O blog volta a chamar a atenção (como fez à época) que os debates que antecederam o pleito de outubro passado, solenemente, ignoraram a possibilidade da perda dos royalties, na época, já encaminhada no Congresso Nacional.
A gestão municipal com a receita dos royalties extraordinária era uma coisa. Com a receita substancialmente reduzida, conforme decisão de ontem, é outra completamente diferente.
É admissível que nenhum candidato se dispusesse, em meio à busca do voto e da simpatia do eleitor, aparecer como arauto do apocalipse apresentando e propondo a discussão de um tema tão árido.
Porém, é lamentável, que a sociedade e suas instituições não colocassem a questão para o debate político eleitoral entre os candidatos a prefeito e também ao cargo de vereador.
Agora, salvo alterações judiciais (a meu juízo com poucas possibilidades), os atuais prefeitos terão pela frente 46 meses, de um total de 48 meses de mandato, que tocar suas gestões com orçamento reduzidos à metade, na média.
Tudo agora, pelo menos em tese, pode ser negado, porque faltará recursos. Emprego público, casas, bom atendimento nos postos de saúde e hospitais, bolsas de estudo, passagem a um real, etc.
Porém, todos sabemos, que os cortes não serão iguais, eles obedecerão a ordem do(a) prefeito(a) no cargo. Seu poder discricionário será mais forte na falta do que na abastança. O que e em que quantidade será mantido? O que de novo ainda poderá ser feito? A licitação do transporte público montada sob os auspícios do subsídio e do cartão-cidadão e da passagem a um real será mantido?
É natural, que o primeiro momento da concretização da perda seja ainda de resistência à decisão do Congresso Nacional, para tentar auferir alguma negociação, cada vez menos provável, ou ainda uma pressão sobre o judiciário, mas, convenhamos que cabe também aos prefeitos, começarem, em nome da população, que representam, pensar e debater,com a sua equipe, com o legislativo e com a população (o que não foi feito no período eleitoral) as prioridades e uma nova forma de gerir seus municípios.
65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
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4 comentários:
Não debateram a administração do município...
Ora, ja falta tanta coisa em nosso municipio que o que pode mudar e diminuir o assistencialismo indiscriminado.
Como te respondi em um dos Posts o caminho são cortes drásticos na medida da perda a ser sentida, até porque ela só aumenta com o decorrer dos anos, já começou, diga-se: http://g1.globo.com/rj/serra-lagos-norte/noticia/2013/03/prefeito-de-cabo-frio-ej-envia-oficio-servidores-sobre-corte-de-gastos.html
Roberto,
É chegada a hora de encarar todo o fato como algo positivo para a nossa cidade, uma vez que agora, esse parasitarismo administrativo coronelista, oriundo da década de 70 do século passado, seja substituído por algo que seja verdadeiramente capaz de impulsionar administrações voltadas a tornar a cidade algo verdadeiramente sustentável e não dependente do "carrapaticismo" petrolífero assistencialista.
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