ou para parecer "mais civilizado", tenha santa paciência...

Será que este pessoal que faz esta defesa aqui, vai defender que apreendamos a falar francês para cuidarmos dos pobres haitianos que vêm para cá, expulsos pela pobreza?

Será que os paulistas aprenderam espanhol para lidar com os pobres bolivianos explorados como escravos nas confecções daquela cidade?

Pois é...


Atenção, atenção: quem aprender a falar chinês em um ano ganha uma cirurgia plástica para ficar de olho puxado!

Rahan disse...

Ninguém falou aqui nos comentários até agora mas acho que vêm certeiro de encontro ao assunto do post.

Quando em Roma, faça como os romanos!

Se o chefe daquele setor que paga mais é gringo e da as ordens na língua nativa dele, é natural que o peão corra na frente e faça um cursinho de inglês para ganhar um pouco mais.
Agora se meia dúzia de gringos utiliza parte de nossos serviços na cidade, eles que aprendam a falar o "Latim" né ^^.
Agora se Campos e região vier a ter uma comunidade notável de estrangeiros que gerem algum impacto visível seja ele principalmente financeiro ou qualquer outro, aí meu amigo é bom que até o varredor de rua procure um cursinho de inglês rsrsr. Vide os EUA x comunidade latina, em qualquer filme do "Jim Carrey" o mesmo sempre têm que fazer alguma piada com o uso do "espanhol" , é fato hoje em dia que até alguns membros da classe media lá nos EUA tenham que adotar o espanhol como segunda língua devido ao significativo impacto dessa comunidade em suas vidas.

Anônimo disse...

Douglas, seu ponto de vista em relação a dominação cultural faz todo sentido e não discordo de você nesta questão. Também discordo totalmente dessa de falar inglês é mais fácil porque não é.
A dominação cultural está aí e o mundo é assim. Cruzar os braços para o mercado de trabalho por causa disso não vai adiantar nada. Quem souber inglês vai se dar muito melhor. É ótimo termos criticidade e conhecimento de história sobre os fatos (de março de 64 ao golpe no Paraguay), mas isso não vai botar dinheiro no meu bolso. Ou você bate o pé e só fala português e banca o militante revolucionário leninista e pega os empregos mais baixos ou você continua crítico, falando inglês, sem baixar a cabeça pra nenhum gringo prepotente. É simples assim.

Comentarista das 9:33

douglas da mata disse...

Comentarista,

Não sou o que se pode chamar de leninista, e como disse Marx, talvez eu seja bem menos radical do que a realidade exige que eu seja, mas isto é outra conversa para outro post.

Vamos ao que você coloca com fatalismo:

1- "A dominação cultural está aí e o mundo é assim"

Caro amigo, o fato de que é assim, não significa dizer que sempre será assim, principalmente se discordamos ou não queremos que continue assim.
Pelo simples fato de que nem sempre FOI assim, e que alguém se dá bem quando a gente pensa que nunca mudará.

Entender a realidade e inclusive trabalhar com ela, não implica em abdicar de acreditar que possa ser diferente, e mais, trabalhar para que seja diferente.

2-"Quem souber inglês vai se dar muito melhor"

(Parece propaganda de curso de inglês. Só falta o canastrão do Rodrigo Santoro, ou o cretino do Luciano Huck.)

Falso: os níveis de empregabilidade não estão adstritos a ser ou não poliglota, mas primeiro a necessidade das empresas, ou seja: melhores técnicos, mão-de-obra qualificada será absorvida, treinada, e o domínio da língua será oferecido com seis ou doze meses no país sede.

O grosso dos empregos não depende de língua estrangeira qualquer.

Na minha curta e rasa experiência de vida, dos meus colegas que cursaram comigo os oito anos de inglês, NENHUM deles se destacou ou teve maior sucesso pelo uso da língua.

De todos os meus conhecidos, e não são poucos, há um grande número que podemos considerar "bem sucedidos"(pelos seus padrões), e pasme: NENHUM deles fala mais inglês que uma criança de dois anos.

