sexta-feira, março 22, 2013

Aterro hidráulico no Açu

A área que está sendo aterrada para a construção do complexo logístico industrial e implantação do Distrito Industrial de São João da Barra (DISJB) é imensa. Confesso, que mesmo já tendo visto muitas imagens, além de acompanhar em detalhes, através de pesquisas e visitas às localidades do entorno do empreendimento, desde o seu início, ao olhar, ao vivo e a cores, do alto do helicóptero, a cerca de 200 metros, não há como não se espantar.

O aterro hidráulico com a areia retirada do fundo do mar, através de dragagens (imagens abaixo) para a construção do canal de atracação para os terminais TX-1 (ponte - offshore) e TX-2 (o onshore - no continente) do Porto do Açu, seria um dos dois fatores a contribuir para a salinização das águas e do solo da região do Açu, identificada em pesquisas da Uenf, confirmada depois pelo Inea e, reconhecida pelo próprio grupo EBX. A salinidade teria subido a níveis entre 5 e 7 vezes à da água do Paíba do Sul.

Outro fator contributivo para a salinização que atingiu o solo seria provocado pelo canal do TX-2 de acesso ao estaleiro (mostrado em imagens no dia 19-03, aqui neste blog), onde a penetração da água do mar nos lençóis freáticos e no solo da região, provavelmente, se deu através da comunicação com a água do canal Quintigute. Supõe-se que através do uso desta água (salinizada) para irrigação, também se salinizou o solo, infertilizando-o e inviabilizando a atividade rural (agrícola e pecuária) em extensa área com risco definitivo de desertificação.

O blog vai apresentar abaixo algumas fotos que mostram a forma e a extensão do aterro hidráulico previsto para ser feito em toda a área de ocupação do porto e das atividades industriais do Complexo do Açu.

Além de espanto, naturalmente, se argui, o motivo deste aterro hidráulico ter sido estendido às margens da Lagoa do Iquipari, já nos limites da Fazenda Caruara, área que o Inea determinou, no processo de licenciamento ambiental das atividades produtivas do Complexo do Açu, que fosse reservada à uma unidade de conservação ambiental, do tipo RPPN (Reserva Particular do Patrimônio Natural).

O flagrante da situação da proximidade do aterro com as margens da Lagoa de Iquipari,  pode também ser vista com a foto, enviada ontem, pela própria Assessoria de Imprensa da LLX, acompanhando um release de plantio de vegetação de restinga nesta reserva de cerca de 4 mil hectares.

A visualização desta área de aterro é do mar para o continente. Observem o acúmulo de água salgada sobre parte da areia. É importante ressaltar que a fotos foram feitas na manhã do dia 13 de março quando se tinha muitos dias de sem chuva na região. Observem ainda um raso canal que tem a finalidade de drenar a água que escorre da areia molhada.
Os limites do atero hidráulico e os riscos que pode representar para o restante das terras agricultáveis


Infelizmente, esta imagem que pegou a estrutura do helicóptero, mas, com ela se tem uma dimensão da grandiosidade do aterro ao se comparar os caminhões movimentando carga em meio ao areal.
A área de restinga, o canal de drenagem da água escorrida do aterro da área do Terninal TX-1, ao fundo, do lado esquerdo da imagem, onde se situam os filtros do sistema de filtragem que processará (desidratará - retirará a água) que vira junto com o minério sob a forma de pasta, antes de ser remetido pela esteiras para o TX-1. (Há que se observar o uso que esta água terá depois de filtrada, mesmo considerando, as previsões constantes do EIA/Rima que não identificou corretamente, os problema que se está vivendo com a salinização das águas e do solo na região.




























Outro lado dos limites da extensão do aterro hidráulico
Com esta imagem se pode ver mais nitidamente como o aterro hidráulico encosta nas margens da Lagoa de Iquipari




















A draga em alto mar, a cerca de 2/4 quilômetros da entrada dos terminais TX-1 e TX-2 à direita da imagem


Área do estaleiro OSX, em construção, junto ao canal TX-2, também aterrada  e depois terraplanada, com areia retirada do canal em construção e também com sedimentos da Lagoa (Canal) do Veiga. Nesta foto é possível ver o estágio das obras do estaleiro
Sistema de filtragem da pasta que chega no mineroduto que é desidratada, extraindo o minério e filtrando a água, que será utilizada em alguma parte do processo, permitindo que o minério seja levado por esteiras ao Terminal TX-1.

Foto da Assessoria de Imprensa da LLX, enviada ao blog, ontem, 21-03, junto com release sobre plantação de restinga, no dia da Floresta na RPPN da Fazenda Caruara, onde se pode ver, também do nível do solo, a proximidade do aterro hidráulico com a margem da Lagoa do Iquipari.

























PS.: Atualizado às 17:22 para acrescentar mais uma foto à postagem.

4 comentários:

Anônimo disse...

141O importante são os empregos que estão sendo gerados. Empregos , mais empregos, este país precisa de empregos, de desenvolvimento.

Anônimo disse...

Roberto
Esta mensagem enviada ao Garotinho não precisa ser divulgada; apenas é uma forma de me proteger. Em outro momento, divulgarei os fatos com pormenores,como forma de denunciar como agem para calarem as pessoas.

Garotinho
Vou contar um fato que você o conhece bem, pois além de me conhecer bem, eu já o relatei anteriormente.
Diz respeito ao processo administrativo que sofri por conta da denúncia feita por Janaína Tostes (administradora da unidade de Custodópolis, indicada pelo vereador Albertinho e que você e rosinha a mantiveram, enquanto ela fez 2 denúncias contra mim, devido ao fato de eu não querer realizar consultas para a campanha política do vereador). O Paulo Hirano, secretário de saúde da época, fez 4 pedidos para a transferência dela da unidade e você e rosinha a mantiveram até que a substituíram pelo sobrinho do vereador, o senhor Alan Castilho, que, inclusive, continua na unidade até hoje. Qual a razão de estar escrevendo isto agora: primeiro, porque já lhe relatei isto anteriormente e na época nada foi feito (inclusive a Janaína disse que tinha total apoio seu, do vereador albertinho e da rosinha para fazer o que fez); segundo, o que estou lhe escrevendo está na rede da internet e é uma forma de me proteger; terceiro, porque estou sofrendo um outro processo, feito pela mesma pessoa e da mesma época: acusam-me de ser conivente com um médico que encaminhava os paciente para sua clínica. Trabalho em Custodópolis há 12 anos, todos me conhecem e sabem que nunca faria isso. Estou sofrendo acusações por uma pessoa que fazia campanha política para o vereador Albertinho, com total apoio de vocês,às custas de consultas e remédios, uma prática que sempre condenarei. Sou Vera Marques, pediatra e nos conhecemos há 25 anos. Você sabe quem eu sou.

Anônimo disse...

Isso sim que é impacto ambiental em,uma área de restinga totalmente aterrada dessa forma,algum tipo de vegetação poderá ser plantada em cima disso? Dizem que além do calor infernal que virou essas áreas, quando venta os trabalhadores se sentem como se em um deserto tivessem.

Tiram isso é uma obra gigantesca e que deverá mudar os rumos da região, pena que boa parte da população que lá vive não fará parte dessas mudanças.

Anônimo disse...

Em meio a terras improdutivas, verdadeiros oásis de exploradores de terras, enfim... o desenvolvimento, graças a Deus !