Não há quem não tenha e que não possua reclamações. As limitações e dificuldades são cada vez maiores para os usuários.
Há quem compreenda que seria melhor apostar e exigir melhorias na rede pública, ao invés de investir milhares de reais ao longo da vida, para ter que aturar as dificuldades, filas e variadas exigências impostas pelos controles dos planos de saúde.
Com a economia seria melhor manter uma conta de poupança para situações de emergência, desde que se tenha organização e cuidado, para manter intactas estas reservas que seriam das mensalidades dos planos.
Com o avanço da medicina de diagnóstico e de tratamento com equipamentos caros, cada vez se gasta mais para manter a saúde e a vida. É baseado nisto que os planos reclamam reajustes e aumentam os controles.
De toda a sorte, não é fácil entender a conta de que os planos de saúde faturam R$ 90 bilhões por ano para atender um universo de 48 milhões de segurados, enquanto o SUS tem R$ 88 bilhões para cuidar de todos os brasileiros, quase 200 milhões de pessoas.
Mesmo que muitos municípios complementem estes valores do SUS em seus territórios, eles são insuficientes para esta cobertura, sabendo que mais de 70% dos atendimentos de alta complexidade dos que têm plano são feitos pelos hospitais públicos, sem nenhum reembolso dos mesmos.
É certo que no modelo que temos os governos não dariam conta de atender toda a demanda da população, por isto, as chamadas contratualizações com o setor privado amenizam as demandas, mas, também fazem migrar recursos valiosos que poderiam melhorar a saúde pública.
O quadro é complexo e este texto não pretende, nem de longe, dar conta do problema, apenas, apontar o quadro que toda vez que aqui é comentado e trazido para o debate produz um número enorme de comentários e reclamações.
65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
2 comentários:
Esta, a dos planos de saúde, é mais uma forma do capital mostrar-se presente e dando uma baita de uma rasteira em todos, médicos e usuários, ambos EXPLORADOS por empresas que visam unica e tão somente o lucro sem contrapartida para ninguem a não ser os donos dessas empresas , os quais, muitas e muitas vezes não entendem NADA de saúde, apenas de contabilidade e especulação.
Bom seria se aqueles que entendem de saúde, respeitam os médicos e usuários fossem os donos dos planos de saúde. Infelizmente estas mesmas pessoas, que detestam o lucro e a especulação, estão ocupadas demais para mostrar a esta gente mesquinha e incompetente como se cria e gere um plano de saúde...
Desculpe blogueiro. Isto não é um salvo conduto para os planos de saúde ou para seus péssimos gestores... É um registro de nossa eterna cultura da vitimização e à superficialidade da crítica. Por vítimas, nunca somos os culpados por nada. Sempre imputamos a culpa ao outro. E superficiais porque padecemos deste grande mal contemporâneo onde sabemos muito pouco sobre quase tudo...
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