Mesmo com uma maior dinâmica econômica em outros, dos oito demais municípios da região Norte Fluminense, Macaé, município que tem a base das operações de petróleo e gás da região, continuou disparado na geração de empregos, no ano de 2012.
Na tabela abaixo, publicada aqui no dia 26 de janeiro, no blog Economia do Norte Fluminense, pelo professor Alcimar das Chagas é possível ver que o município de Macaé alcançou o saldo de 6.262 empregos formais, contra 2.845 empregos que é a soma do saldo de empregos, nos demais municípios da Região Norte Fluminense (RNF) no ano de 2012.
O fato vem ratificar a capacidade de arrasto do setor de exploração de óleo e gás, que quase quarenta anos depois da base da Bacia de Campos ser instalada em Macaé, ainda continua a gerar e multiplicar empregos de uma forma muito significativa.
O indicador se confirma com os dados de que a maioria do saldo 6,2 mil empregos em Macaé estariam assim distribuídos: 44% na construção civil; 36% na atividade de serviços; 9% no comércio e 5% na indústria de transformação.
No início do ano 2000, o município de Macaé apesar de ter, menos da metade da população de Campos dos Goytacazes, ultrapassou, em números absolutos de empregos formais a cidade a que até então continuava como polo regional do Norte Fluminense.
Em 2010, Macaé possuía 118 mil empregos formais, enquanto o município de Campos dos Goytacazes 87 mil, uma diferença de estoque de 30 mil empregos.
A pujança econômica do setor de óleo & gás também se reflete na qualidade do trabalho e no salário médio. Enquanto em Macaé o salário médio é de 7,5 salários mínimos, em Campos é de 2,4 salários mínimos.
O crescimento do estoque de empregos em Campos com 1.288 vagas e SJB com 855 vagas refletem o crescimento da área de serviços em Campos (que jé é forte, especialmente em saúde e educação) e as contratações para a implantação do Complexo do Açu em SJB. Porém, estes números ainda estão muito abaixo daqueles que continuam a ser gerados em Macaé.
Há indícios que uma parte, não tão pequena assim, de empregados que atuam no Açu tenham seus registros de empregos formalizados em outros municípios e estados, em função da grande maioria das empresas que atuam nas obras do Complexo do Açu serem de fora da região.
Interessante ainda de observar que o município de São Francisco do Itabapoana, mesmo sem as receitas de royalties como município produtor, tem o terceiro melhor saldo de empregos entre os oito municípios, o que leva a interpretar que a maior responsabilidade por estes números tenha sido a instalação e funcionamento da Destilaria Cana Brava, na localidade de São Diogo, próximo à Travessão, na divisa com o município de Campos dos Goytacazes.
PS.: Atualizado para pequenas correções às 11:26 e 11:32.
PS.: Atualizado às 17:24: Para incluir dados enviados pelo Fernando Aguiar da compilação em Nota Técnica da Firjan "Acompanhamento sobre Mercado de Trabalho Formal Fluminense - Resultado 2012:
Nos dados sobre a região Norte Fluminense, a Nota Técnica da Firjan diz:
65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
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Um comentário:
Caro Roberto, excelente a sua postagem sobre o comportamento do emprego formal em nossa região. Na nossa Campos, ocorreu uma forte retração da construção civil em 2012, talvez como decorrência do fim das obras públicas das 5 mil casas populares. Entretanto, olhando o comportamento do emprego em um período mais longo, nos 4 anos encerrados em 2012, forma criados mais de 11 mil vagas formais, quase 3 vezes mais, em relação aos 4 anos imediatamente anteriores, mesmo considerando a alta sazonalidade da indústria canavieira de campos. Ainda temos um longo caminho na direção do pleno emprego, tanto no país ,quanto em nossa cidade. Contudo, a retomada dos investimentos públicos do poder público local este ano e a resolução dos impasses recentes no Projeto do Açú ( que vc tão bem tem acompanhado) podem reaquecer nosso mercado de trabalho. Aí surge a necessidade de qualificação em larga escala, de nossa força de trabalho, com apoio de nosso sistema local de ensino e pesquisa.
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