Na edição deste domingo o jornal O Globo aprofunda a questão da perda dos royalties pelos municípios petrorrentistas, como denominou, outro pesquisador do assunto, Rodrigo Serra. O professor e pesquisador José Luiz Vianna da UFF falou sobre o tema. A entrevista segundo o próprio foi de meia hora e acabou resumida a três perguntas, mas, que vale a sua conferida:
"O futuro é sombrio sem um acordo"
"Para pesquisador da UFF José Luis Vianna, cidades não se prepararam para perdas do petróleo"
Houve acomodação dos municípios produtores na briga pelos royalties?
Sim, eles estão arraigados à obsessão de não perder a receita com royalties e não se preparam para um futuro sem petróleo, que é um recurso finito. Há municípios que sequer atualizaram suas bases cadastrais de ISS e IPTU, que são fontes sólidas de arrecadação.
Quais os piores casos?
Quissamã é uma cidade que se emancipou por causa dos royalties. Como satélite de Macaé, não desenvolveu sua economia. Sem royalties, ela simplesmente não existe.
O que esperar daqui para a frente?
O futuro é de fato sombrio, mas não porque Deus não foi bom para essas cidades. A base política dos municípios e estados produtores não conseguiu costurar um acordo e se apoiou no veto de Dilma. Mas ninguém quer ser culpado pela desgraça dos municípios, todo mundo quer aparecer como vítima. Por isso, essa decisão de empurrar para o STF (Supremo Tribunal Federal)."
65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
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