A manchete do jornal O Globo hoje é magistral e, ao mesmo tempo, cabotina, para se compreender a linha que o sistema de comunicação resolveu trilhar.
O Globo defendeu os royalties por conta dos seus interesses no estado do Rio de Janeiro. Estimulou a campanha do "Veta Dilma". Comemorou a decisão da presidenta, sem citar as complicações políticas que se envolve a maior liderança política numa questão delicada como esta em que os interesses estão claramente divididos entre os estados da federação que dirige.
Em meio a toda esta questão, depois da decisão de ontem dos parlamentares, o jornal não perdeu a "chance" de antes de falar da perda que os moradores do Rio de Janeiro terão com a mudança do critério de repartição dos royalties, onde está a sede do jornal, ele preferiu citar que Dilma foi derrotada no Congresso Nacional. A manchete escolhida foi: "Dilma é derrotada e Rio recorre ao Supremo". A manchete que abre o caderno de economia vibra novamente: "Dilma perde no Congresso" e mais uma vez em subtítulo: "Futuro em cheque".
Antes, ou, ao mesmo tempo, da guerra dos royalties do petróleo, há uma outra guerra, que nunca foi surda, e anda sendo trombeteada diariamente. Só não vê quem não quer!
65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
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15 comentários:
Observo que está havendo uma união de empresas da mídia tucana que lutam pelo retorno "do lucro" que sempre tiveram e pederam com o PT na presidência do Brasil, jornalismo tendencioso , ditador , massa de manobra É CLARO ESSA UNIÃO DE FORÇAS MIDIÁTICAS DITADORIAIS COM OBJETIVOS DE DESGASTAR O GOVERNO DILMA , É ASSIM QUE SOMA FORÇAS P/ DAR " O GOLPE ".
Há um conluio de EMPRESAS de jornais e revistas já fazendo campanha PRA PRESIDENTE DO BRASIL , COM A DERROTA DE SERRA OS TUCANOS PSDB ,DEM, PMDB, PR ,TENTAM TUMULTUAR O GOVERNO DA PRESIDENTA DILMA , QUEREM PRIVATIZAR MAIS O BRASIL !
A NOSSA PRESIDENTA É MUITO INTELIGENTE E JÁ COMEÇOU A CORTAR O MAL PELA RAIZ, DEFENDE PUBLICAMENTE O SEU GOVERNO E O EXPRESIDENTE LULA QUE VIAJA PELO MUNDO DANDO PALESTRAS SOBRE " O DESENVOLVIMENTO DO BRASIL , A DIMINUIÇÃO DA POBREZA , O CRESCIMENTO DA CLASSE MÉDIA , O SUCESSO QUE FOI O SEU GOVERNO , ( PESQUISE AS ESTATÍSTICAS PODE SER COMPROVADO)LULA É SÁBIO COMO ELE DIZ QUE : "A CRISE FAZ PARTE DA VIDA DELE! E COMO É SÁBIO ! E TEM O RESPEITO E ADMIRAÇÃO POR TODO O MUNDO!
Infelizmente não é mentira, o governo Dilma não tem conseguido manter a coalizão unida em votações conflitantes IMPORTANTES (cacofonia proposital) pro governo. Foi assim no Código Florestal, nos royalties e periga ser na definição do FPE, na reforma política e na ainda utópica reforma tributária... É BOM ABRIR O OLHO...
Meu caro George,
Quem conseguiria unir interesses tão conflitantes?
Não sejamos ingênuos, por qualquer motivo que seja.
O conflito pode emergir sem problemas em nossa sociedade. Nem sempre a busca do consenso é o melhor resultado.
No caso dos royalties não vejo quem conseguiria.
No caso do Código Florestal a mesma coisa, da Reforma Política e Tributária.
Há que se identificar o que é mais importante para o país e os conflitos de interesses terão que ser decididos no voto, como em qualquer democracia.
Abrir o olho para golpes em que a democracia não é respeitada. No mais administra-se o executivo, enquanto o legislativo assume a sua parte.
Imagina se o país não vivesse hoje perto do pleno emprego, da ampliação da infraestrutura, da inclusão social, do crescimento da classe média, etc.
Se metade da crise da Europa e EUA tivesse nos atingido ainda assim, a democracia haveria de prevalecer com os poderes assumindo os seus papéis.
