OSX vai recorrer de multa aplicada pela
Secretaria do Ambiente
RIO - O diretor de sustentabilidade do grupo EBX Paulo Monteiro afirmou há pouco que vai recorrer da multa de R$ 1,3 milhão aplicada hoje pela Secretaria Estadual do Ambiente à OSX pelo aumento do índice de salinidade em águas de São João da Barra e questões decorrentes do assunto. Monteiro reconheceu que houve um extravasamento de água salinizada em barreiras de contenção da companhia nas obras de construção do Porto do Açu, no município de São João da Barra, região norte do Estado do Rio.
Segundo o executivo, a falha técnica detectada na barreira de contenção, cujo motivo ainda está sendo analisado, causou também um aumento do índice de salinidade do canal de Quitingute. No entanto, segundo ele, tanto a possibilidade de extravasamento quanto o aumento do índice de salinidade já estavam previstos no Estudo de Impacto Ambiental (EIA) do projeto.
“Nós fomos licenciados dessa forma pelo próprio Inea [Instituto Estadual do Ambiente]”, disse.
O executivo destacou, no entanto, que a salinização do canal aumentou em decorrência de duas estradas construídas pela prefeitura de Campos e de São João da Barra, em cima do canal de Quitingute, que represaram a água do canal e impediram que fluíssem adequadamente para o mar, conforme acontecia quando o projeto foi licenciado. Desde segunda-feira, a OSX interrompeu o fluxo de água salobra.
Hoje mais cedo, o secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, anunciou multa a ser aplicada hoje à OSX, estaleiro do grupo EBX que está sendo construído no local, pelo aumento da salinidade do local causado por obras da companhia, pela OSX não ter notificado o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) quando detectou o aumento do índice de salinidade e também pela realização de obras para reduzir o índice de salinidade das águas sem avisar o Inea.
Monteiro explicou que a companhia identificou o aumento das quantidades de sal no canal em 19 de dezembro e no dia 20 informou ao Inea, no entanto de maneira informal, por telefone. O secretário Carlos Minc afirmou hoje de manhã que soube do ocorrido por meio de denúncias locais e constatou que era verdade em 3 de janeiro, por meio de uma visita no local.
Ontem, o Ministério Público Federal (MPF) em Campos moveu uma ação civil pública com pedido de liminar pedindo o fim das obras do Porto do Açu em função da salinização de águas doces em canais e lagoas durante as obras. Também são réus da ação movida pelo MPF o Ibama e o Inea. A OSX também já informou que vai recorrer dessa ação.
Monteiro confirmou os índices de salinidade apresentados por Minc hoje mais cedo. Segundo o secretário, o índice de salinidade do canal, que deve ficar por volta de 0,5 grama de sal por quilo de água, chegou a apresentar índice de 2,2 gramas/quilo. Hoje já reduziu para 0,9 grama/quilo, depois da interrupção do fluxo de água salobra. Monteiro afirmou ainda que os problemas não impactaram o cronograma dos projetos. O estaleiro, em construção pela OSX, e o Porto do Açu, em construção pela LLX, devem entrar em operação no fim deste ano."
PS.: Atualizado às 13:14: para subir para este espaço o comentário do Denis Toledo, morador de Barra do Açu:
Ele tem que olhar a situação das desapropriações desastradas que muitos até agora não receberam 1 centavo, olhar a Vila da Terra, que eles dizem ser modelo e que vive abandonada sem o título de propriedade dos atuais moradores. Enfim, o Sr. Paulo Monteiro deveria andar mais no município e chamar para acompanhá-lo o atual representante da prefeitura municipal. Na hora de posarem na foto com o Jaime Lerner para anunciarem o Bairro "X" eles gostam, agora enfrentar os problemas causados por eles mesmo e pela inércia do poder público todos querem empurrar para os outros as responsabilidades.
Esse tipo de postura me assusta, pois problemas maiores estão por vim e se essa for a linha de posicionamento SJB tem muito mais a perder do que ganhar."
3 comentários:
Acho infeliz essas declarações de um executivo que diz que a responsabilidade social e ambiental estão no DNA da empresa, o mínimo que poderiam fazer é pagar essa multa que é muito baixa diante dos problemas causados. As pontes em questão são de Marrecas e de Bajuru, a de Bajuru inclusive estava sendo construída com dinheiro do próprio grupo X.
Ele tem que olhar a situação das desapropriações desastradas que muitos até agora não receberam 1 centavo, olhar a Vila da Terra, que eles dizem ser modelo e que vive abandonada sem o título de propriedade dos atuais moradores. Enfim, o Sr. Paulo Monteiro deveria andar mais no município e chamar para acompanhá-lo o atual representante da prefeitura municipal. Na hora de posarem na foto com o Jaime Lerner para anunciarem o Bairro "X" eles gostam, agora enfrentar os problemas causados por eles mesmo e pela inércia do poder público todos querem empurrar para os outros as responsabilidades.
Esse tipo de postura me assusta, pois problemas maiores estão por vim e se essa for a linha de posicionamento SJB tem muito mais a perder do que ganhar.
Denis, o que eles não são é burros. Pagar a multa é admitir a infração, e dar munição jurídica para novos questionamentos.
Não é o valor venal da multa, mas sim o seu valor simbólico que faz que esperneiem.
É o aviso de como entendem o Estado e como se portam diante dele, em outras palavras: danem-se todos!
Quem tem dinheiro tem poder. O pobre entra na cadeia e fica , o rico entra mas logo sai. O progresso esta ligadão com o capital. No olhar do capitalista um grande porto é mas importante do que alguns
Acredito que pagar multas pelas infrações é uma boa saída, somente assim o progresso pode chegar a região . O dinheiro foi criado para o bem do capitalista. Triste dos pobres se não fosse o capital. É bem melhor uma lagoa salinada sem peixes, porém emprego desenvolvimento social e o povo saindo do penoso extrativismo.
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