O projeto de R$ 500 milhões da Jurong Aracruz objetiva aproveitar as oportunidades geradas com o avanço da exploração na camada do pré-sal no litoral brasileiro e também capixaba. O grupo asiático está de olho, não apenas na Petrobras, mas, também em outros grupos que atuam e virão para cá.
O projeto do EJA prevê o uso de uma área de 850 mil m², um Dique Seco de 510 m x 120 m x 11 m; um cais de 740 m; uma capacidade de processamento de aço de 4 mil ton/mês; e a contratação de 2.500 funcionários para a fase de construção e 5.500 na fase de operação. (maquete ao lado)
Pois bem, o projeto no ES está avançando, técnicos brasileiros formados na área de metal-mecânica já começaram a ser mandados ao exterior para serem treinados, junto com professores do IFES (Instituto Federal do Espírito Santo) que dão apoio ao projeto, junto com o governo estadual.
Nos últimos dias, políticos capixabas, liderados pelo governador Renato Casagrande e pelo senador Ricardo Ferraço, denunciaram, em Brasília, e o jornal A Gazeta repercutiu, que o grupo do empresário Eike Batista, estaria tendo o apoio do embaixador brasileiro em Cingapura, Luiz Fernando Serra, para trocar a localização do projeto do Juron, do Espírito Santo, para o Complexo do Açu, no Estado do Rio de Janeiro.
As tratativas, proporiam, uma transferência de toda a base que seria montada no Espírito Santo para o Açu, ou, pelo menos, uma parte dela, de forma, a se localizar mais próximo da Bacia de Campos e aproveitar a infraestrutura montada e, em estruturação para o Complexo do Açu.
Analisando os fatos acima e identificando que há elementos para se creditar às reclamações dos capixabas, há, por outro lado, um ponto que fica em aberto a partir destas informações: o Complexo do Açu comportaria a instalação de dois estaleiros (OSX em parceria com a Hyundai e seu concorrente da Cingapura, Hyundai ) que concorrem na mesma área de construção e montagens de plataformas e FPSOs.
Outra indagação ligada a esta primeira seria: será que a parceria da OSX e Hyundai em que a primeira forneceu 15% das suas ações para a empresa coreana transferir tecnologia e dar assessoria técnica para a instalação do estaleiro brasileiro estaria efetivamente garantida?
É bom lembrar que os estaleiros coreanos Hyundai e Samsung são considerados os maiores estaleiros do mundo. O segundo esteve na parceria com o estaleiro brasileiro EAS (Estaleiro Atlântico Sul) instalado no Complexo Portuário-industrial do Porto de Suape, Pernambuco.
A Samsung, ao sair da parceria, vendendo a sua parte que chegou a 10% do empreendimento para os sócios do EAS (Camargo Corrêa e Queiroz Galvão), o estaleiro chegou a ser questionada pela Petrobras, sobre sua capacidade de atender a todos os contratos de de um pacote de encomendas estimado em R$ 7 bilhões para construir 22 navios petroleiros para o Programa de Modernização e Expansão da Frota (Promef) da Transpetro, além de sete sondas de perfuração para a Petrobras.
Parece, que o voluntarismo e "ousadia" apresentado pelo grupo EBX em suas negociações, acaba por contribuir com os questionamentos frequentes e cada vez mais fortes do mercado e seus investidores, preocupados em saber o que é realidade, o que é especulação e, especialmente, o que é projeto e garantias daquilo que tem chances efetivas de se tornar operacional.
De qualquer forma, é interessante continuar acompanhando todas estas movimentações, que de uma forma ou outra, pode interferir no investimento de capital fixo sobre o território fluminense.
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