Vou fazer uma postagem longa (dividida em vários comentários) pra abordar os pontos e por isso desde já peço desculpas.
“Meu caro George,
Quem conseguiria unir interesses tão conflitantes?”
Unir interesses conflitantes é o papel de TODO O GOVERNANTE, daí não se excluem os “tão conflitantes”. Essa é uma tarefa da chefe do Executivo, que aliás a própria presidenta não tem fugido, Tendo em vista q em TODOS OS DOIS EXEMPLOS q citei o planalto tinha uma posição bem definida do q achava justo e ideal como solução das matérias (daquilo q achava se inserir, inclusive, DENTRO de seu projeto de país) o q ocorre INFELIZMENTE é q em ambos fracassou de forma retumbante (fosse um ponto ou outro tudo bem mas em ambos os pontos tivemos alguém tratorizando o ponto de vista governista (CF ruralistas e royalties estados não produtores)).
Infelizmente o atual governo não tem conseguido transformar em apoio à sua visão a maioria q em tese dispõe no Congresso, em projetos um pouco mais polêmicos. Diga-se, não nos prendamos aos 2 exs. q citei, pois no caso da PEC da Saúde, da PEC da Educação ocorreu o mesmo. Desse modo, seguindo meu raciocínio, o Governo TEM assumido seu papel na mediação de tais conflitos mas tem fracassado no mesmo, daí o ponto q me causa preocupação.
“Não sejamos ingênuos, por qualquer motivo que seja.
O conflito pode emergir sem problemas em nossa sociedade. Nem sempre a busca do consenso é o melhor resultado.
No caso dos royalties não vejo quem conseguiria.
No caso do Código Florestal a mesma coisa, da Reforma Política e Tributária”
Acontece q os pontos citados SÃO PRIMORDIAIS dentro de um projeto de país, se o Governo não conseguir resultados satisfatórios, segundo a sua visão, vai ter prejudicado a aplicação de seu modelo e até mesmo a representatividade q hj goza, vide pó ex os efeitos q teríamos no número de cadeiras na Câmara caso fosse vigorante o voto distrital na eleição 2010. Não é problema o surgimento do conflito e sim o QUANTO tem sido exitoso o governo em sua mediação, e em ver exitosa sua proposta de solução. (continua)
“Há que se identificar o que é mais importante para o país e os conflitos de interesses terão que ser decididos no voto, como em qualquer democracia.”
Não questiono nem me preocupo com o fato de tais questões serem decididas no voto, me preocupo SIM com o fato do governo, com maioria esmagadora no Congresso, estar sendo rotineiramente derrotado em questões sensíveis que envolvem o interesse nacional. Diga-se, ontem no caso dos royalties senti relutância até mesmo dos parlamentares do próprio PT em defender a visão governista, só o Vacarezza q sequer estava na sessão na hora da votação foi a tribuna garantir q SEGUIRIA a orientação do partido do q fosse MELHOR para o país, sendo q INFELIZMENTE o próprio PT acabou por liberar a bancada, cedendo a pressões, na votação do requerimento de urgência pra derrubar o veto feito pela PRESIDENTA Q INTEGRA OS QUADROS DO PROPRIO PARTIDO, pra mim um sinal de fraqueza IMPERDOÁVEL. (continua)
“Abrir o olho para golpes em que a democracia não é respeitada. No mais administra-se o executivo, enquanto o legislativo assume a sua parte.
Imagina se o país não vivesse hoje perto do pleno emprego, da ampliação da infraestrutura, da inclusão social, do crescimento da classe média, etc.
Se metade da crise da Europa e EUA tivesse nos atingido ainda assim, a democracia haveria de prevalecer com os poderes assumindo os seus papéis.”
Em TODOS os golpes q tivemos nesse país (ao menos os q me vem a memória neste momento), houve a constante ou de um governo com fraco apoiamento ou vacilante em questões centrais, inclui-se aí inclusive o golpe de 64 q depôs um presidente q resolveu defender um projeto de país (um BAITA projeto, frise-se) só “após os 45 do segundo tempo”, quando já era odiado pela direita e apoiado apenas parcialmente pela esquerda.
