O caso do Caps em Campos (vide aqui com os comentários dos leitores) é um ótimo exemplo para se compreender como um fato, ou uma realidade, pode ter várias leituras e, no mundo atual, você pode ter acesso a todas, mas a conclusão (opinião) é sua, sem aquela velha e surrada história de "formar opinião".
O Jornal Nacional trouxe o problema. O médico Flávio Mussa Tavares do próprio Caps III considerou a matéria malfeita, defendeu que os pacientes e os técnicos do Caps fossem ouvidos. O deputado Garotinho, mesmo em defesa da prefeita, admitiu precariedade e a necessidade de melhorar o atendimento no Centro e também citou possíveis outros interesses na matéria da Globo.
Além de uma atual opinião fica evidente que é preciso se conhecer mais detalhes sobre o funcionamento, não apenas do Caps III, mas, do I, II e IV para o aperfeiçoar o conhecimento da realidade em busca da verdade.
Porém, mais importante que a notícia é a realidade. Com tantos recursos que o município dispõe não possível atender melhor aos pacientes que necessitam de apoio psiquiátrico visando sua ressocialização?
Assim caminharíamos na linha do que disse o médico Flávio Mussa Tavares em um dos seus comentários:
"gostaria mesmo é que essa reportagem malfeita, sem um questionamento aos funcionários técnicos, fosse o gancho para que as autoridades que não conhecem o problema em suas minúcias e rotinas, fossem despertadas. A verba é federal. O município tem gestão plena. Tenho boas expectativas sobre esse fato".
65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
8 comentários:
A questão é que agora vão defender a prefeitura dos atos abomináveis. Diante da fala do Doutor Flávio Mussa, o que eles irão fazer, pressionar os pacientes a rezar na cartilha do governo?Vão induzir respostas? Ao invês de exigir que a Globo entrevista com os internos, eles deveriam aceitar que um instituto ou órgão autonomo investigue todos os Caps para atestar a qualidade dos atendimentos. Aí, sim, poderemos tirar a prova dos noves.
Leniéverson,
É preciso parar de acreditar em órgãos autônomos e independentes para investigar e pesquisar as coisas. Qualquer coisa, sendo de órgão público ou privado.
Assim, também, depois de muita pressão foi contratada uma auditoria para avaliar possíveis desvios do subsídios das passagens e do cartão cidadão.
Nós pagamos pela auditoria e o resultado? E a pressão do contratante?
Até aqui a evidência é de que as coisas não estão como poderiam e deveriam estar.
É possível que as coisas não estejam tão degradantes como a matéria concluiu, mas, é provável que o tratamento psiquiátrico e a ressocialização dos pacientes estejam abaixo do que todos gostaríamos.
Repito, além do Caps III há outros três.
Qualquer auditoria e investigação de agora para diante, mesmo que aponte para as melhorias que desejamos, não vai conseguir mostrar com fidedignidade a realidade do momento anterior à reportagem, por questões óbvias.
A crítica do "farta" da funcionária de apoio, que teve um peso enorme na matéria, dificilmente será repetida e a interpretação da sua colocação pode ser a da ausência de coisas básicas, mas, também, a uma forma bem humorada de se pronunciar sobre outras necessidades.
O caso merece atenção do Conselho Municipal de Saúde com representantes eleitos da sociedade para fazer o Controle Social da gestão de saúde do município.
Ainda assim, depois da notícia, ela sempre se baseará em fatos e situações que podem ter sido alteradas por interesses e defesas das partes envolvidas.
O bom e correto seria que o Conselho cumprisse sua função de forma preventiva.
Enfim, o debate é longo e saudável.
A verdade é que o atendimento ao doente seja mental ou não precisa ser mais humano.
Lembro-me das críticas do Garotinho ao sistema prisional brasileiro,dizendo que o PT não avançou na qualidade do serviço oferecido e que em breve estariam detidos as estrelas do partido sentindo na carne o descaso dos presidios no país.
Então seguindo a análise do Garotinho, acho muito bom ele refletir sobre o tratamento dado por ele aos doentes mentais, porque muito provavelmente ele deverá ser um dos internos de uma instituição dessas.
Que tal se Igreja Católica investigasse?
Caro professor Roberto Moraes.
