A Polícia Militar está no local e aguarda-se a presença dos peritos da Polícia Civil. Cícero tinha idade próximo dos 55 anos. Era um defensor ardente da reforma agrária e compreendia ser esta uma solução para o desenvolvimento social de parcela importante da sociedade brasileira.
Conheci Cícero em diversas reuniões comunitárias e em reuniões com autoridades defendendo os assentados e os pequenos proprietários rurais. Era implacável com aqueles que buscavam lotes para se assentarem e depois o comercializavam. Defendia que o Incra retomasse estas propriedades e devolvesse àqueles que queriam trabalhar na terra para produzir alimentos e viver da atividade rural.
Ultimamente, Cícero tinha como maior preocupação a possibilidade do novo traçado da BR-101, passando pela estrada dos Ceramistas cortasse ao meio os assentamentos Oziel Alves em Cambayba e Zumbi dos Palmares em Guarus, inviabilizando os mesmos e ampliando a urbanização da cidade, ocupando os espaços dos pequenos produtores.
O assassinato de um dos maiores léderes do MST em Campos evidencia, mais uma vez, o conflito pela posse da terra e o acirramento pela disputa e desapropriações rurais no município. Será necessário apurar a fundo e com detalhes quem são os executores e os mandantes deste brutal assassinato de um líder comunitário autêntico e indefeso.
Atualizado às 11:32: O agricultor assentado Cícero Guedes dos Santos passou a ser assentado em 2002. Deu ao lote recebido na reforma agrária de “Brava Gente”. Sempre teve consciência e preocupação ecológica e com a diversidade das plantações e do cuidado com a fauna. Acabou sendo um dos principais inspiradores desse tipo de consciência e do entendimento da mesma fez com que esse sentimento de preservação e convívio fosse dia-a-dia aumentando.
Segundo o site Agroecologia e Rede, Seu Cícero também ficou conhecido
pelas bananas presentes em muitas partes do lote, consorciadas com leguminosas,
milho e espécies frutíferas.
“Demonstrava ser uma pessoa interessada no desenvolvimento
do seu lote e desejava muito que suas experiências sejam praticadas por outros
assentados, porém existe uma resistência por parte de muitos agricultores no
assentamento Zumbi dos Palmares e muito fazem a opção pela monocultura de cana,
coco ou pasto, o que torna ainda maior o desafio da construção da agroecologia.
A família sempre se envolveu nas tarefas do sítio. Os filhos crescem vendo a
experiência se desenvolver e vão aprendendo com o pai e todos tem ciência de
que os alimentos que hoje estão na mesa da família são de qualidade muito
superior aos do supermercado e isso desperta o interesse dos filhos para que
também participem das lutas do pai.
Seu Cícero relata que desde que as experiências no seu lote
passaram a dar certo, houveram alguns erros experimentais no meio do caminho, a
qualidade de vida dele e da família melhorou bastante e é isso que lhe dá
energia para continuar sempre. Seu Cícero é uma referencia tanto entre os
companheiros de movimento como também entre estudantes e professores da
Universidade do Norte Fluminense, que o vêm como um dos ícones da construção do
conhecimento agroecológico no Norte Fluminense.”
O blog repete que o assassinato do assentado e um dos líderes do MST, Cícero Guedes dos Santos é um grave atentado à cidadania e à luta comunitária no município de Campos dos Goytacazes e toda a região.
PS.: Atualizado às 11:42: O corpo do líder do MST, Cícero Guedes, foi encaminhado agora para o IML de Campos, depois da Polícia Civil ter periciado o local do assassinato. A família está acompanhando todo o processo. Segundo informações Cícero tinha seis filhos. O local do velório ainda não está decidido. Há comoção é grande entre os assentados e pequenos proprietários rurais que conheciam Cícero no dia-a-dia.
Atualizado às 11:56:
Cícero Guedes dos Santos, 43 anos, chegou a Campos dos Goytacazes (RJ), trazia as marcas de uma vida sofrida no estado de Alagoas, onde trabalhava em condições desumanas e até “passava necessidade”. A cidade aconteceu em sua vida através da indicação de um amigo, que afirmou ter encontrado melhores oportunidades de trabalho no meio rural da região dos canaviais.
E foi nos canaviais que Cícero encontrou inicialmente um caminho para a sobrevivência, junto com a esposa Maria Luciene e seus então quatro filhos. Depois, como operário da construção civil, Cícero participou das obras da Uenf (Universidade Estadual do Norte Fluminense) e deixou suas digitais na concretização do antigo sonho da cidade em ter uma universidade pública de grande porte.
Mas a idéia de ter a sua própria terra para plantar não o deixava. E foi aproveitando a mobilização popular — que viria a ser, há dez anos, a primeira ocupação de terras da região — que Cícero se aproximou do MST e da chance de atuar em liberdade na atividade que gosta.
Atualizado às 12:06: A foto (imagem ao lado) mostra a capa da revista Imagem do Sindipetro-NF que publicou uma matéria sobre os dez anos do assentamento Zumbi dos Palmares em Campos que traz o agricultor e líder do MST, Cícero Guedes dos Santos em destaque. Este número da revista é de 2007.
Atualizado às 12:10: Abaixo manifesto produzido pelo MST e por apoiadores, organizado pela professora Ana Costa da UFF que conhecia Cícero há muitos anos e acompanha esta lastimável ocorrência.
