Avaliação feita sobre o interesse da EBX vender a MPX

Ela foi feita pelo blog, Casa das Caldeiras, da seção do Valor Investe - no Valor Online:

"Eike sondou mercado para venda de suas ações da MPX na bolsa"

"A reação em queda das ações da MPX na bolsa à notícia veiculada pela revista Veja de que a alemã E.On iria comprar o controle da companhia resume o quanto o grupo EBX e o empresário Eike Batista estão desacreditados no mercado.

Uma eventual venda de controle dispararia o tag along e teria força para fazer disparar as cotações da empresa. As ações não reagiram porque já há alguns pregões uma série de rumores sobre a empresa circulam no mercado. Como os investidores estão cada vez mais céticos em relação ao empresário, acreditam que algumas notícias que têm vazado na imprensa ou circulado entre as mesas de operação têm o objetivo de fazer subir a cotação da MPX.

Que a MPX está à venda, o mercado sim, acredita. No cenário atual do grupo esse seria um dos ativos para o qual Eike encontraria um comprador.  Mas o mercado não acredita que o atual sócio E.ON esteja disposto a ficar com o controle da empresa porque a operação dispararia o tag along (prêmio de controle) e também a obrigaria a alemã consolidar as dívidas do grupo — em setembro de 2012, a dívida líquida da MPX era de R$ 4,6 bilhões. 

Eike tem hoje, na pessoa física, 50,14% da MPX, que valia na bolsa sexta-feira R$ 6 bilhões. Como ele tem pressa de vender a empresa, a forma mais rápida seria fazer um block trade (leilão de venda) de suas ações na bolsa.  Nas contas dos investidores, o empresário poderia praticamente sair do negócio, o que implicaria em uma venda de R$ 3 bilhões — com essa proporção, faria despencar as cotações da MPX no mercado.

Apesar da pressa em fazer dinheiro com a venda de participação na empresa, Eike não quer fazer negócio a qualquer pressa. A decisão da MPX foi buscar âncoras para entrar nesse leilão de venda de participação a um preço já acordado, tentando evitar queda muito acentuada das cotações. Dois sócios, tanto a alemã E.ON, quanto o BNDES, teriam concordado em comprar parte das ações do empresário. Mas a MPX também sondou o mercado em  busca de mais apoio.  Consultou algumas gestoras cariocas com as quais já fez parcerias em outros negócios e recebeu alguns Oks. Até que uma gestora consultada rejeitou participação. Mais do que isso, por conta da expectativa que viria a forte oferta vendedora teria, inclusive, montado uma operação vendida (apostando na baixa das cotações).

Ao mesmo tempo em que buscava algum apoio no mercado para poder concluir esse block trade, alguns rumores sobre a companhia , favoráveis à alta das cotações, começaram a aparecer. Semana passada, um banco estrangeiro que teria sido contratado para realizar o leilão de venda, teria comentado sobre a possibilidade de uma oferta para fechamento de capital da MPX a um grupo de investidores. E, no fim de semana, saiu a notícia do interesse da E.On no controle. A alta das cotações ajudaria a Eike a vender sua participação a um preço melhor. Mas a  sondagem que a  MPX fez anteriormente a alguns no mercado em busca de apoio para o block trade faz as ações reagirem hoje no campo negativo, sem acreditar em uma eventual oferta da E.ON pela companhia.  Se o empresário vendesse suas ações via block trade, transformando a empresa em uma companhia sem controle definido, o pagamento de tag along poderia não ser certo.

Desde que chegaram à bolsa, os vazamentos de notícias sobre as ações do grupo são frequentes. Mas por conta do histórico do empresário de entregar resultados fracos, o mercado tem esperado os fatos antes de esboçar qualquer reação; Também circulam no mercado rumores de que, além da venda da fatia de R$ 3 bilhões de Eike, a MPX deverá fazer uma captação primária na casa do bilhão para engordar seu caixa."