Daí justamente minha preocupação com as derrotas do atual governo em votações sensíveis no Congresso, pois ao se tornar isso uma constante certamente abrimos portas largas pra se fragilizá-lo e dar voz a setores golpistas. Hj temos deputado da base votando contra o governo pra agradar o produtor rural, pra trazer recursos (em tese) pra sua cidade, pra saciar uma demanda pública pra educação, ou pra saúde, amanhã meu caro teremos esse mesmo deputado VOTANDO CONTRA O GOVERNO EM MOMENTOS CRUCIAIS pra satisfazer a opinião PÚBLICA, q nesse país INFELIZMENTE ainda se confunde muito com a opinião dos barões da imprensa, daí pro “fim do mundo” é um passo, e olha q não sou paranóico.
De resto não defendo o fechamento do congresso, nem tampouco q o executivo imponha a força suas vontades (o q diga-se ocorre desde FHC através do mau uso do instrumento das Medidas Provisórias), o q defendo é q o governo reverta o atual quadro E CONSIGA capitalizar a força q em tese possui no congresso por ser maioria, pois só assim não vai abrir caminho pra seu enfraquecimento sistemático e a derrocada de seu projeto de país. O q defendo é JUSTAMENTE q se tome as rédeas das discussões importantes para o país, pois só mesmo o governo tem o poder real de apontar rumos q defendamo PRIORITARIAMENTE o interesse NACIONAL e não interesses particulares de grupos A ou B como ocorre na partilha dos royalties e no Código Florestal.
Sobre o fim de seu comentário, HJ INFELIZMENTE temos um sistemático ENFRAQUECIMENTO das instituições e dos poderes, sobretudo do Legislativo q vem tendo usurpada sua função precípua (legislativa) inadvertidamente tanto pelo executivo (MPs) como pelo Judiciário, tenho receio de onde isso possa desaguar, mas ao q me parece NGM liga pra questão. (continua)
Abraço e encerro minha participação com essa réplica, o Blog é seu, respeito muito isso (se dispor a manter um blog é uma atividade q demanda tempo e dedicação q por ex eu não tenho) e portanto pretendo q a última palavra seja a sua em tréplica, se desejar e achar necessário, é claro.
Só peço q publique meu comentário dirigido ao Anônimo.
Caro George,
Não há porque a última palavra ser minha. Nem a tréplica ser a última opinião sobre assunto tão vasto.
O blog tem esta função. Nem sempre tenho tempo para me envolver em todas as discussões suscitadas pelas notas geradas pelos comentários dos leitores-colaboradores. Especialmente, quando nãos e trata de torcedores.
Com sua réplica sua opinião ficou mais clara para mim.
Entendo suas preocupações, compartilho algumas.
As discordâncias estão na identificação da complexidade que o mundo moderno, superficial e fragmentado estabelecem na, cada vez mais confusa agenda política, não apenas aqui, mas, alhures.
As maiorias construídas nas casas legislativas servem mais para não ser golpeado (a) do poder, do que para estabelecer um projeto de nação ao longo de um mandato, já que nas campanhas, há muito, temos apenas intenções.
Todos estes temas que envolvem poder, tributos & finanças serão mediados por interesses que estão acima dos partidos.
O exemplo que citou da base do PT, vale para todos os partidos, inclusive da oposição. Todos se dividiram pelas federações.
É evidente que a tentativa da construção de saídas políticas é do gestor, mas, nem sempre isto é viável.
Nos governos anteriores de FHC e de Lula negociações emperradas com parlamentares ocorreram por diversas vezes e questões também importantes para aqueles governos.
Nestes casos, as votações contrárias não tem origem na oposição ao governo federal, mas, na defesa de interesses locais e estaduais.
As bancadas de parlamentares são cada vez mais organizadas por estes interesses e não apenas por estados e partidos, o que é ruim por um lado, mas, compreensível em outros.
Os riscos ao projeto de país, a meu juízo, não estão estabelecidos por perdas de votações, mesmo que importantes, mas, pelo golpe intencionados pro aqueles que não têm voto e pretendem alçar ao poder.
O caso citado nesta nota é um exemplo das tramas possíveis.
Continuemos acompanhando o quadro político.
Sds.
Viram? Dirceu estava certo: se não comprarmos esses parlamentares fisiologistas, nunca faremos a grande transformação social no Brasil...
