“Cypherpunks – liberdade e o futuro da internet” é o novo livro de Julian Assange, o ideólogo do Wikileaks, que está saindo no Brasil pela editora Boitempo. O livro é o resultado de reflexões de Assange com um grupo de pensadores rebeldes e ativistas que atuam nas linhas de frente da batalha em defesa do ciberespaço (Jacob Appelbaum, Andy Müller-Maguhn e Jérémie Zimmermann). A edição brasileira conta com a colaboração da jornalista Natália Viana e do filósofo esloveno Slavoj Žižek.
Assange diz na introdução: “À medida que os Estados se fundem com a internet e o futuro da nossa civilização se transforma no futuro da internet, devemos redefinir as relações de força”. A questão-mor parece ser: queremos uma internet com poderes para emancipar a humanidade, ou assistir à sua transformação em uma “distopia de À medida que os Estados se fundem com a internet e o futuro da nossa civilização se transforma no futuro da internet, devemos redefinir as relações de força”. A questão-mor parece ser: queremos uma internet com poderes para emancipar a humanidade, ou assistir à sua transformação em uma “distopia de vigilância moderna”.
Do release da editora sobre o livro: “Apesar de a internet ter possibilitado verdadeiras revoluções no mundo todo, Assange prevê uma grande onda de repressão no mundo on-line, a ponto de considerar a internet como uma possível ameaça à civilização humana devido à transferência do poder de populações inteiras a um complexo de agências de espionagem e seus aliados corporativos transnacionais que não precisarão prestar contas pelos seus atos. Em contrapartida, propõe o lema “privacidade para os fracos e transparência para os poderosos.
Julian Assange tem sido uma voz proeminente no movimento cypherpunk desde os anos 1990. Ele criou inúmeros projetos de software alinhados com a filosofia do movimento, inclusive o código original para o WikiLeaks. Preso em dezembro de 2010, o ativista é mantido em prisão domiciliar no Reino Unido desde então, sem que qualquer acusação formal tenha sido feita contra ele. Em maio de 2012, o Reino Unido decide extraditar Assange para a Suécia. Temendo que o governo sueco o entregasse às autoridades norte-americanas (que já manifestaram seu interesse de julgá-lo por espionagem e fraude), o ativista consegue asilo político na Embaixada do Equador em Londres, onde permanece desde junho deste ano. Nesse tempo, Assange tem se dedicado a promover debates sobre a sociedade contemporânea com grandes intelectuais de todo o mundo e foi dentro deste contexto que escreveu Cypherpunks.”
Clique aqui e leia de Assange ao Estadão. Se desejar assistir a entrevista na TV da Agência Estadão clique aqui. E, por fim, aqui se quiser ler a entrevista à revista Carta Capital.
65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
6 comentários:
Me chamou atenção nesta publicação o comentário do senhor Assange sobre o risco crescente de implantação de uma sociedade "vigiada", através deste instrumento ( a internet) cuja missão seria a de libertação....
Sobre o assunto vale ler ainda:
"Busque e Destrua – Por que você não pode confiar no Google".
"A Googlelização de Tudo".
Tem um terceiro que é também muito contundente no assunto.
Seria "O Filtro Invisível, o que a internet esconde de você"? de Eli Pariser?
Sim. Este livro do Parisier é também assustador.
Todos podem exagerar um pouco. Seria natural. Porém, eles mostram um outro lado.
Outro livro que fala menos de segurança dos dados e da falta de menos da questão de privacidade x transparência, mas, de como a internet altera a nossa forma de viver, de ver o mundo e até como estaria mudando nossos cérebros, é o livro do Nicholas Carr "A Geração Superficial - O que a internet está fazendo com nossos cérebros".
Carr, que escreve sobre economia e tecnologia fala sobre a mudança de hábitos e rotinas e riscos de deterioração mental, dificuldade em se concentrar, em ler um livro em aprofundar um pensamento, em detrimento de desejos de informações novas, de estar online horas à fio.
O autor chega a dizer que ao pensar sobre isto chega a sentir saudades do seu antigo cérebro.
Há muito tempo, lá no planície eu escrevi algo que foi rechaçado como loucura.
E é.
Mas deixe-me delirar um pouco.
Eu dizia que há um problema ainda maior que a possibilidade de controle de todos nossos hábitos, culturas, decisões, contatos, consumo, etc, nas mãos das empresas que monopolizam os sítios de busca, mas que são, de verdade, sítios de caça, onde nossa necessidade de obter informação e de estarmos conectados a estas plataformas nos faz parecer insetos atraídos para luz.
Há algo pior.
O desenvolvimento das inteligências artificiais sempre emperraram em um ponto: por mais rápidos que fossem os processadores, eles não conseguiam operar em um universo de "escolhas" humanas, porque nada se compara ao conjunto de sensações, percepções e informações catalogadas pela mente humana ao longo de uma vida, e de outras vidas, se considerarmos a herança genética que nossa evolução nos lega.
Pois bem, parece que os superprocessadores vão poder utilizar todo este conjunto de informações que nós entregamos "de graça", todos os dias, não só quando buscamos, mas quando usamos blogs, micro-blogs e outras redes de troca.
Em algum tempo, saberão mais de nós que nós mesmos.
Douglas da Mata, cuide do seu planície. Use seu blog para criticar as opiniões dos outros e escrever os seus delírios.Não cloque as lamas do seu blog em blog alheio.
Postar um comentário