PS.: Atualizado às 11:42: O corpo do líder do MST, Cícero Guedes, foi encaminhado agora para o IML de Campos, depois da Polícia Civil ter periciado o local do assassinato. A família está acompanhando todo o processo. Segundo informações Cícero tinha seis filhos. O local do velório ainda não está decidido. Há comoção é grande entre os assentados e pequenos proprietários rurais que conheciam Cícero no dia-a-dia.
Atualizado às 11:56:
Cícero Guedes dos Santos, 43 anos, chegou a Campos dos Goytacazes (RJ), trazia as marcas de uma vida sofrida no estado de Alagoas, onde trabalhava em condições desumanas e até “passava necessidade”. A cidade aconteceu em sua vida através da indicação de um amigo, que afirmou ter encontrado melhores oportunidades de trabalho no meio rural da região dos canaviais.
E foi nos canaviais que Cícero encontrou inicialmente um caminho para a sobrevivência, junto com a esposa Maria Luciene e seus então quatro filhos. Depois, como operário da construção civil, Cícero participou das obras da Uenf (Universidade Estadual do Norte Fluminense) e deixou suas digitais na concretização do antigo sonho da cidade em ter uma universidade pública de grande porte.
Mas a idéia de ter a sua própria terra para plantar não o deixava. E foi aproveitando a mobilização popular — que viria a ser, há dez anos, a primeira ocupação de terras da região — que Cícero se aproximou do MST e da chance de atuar em liberdade na atividade que gosta.
Atualizado às 12:06: A foto (imagem ao lado) mostra a capa da revista Imagem do Sindipetro-NF que publicou uma matéria sobre os dez anos do assentamento Zumbi dos Palmares em Campos que traz o agricultor e líder do MST, Cícero Guedes dos Santos em destaque. Este número da revista é de 2007.
Atualizado às 12:10: Abaixo manifesto produzido pelo MST e por apoiadores, organizado pela professora Ana Costa da UFF que conhecia Cícero há muitos anos e acompanha esta lastimável ocorrência.
ATENTADO CONTRA A PAZ E A JUSTIÇA SOCIAL! MATARAM UM GUERREIRO!
Hoje, 26 de janeiro de 2013, CÍCERO GUEDES, líder do Movimento pela Reforma Agrária e em prol da Agricultura Familiar, amanheceu morto, assassinado, no Assentamento Oziel, em Campos dos Goytacazes, Estado do Rio de Janeiro. CÍCERO era um trabalhador rural que ousou lutar pelos ideais de Justiça e pelo bem comum do seu povo, trabalhadores rurais expropriados da terra e sem futuro. É mais um líder popular cuja morte se somará às centenas de outras, que ocorrem rotineiramente, de brasileiros que lutam por um Brasil justo e igualitário. Em mais de 90% desses casos, os assassinos permanecem impunes. Por que a Justiça brasileira, nesse momento em que busca nos convencer de que quer por fim à impunidade, não demonstra isso no caso dos crimes políticos contra a liberdade e os direitos humanos, civis, econômicos e sociais, de grande parte da sociedade brasileira, representada pelo movimento sociais e populares pelo acesso à terra rural e urbana e tantos outros? Matando o CÍCERO atentam mais uma vez contra a nossa Liberdade, contra a Democracia e os Direitos Humanos.
PELO FIM DA IMPUNIDADE DOS ASSASSINOS DAS LIDERANÇAS POPULARES! POR UM BRASIL JUSTO E SOLIDÁRIO!
AMIGOS E APOIADORES DO MOVIMENTOS SOCIAIS E POPULARES EM CAMPOS DOS GOYTACAZES!
9 comentários:
Nem mais um minuto de silencio mas toda a nossa vida na luta para vingar nossos heróis. Cícero? Presente.
É inadmissível que tais crimes continuem ocorrendo, com seus mandantes impunes, ante as autoridades policiais, do executivo, do legislativo e do judiciário. O Judiciário não quer demonstrar que é imparcial, que está acabando com a impunidade? que se manifeste, então! Vamos apoiar a luta pelo fim da impunidade dos crimes contra o povo. Só seremos uma democracia quando os assassinos do povo, incluindo os de colarinho branco, forem todos punidos eemplarmente! democracia é liberdade de lutar por direitos!
A voz combativa do Cícero ecoará por muito tempo! Companheiro Cícero:presente!
sua morte está ligada ao fato de ser líder do mst? o que fundamenta isso?
querem calar a boca dos que lutam pelos direitos dos menos favorecidos, que a covardia feita com esse líder sirva de encorajamento para os que restarem.
que a covardia feita contra esse líder dos menos favorecidos sirva de encorajamneto para os seus companheiros de luta. E que deus abençoe e console seus familiares e amigos por essa grande perda, e abençoe a todos os justos para que continuem lutando.
Todo apoio ao MST e ao Sindicato dos Petroleiros na luta pela justiça no campo e na cidade.
É com enorme tristeza e revolta que tomo conhecimento do assassinato de Cícero.
Não é de hoje que a nossa região vem sendo tomada de forma covarde e que a maioria de nós simplesmente assiste sem grandes manifestações...já se foram os tempos de melhores organizações sociais nestas bandas, sempre dominadas que foram pelos senhores de engenho e agora também por inumeráveis outros interesses empresariais...
Aproveito o espaço do Blog, professor, para registrar o meu sincero pesar pela perda o grande líder!
Luiz Felipe Muniz de Souza
Dessa vez foi Cicero,lider do MST, mas somos tetemunhas de muitos outros atentados contra a vida humana. Portanto, deveremos sempre nos posicionar com muita firmeza no sentido de exigir de nossas instituições muito rigor na punição de todos os criminosos. Precisamos interferir para corrigir o rumo de banalização que é dado a vida humana.
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