A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) através de resolução decidiu dar aval às operadoras (Vivo, TIM, Claro e Oi) para instalarem um sistema que bloquearia as chadas dos aparelhos apelidados de "Xing-ling", aqueles de três, quatro chips contrabandeados e vendidos a baixos preços em camelôs.
O sistema deve entrar em operação já neste semestre, mas, a Anatel avalia que no ano que vem, 2014, a medida deverá valer. A Anatel diz que quando a chamada for originada, o número do IMEI do aparelho será enviada à operadora e, assim este código do IMEI será cruzado com o banco de dados da agência, bloqueando as chamadas dos aparelhos que não tiverem sido homologados.
O Brasil tem 91 milhões de aparelhos celulares comercializados. Estima-se que 12% deles sejam destes chamados de "piratas", entre os quais incluem os trazidos do exterior e que não possuem homologação no país.
Que a Anatel queira controlar acesso às redes, a homologação dos aparelhos usados no país, faz parte do seu trabalho de regular o uso das telecomunicações no país. Porém, daí, se imaginar que as operadoras vão querer jogar contra o próprio "patrimônio" bloqueando chamadas, cortando o uso de seus sistemas e seu faturamento (receitas) já é uma outra coisa.
Quem ganharia na verdade com esta medida seriam os fabricantes das marcas conhecidas de celulares. Observando o percentual de 12%, o caso mostra, como os interesses são cruzados e complexos na sociedade capitalista contemporânea. Mas, eu duvido que as operadoras deixarão isto funcionar na prática. A conferir.
65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
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Somos verdadeiramente democráticos?
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