3- Acho que alguém tem que dizer para vocês que empreendimentos de escala não tem o condão de transformar regiões em paraísos terrestres, e que só os mais "adaptados" vencerão.

Isto é conversa para boi dormir, meu caro.

Ideologia pura, a serviço da difusão de uma ideia antiga: se o populacho local não é absorvido(porque nunca será, totalmente, e porque as melhores posições já vem com "dono")é culpa da ignorância dos nativos.

Agora, você pode falar inglês e se portar como um serviçal adestrado para tentar conseguir o que considera necessário para "colocar dinheiro no seu bolso".

É uma visão de mundo, que eu respeito.

Em tempo: felizmente eu não precisei "falar inglês" para alcançar o cargo que queria.

Anônimo disse...

Discutir com uma figura tipo esse Douglas da Mata é inviável, é como futebol, não adianta que não vai chegar a lugar algum...

O mesmo discurso, a mesma bobagem de "Neoliberais", "neoudenistas", daqui a pouco vai soltar um "neocapitalistas", ou seja, no fundo um discurso vazio de valores (principalmente porque as tais republicas populares que ele pelo visto tanto defende foram um fracasso, mas isso não cabe neste post) e rico apenas em palavras de ordem.

O que o professor disse é verdade, o que ta parecendo é mais xenofobia, afinal, se voce encontra um estrangeiro, que mal tem tentar ajuda-los? Somos brasileiros, mas se eu posso ajudar alguem, que mal tem se for em ingles, principalmente ao ver a dificuldade do individuo? Então isso é "submissão"? Ah, poupe-nos, mesmo quando o interesse é comercial, eu pergunto: que mal tem??? Eu não sei em que mundo esse individuo vive (ok, pode ser 1964 se ele tanto gosta), mas em 2012 nós somos submissos a apenas um ser: O DINHEIRO, e esse meu caro, fala várias linguas, mas adotou o ingles desde que o Imperio Britanico resolveu fazer o mundo girar mais rápido!

E outra coisa: não existe lingua mais idiota que o ingles, não é preciso decorar tempos verbais, e qualquer idiota com 2 ou 3 verbos ja consegue sobreviver, ao contrario das linguas latinas. Ah, e em qualquer lugar do mundo, inclusive na China "comunista". Então, caso queira voltar para o sec. 21, sugiro ser menos xonofobico, esse pensamento nacionalista só levou a uns 80 anos atras a criação de um tal de partido nacional socialista...

douglas da mata disse...

Caro comentarista,

Se discutir comigo é inviável, porque você coloca sua opinião?

Pela citação do que falo, costumeiramente, parece que acompanha o que digo com afinco, embora sinta necessidade dizer que adora me odiar...eu compreendo.

Engraçado, em tudo o que você disse, que meu discurso carece de "fundamento", e repete clichês, eu procurei, procurei, procurei nas suas palavras e também não achei nenhum argumento válido.

É bom você reler meus comentários, antes de se deixar seduzir pelo que você pensa saber sobre mim ou pela sua necessidade de (des)qualificar-me(o que tampouco nos interessa aqui neste debate).

Não estamos a debater a obviedade trazida por você, e conhecida até pelas pedras do calçadão: que as relações comerciais impõem a língua inglesa nas transações internacionais.

A discussão aqui surgiu a partir da ideia (falsa) de que uma sociedade tem que pautar seu convívio social pela língua de quem chega, desde o mercadinho até o coveiro, justamente porque recebe investimentos estrangeiros.

Bom, como eu sou generoso, tentei de novo buscar algum "argumento" nas suas "ideias", e achei só isto aqui:

"(...)mas em 2012 nós somos submissos a apenas um ser: O DINHEIRO(...)".

Bom, aqui temos um ponto, como você disse, que não avançaremos como em um debate sobre futebol.

Eu me recuso a imaginar que as relações sociais e humanas possam ser reduzidas a este paradigma único(dinheiro), porque se for, fica mais fácil eu perguntar:

Quanto vale a sua opinião? Quanto vale o que você imagina que é, e os seus valores?
Quem da sua família aí está à venda?
Aceita real ou só em dólar?