"Morte de líder Sem Terra tem característica de execução"
MARIANA DURÃO E SERGIO TORRES - Agência Estado
"O assassinato do líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) em Campos dos Goytacazes (cidade no Norte Fluminense), Cícero Guedes dos Santos, tem características de execução encomendada, de acordo com as primeiras investigações da Polícia Civil. Ele é o terceiro sem terra morto no município nos dois últimos meses, segundo o MST.
Guedes dos Santos foi morto a tiros na madrugada de sábado. A hipótese de latrocínio (roubo seguido de morte) não é considerada pelos investigadores. Os peritos do Instituto Médico Legal (IML) constataram que a vítima foi atingida por quatro disparos na cabeça e seis no tórax.
O trabalhador rural, que tinha 49 anos, foi sepultado neste domingo. Ele coordenava o assentamento Zumbi dos Palmares, no Sítio Brava Gente, em Campos, desde 2002. As investigações indicam que o líder sem terra sofreu uma emboscada ao sair de uma reunião no assentamento Luiz Maranhão, na usina Cambahyba. Nenhum pertence da vítima foi levado, segundo as informações prestadas por parentes aos policiais encarregados da apuração do crime.
"Certamente foi uma execução. Descartamos totalmente a hipótese de latrocínio", disse a delegada Madeleine Farias. da 134ª Delegacia de Polícia.
Até domingo, três testemunhas foram ouvidas: um filho de Guedes dos Santos e duas pessoas que moravam perto do local do crime, uma estrada vicinal. A partir de amanhã, o delegado titular, Geraldo Assed, assume o caso.
O acampamento coordenado por Guedes dos Santos fica em um antigo engenho com sete fazendas em uma área de 3.500 hectares. Para o MST, o assassinato está ligado à disputa de terras. Há 14 anos espera-se que a Justiça desaproprie o terreno. Mas desde novembro passado cerca de 200 famílias de sem terra ocupam o lugar. A propriedade pertence aos herdeiros de Heli Ribeiro Gomes, vice-governador do antigo Estado do Rio de Janeiro (antes da fusão com a Guanabara, em 1975) entre 1967 e 1971.
"A hipótese principal é que foi uma ação do latifúndio histórico de Campos. A polícia tem que chegar aos executores e ao mandante dessa barbárie", disse Marina Santos, da direção nacional do MST. Segundo ela, não houve embate recente entre os assentados e fazendeiros da região.
Em nota, o MST sustenta que "a morte do companheiro Cícero é resultado da violência do latifúndio, da impunidade das mortes dos sem terra e da lentidão do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) para assentar as famílias e fazer a reforma agrária".
MARIANA DURÃO E SERGIO TORRES - Agência Estado
"O assassinato do líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) em Campos dos Goytacazes (cidade no Norte Fluminense), Cícero Guedes dos Santos, tem características de execução encomendada, de acordo com as primeiras investigações da Polícia Civil. Ele é o terceiro sem terra morto no município nos dois últimos meses, segundo o MST.
Guedes dos Santos foi morto a tiros na madrugada de sábado. A hipótese de latrocínio (roubo seguido de morte) não é considerada pelos investigadores. Os peritos do Instituto Médico Legal (IML) constataram que a vítima foi atingida por quatro disparos na cabeça e seis no tórax.
O trabalhador rural, que tinha 49 anos, foi sepultado neste domingo. Ele coordenava o assentamento Zumbi dos Palmares, no Sítio Brava Gente, em Campos, desde 2002. As investigações indicam que o líder sem terra sofreu uma emboscada ao sair de uma reunião no assentamento Luiz Maranhão, na usina Cambahyba. Nenhum pertence da vítima foi levado, segundo as informações prestadas por parentes aos policiais encarregados da apuração do crime.
"Certamente foi uma execução. Descartamos totalmente a hipótese de latrocínio", disse a delegada Madeleine Farias. da 134ª Delegacia de Polícia.
Até domingo, três testemunhas foram ouvidas: um filho de Guedes dos Santos e duas pessoas que moravam perto do local do crime, uma estrada vicinal. A partir de amanhã, o delegado titular, Geraldo Assed, assume o caso.
O acampamento coordenado por Guedes dos Santos fica em um antigo engenho com sete fazendas em uma área de 3.500 hectares. Para o MST, o assassinato está ligado à disputa de terras. Há 14 anos espera-se que a Justiça desaproprie o terreno. Mas desde novembro passado cerca de 200 famílias de sem terra ocupam o lugar. A propriedade pertence aos herdeiros de Heli Ribeiro Gomes, vice-governador do antigo Estado do Rio de Janeiro (antes da fusão com a Guanabara, em 1975) entre 1967 e 1971.
"A hipótese principal é que foi uma ação do latifúndio histórico de Campos. A polícia tem que chegar aos executores e ao mandante dessa barbárie", disse Marina Santos, da direção nacional do MST. Segundo ela, não houve embate recente entre os assentados e fazendeiros da região.
Em nota, o MST sustenta que "a morte do companheiro Cícero é resultado da violência do latifúndio, da impunidade das mortes dos sem terra e da lentidão do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) para assentar as famílias e fazer a reforma agrária".
3 comentários:
Bom dia Roberto, após a reclamação no seu Blog sobre horários de ônibus para Santa Maria e Santo Eduardo, fui informado que os ônibus diretos, instituidos por portaria no diário oficial do minicípio, foram retirados como forma de retaliação.
Agora é que fica a questão:
Ou a EMUT é conivente com a empresa ou deverá toma atitudes contra esse abuso instituindo ônibus no horário das 20:00 e obrigando a portaria ser cumprida.
Peço por favor que nos de voz no seu BLOG, pois a população se inflamou e irá até o fim nesta luta.
Caro Roberto, aproveitando o lamentável assunto, gostaria de lhe perguntar:
Por que o PT, PCB, PSTU, PCdoB de Campos dos Goytacazes não se manifestaram publicamente em relação ao crime?
JORNAL DO BRASIL
Investigações da Polícia Civil do Rio de Janeiro apontam que o assassinato de Cícero Guedes dos Santos, um dos principais dirigentes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) em Campos dos Goytacazes, no norte do Estado, tem características de morte encomendada. O agricultor foi morto a tiros na madrugada de sábado, depois de sair de um assentamento onde estão concentradas as famílias do MST que ocuparam a Usina Cambahyba, um engenho de açúcar desativado composto por sete fazendas e com 3,5 mil hectares de extensão.
Segundo o MST, pelas técnicas agrícolas sustentáveis que utilizava em seu lote, Guedes era considerado uma referência em conhecimento agroecológico tanto pelos militantes da organização como por estudantes e professores da Universidade do Norte Fluminense (Uenf) com os quais colaborava.
"A morte da companheiro Cícero é resultado da violência do latifúndio, da impunidade das mortes dos Sem Terra e da lentidão do Incra para assentar as famílias e fazer a Reforma Agrária", criticou o Movimento em comunicado. "O MST exige que os culpados sejam julgados, condenados e presos."
Solidário c/ a família e os companheiros de luta do Cícero, estranho que não existam referências a ameaças à sua pessoa, como geralmente ocorre nos crimes latifundiários.
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