O petróleo é da União. Não existe Estado produtor. Mormente em alto mar, que também é da União.
Ademais o RIo vive as espenças da Globo que faz publicidade escandalosa ( também para Flamengo que não quebrou por causa dela ) e das empresas públicas, fundações publicas federais que tem sede lá.
Se não fosse isso, O Rio estaria com um pib inferior da Paraíba.
Quero que se exploda.
Roberto
visitem o vidaexpressovida.blogspot.com.br
Por acaso o título da matéria está mentindo, ou vc. preferia,.. "Apesar de todos os esforços da Presidenta Dilma, os estados produtores sairam perdendo!"
Se o petróleo explorado em mar é da União, então não deveria dar royalties pra ninguém!
Roberto e George, permitam-me um pitaco sujo de ignorância em debate de tão alto nível.
Daqui debaixo enxergo o seguinte:
Talvez estejamos esquecendo, e é comum acontecer, que governos e maiorias parlamentares, em suma, instituições formais do aparato de Estado, instrumentos de poder a administração, não são os únicos e sequer refletem de forma fidedigna a hegemonia do capital financeiro e das classes dominantes sobre a ideologia das outras classes.
Frase surrada:: "A ideologia das classes é a ideologia das classes dominantes". (é de Lênin? Não lembro.)
A atual cena política brasileira, e isto tem sido alvo de amplos debates em blogs como do Nassif, Viomundo, Escrevinhando, etc, onde parece consenso que há uma ruptura grave entre os poderes representados pelo voto, e os poderes representados pelas burocracias estatais sem voto, e partidos políticos de pouca densidade(ou de densidade em declínio), que se curvam(ou se alinham) aos "poderes" não-estatais, mídia e capital.
Claro, esta relação não se dá de forma linear e teleológica, mas como um via de mão dupla, isto é: todos se auto-influenciam, mas é fato que o poder econômico parece ser aquele vértice que, no fim das contas, atua sempre com mobilidade para impor suas agendas.
A frase da manchete é um símbolo desta fragmentação do tecido sócio-político nacional, pontuada por um cinismo incrível.
Ora, este mesmo jornal recebe toda e qualquer movimentação governista, quando este movimento atinge os interesses que vocaliza, com a rotulação de: Massacre do Executivo junto a docilidade subserviente do Legislativo, e outros adjetivos menos nobres, incitando até a crença de que as maiorias parlamentares se movimentam pelo bolso.
E o que queria o jornal além do veto presidencial? Que a presidenta saísse em campo para "convencer" parlamentares, e agora, quando interessa ao jornal(e aos grupos que representa), tudo estaria revestido de "legitimidade"?
Bem, a presidenta e o governo poderia fazê-lo, mas é bom lembrar:
- Presidentes, como expressão nacional do sistema representativo, precisam de consensos nacionais, e não regionais;
- Está claro desde o início que o governo rejeita qualquer possibilidade de que os royalties continuem a funcionar como estão: concentrando renda e poder político em dinastias locais. Isso é anti-federativo, e a experiência histórica em países cujas reservas são como as nossas mostram o potencial de perigo de aventuras separatistas(ver Oriente Médio, África, etc).
E com dar conta desta aparente contradição entre o poder do voto, conferido pelo povo aos governantes, e a ameaça dos que não têm voto sobre estes governos através do controle de outras ferramentas, que nem sempre são manipuladas dentro do limite razoável na normalidade institucional?
Ora, fortalecendo partidos e movimentos populares que dão sustentação aos governos populares, para dotar os governos de mais e mais capital político.
Não dá para atacar os interesses do capitalismo ruralista por exemplo, sem que o cidadão se organize de denuncie ou rejeite os produtos que são resultado desas cadeias econômicas predadoras.
Eu tenho certeza que a queda de compras de certa marca de embutidos, um boicote nacional que rejeitasse as posturas dos deputados ligados a estas empresas na votação do Código Florestal seria um "argumento" decisivo.
Mas até onde estamos dispostos a mudar nossos hábitos?
É esta luta ideológica que é necessária, e que nenhum governo lutará em nosso nome, até porque, não é esta a função de um governo que é, gostemos ou não, representante de todos, os que têm voto, e os que não têm!
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