Primeiramente, se me permite, gostaria de continuar o debate, pois acredito que o senhor possui valores que compartilho em relação a economia de nossa cidade, principalmente ao que seria razoável em relação a cidadania (que possui uma profunda dimensão econômica), além de você ocupar, graças ao fenômeno da internet, uma função social importante na divulgação dos fatos econômicos de Campos, que de outro forma não são seriam divulgados por falta de interesse de outros meios de comunicação em expor.
Entretanto, devo confessar que mais do que VISÕES, OPINIÕES E CONCLUSÕES (que me são próprias, embora existam pessoas que compartilham dela) diferentes (no que se refere ao que é de BOM SENSO fora do campo econômico), temos SENSIBILIDADES profundamente distintas a respeito desses seres que PRECISAM (veja que não é um caso de escolha) serem "bancado pelo orçamento da sociedade."
O senhor disse que não possui "juizo de valores" a respeito da realidade do CAPS, e por BEM DESSES SERES acho que o senhor deveria continuar não o possuindo, precisamente porque não deve haver juízo de valores sobre a loucura ou a realidade do CAPS. Agora, distintamente, pode haver OPINIÃO sobre o espaço do CAPS, pra isso não é preciso formar "juízos de valores", o que o próprio psiquiatra, no alto de seu infeliz comentário, reconheceu ao afirmar que "Vivemos uma realidade de alta demanda num espaço não adequado."
Honestamente, desejo que o senhor perca o interesse em conhecer a realidade do CAPS, pois apesar de me aparentar que seria um ótimo administrador municipal, não tem tempo para construir uma imagem (melhor diria, novamente, SENSIBILIDADE) no que é MINIMAMENTE IDEAL para se tratar esses seres que infelizmente PRECISAM serem "bancado pelo orçamento da sociedade."
Quanto a minha proposta anterior em não adentrarmos em sentimentos, algo que essa questão suscita, me sinto relativamente confortável em relação a isso, já que não fui o primeiro a cair em contradição em relação a nossas verdadeiras intenções, algo notável em seus comentários, vejamos:
"O blog estimula o leitor a fazer a leitura das diversas fontes, se aprofundar nos temas, e assim construir, para si próprio a sua opinião, que mais adiante pode ser reformulada, sem tutelas, de nenhuma forma."
http://www.robertomoraes.com.br/2013/02/a-pior-das-ultimas-mas-noticias-para-o.html
Comentário este feito durante o calor do debate sobre o Porto do Açu no dia 14/02/2013, algo profundamente distinto do blogueiro de hoje, que no mínimo vulgar afirma (sem cortes):
"O caso do Caps em Campos (vide aqui com os comentários dos leitores) é um ótimo exemplo para se compreender como um fato, ou uma realidade, pode ter várias leituras e, no mundo atual, você pode ter acesso a todas, mas a conclusão (opinião) é sua, sem aquela velha e surrada história de "formar opinião"."
(http://www.robertomoraes.com.br/2013/02/a-analise-da-noticia-no-caso-do-caps-em.html)
Portanto, gostaria de deixar minha opinião... a questão do tamanho da gaiola importa. Embora não seja leitor de Foucault, procurei uma citação dele, num livro disponível na internet no site 4shared, chamado doença mental e psicologia, que serve para enriquecer o debate e muito particularmente a minha OPINIÃO, já que em que a certa altura do campeonato, discutindo sobre a Constituição Histórica da Doença Mental, afirma o autor:
"O essencial é que o asilo fundado na época de Pinel para o internamento não representa a "medicalização" de um espaço social de exclusão; mas a confusão no interior de um regime moral único cujas técnicas tinham algumas um caráter de precaução social e outras um caráter de estratégia médica."
Desejo dias melhores para o senhor, e que continue na seara da economia.
Vinícius Coelho.
Caro Vinícius,
Sua opinião merece ser considerada em diversos aspectos.
Entendo sua opinião sobre as dificuldades que haverão para conhecer os Caps em todas as suas dimensões, inclusive o que você chama de sensibilidade.
Discordo, ou não entendi, quando se refere a contradições nas citações sobre a importância de se usar diferentes fontes e análises para a construção da opinião, "sem tutelas", sim.
Quanto ao tamanho da gaiola confesso, agora e ainda, não ter nenhuma noção, quanto mais opinião, com ou sem Focault.
Dias melhores desejo sempre, mesmo que que seja na retórica ou na ingenuidade pueril.
E sigamos em frente!
zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz....
não tem coelho neste mato.
zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz
Não precisa ser época de Páscoa para atrair com cenoura e sem armadilha coelho.
Atração fatal.
zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz
Postar um comentário