A torre principal do complexo terá 20 andares e abrigará 336 quartos de hotel quatro estrelas operado pela rede Blue Tree Hotels. Outras quatro torres em “X”, com 448 unidades cada, serão destinadas a apart-hotéis. O empreendimento terá ainda 27 lojas e terá a configuração da imagem ao lado.
Analisando, mesmo que superficialmente, este processo, é possível perceber que é o adensamento populacional e o crescimento econômico na região que puxa (arrasta) este tipo de negócio, assim como o comércio com os já conhecidos shoppings.
É evidente que qualquer investimento possibilita geração de trabalho e renda, mas, também aniquila pelo porte, pela massificação e por uma provável política de dumping de preços, quase todas as inciativas locais que visam o atendimento do mercado de hospedagem.
Outra análise que não pode deixar de ser feita é que a maioria destes empreendimentos está sendo feita com o intuito de captar recursos que circulam pela região (os royalties do petróleo), já que quase todos eles são feitos com a venda de unidades em troca da participação no resultado futuro das hospedagens.
Assim, a rede se instala e se amplia com custos baixíssimos e envolve setores locais na divulgação para utilização das hospedagens, ganhando duplamente em sua comercialização, sem que os compradores das unidades tenham poder de barganha, nas decisões destas redes de hotéis, que seguem interesses que em muitos casos estão fora do país.
O caso não é diferente do que fazem as grandes redes de supermercados de origem americana e francesa que se espraiaram pelas cidades de médio porte país afora tomando conta do mercado.
Embora, a extração de petróleo na região tenha se iniciado na metade da década de 70, portanto, há quase quatro décadas, agora, mais que nunca, é possível observar a ampliação da aplicação do capital fixo sobre o território, modificando por completo a paisagem, a vida cotidiana nestas cidades, alterando a forma de se fazer negócios, etc.
É perceptível que o quadro atual, mesmo que de forma paulatina, e mais em Macaé do que em Campos, vem colocando a região num circuito de relações globais e não mais nacionais, característica comum ao que os economistas chamam de enclave.
Todo este processo tende a levar a uma transformação ainda maior. Embora Campos e Macaé, sejam do Norte Fluminense, até hoje enquanto municípios da mesma região, eles se comunicam muito pouco, para além do fornecimento de mão de obra que Campos oferece aos empreendimentos do segmento de petróleo, que tem a base em Macaé, embora, a Bacia seja de Campos.
O porte dos atuais investimentos, ligados à ampliação das descobertas do pré-sal e a sobrevida da produção em nossa bacia, levam a possibilidades de integração e articulação regional antes distantes e desconexas e portanto inviáveis.
Para o bem e para o mal a ampliação da articulação regional está a caminho basta querer enxergar. Tudo isto está ligado ao crescimento econômico que leva a adensamento populacional, novas dinâmicas e fluxos de capital, mas, não necessariamente ao desenvolvimento, que, como sempre disse o economista Celso Furtado, é diferente.
Aí entraria o papel do setor público, que deveria ser, não apenas de fornecer condições para o capital se instalar, gerando e assumindo responsabilidades de formação de mão de obra (e muitas vezes irresponsáveis isenções tributárias), mas, o de regular, para onde, como se pretende que seja efetivado o desenvolvimento das cidades de toda a região.
Seria desejável que isto servisse não para ganhos exclusivos de alguns, mas, para usufruto de todos e a serviços da redução das atuais e históricas desigualdades, conhecidas desde que éramos ligados à monocultura e à exploração da mão de obra.
Tenhamos pois, um olhar mais aprofundado e necessariamente crítico, sobre o desenvolvimento que pretendemos para a nossa região e para o nosso povo. E sigamos em frente com o debate!
PS.: Atualizado às 16:10 para pequenos ajustes no texto.
PS.: Atualizado às 16:10 para pequenos ajustes no texto.
2 comentários:
Queria muito estar aqui quando o petróleo acabar para saber com a região ia se comportar! Pena que ainda vai demorar muito para esse combustível poluente acabar!
Só acho chato ser feita panfletagem desse empreendimento na praça de pedágio de Serrinha (BR-101). Já basta, às vezes, o congestionamento na praça por funcionar apenas 1 ou 2 cabines e ainda ter que receber panfletos do que não interessa como acontece nos semáforos dentro da cidade.
Será que a concessionária Autopista ganha algo para permitir isso?
Ah! E lá vem aumento do pedágio agora em fevereiro.
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