"O ex-presidente Lula e a presidente Dilma fizeram um raio-x das eleições presidenciais, anteontem. No Rio, a ordem é “deixar rolar” até o ano que vem."
De certa forma, ela foi na linha da análise feita pelo blogueiro Douglas da Mata, numa nota, em seu Planície Lamacenta, na última terça-feira (02-04) do qual extraímos trechos que consideramos mais relevantes para a avaliação do quadro da disputa do poder no estado:
"Primeiro palpite:
A grande vencedora no Rio será a presidenta. Os últimos movimentos em direção ao PR fecharam um ciclo de pré-acertos no Estado do Rio, e agora resta monitorar a percepção dos eleitores, e os comportamentos dos pré-candidatos para evitar desgastes e crises.
Se tudo se mantiver como está, e como parece que vai ficar, arriscamos a dizer que, se houver visita ou evento de campanha, serão bem raros. E mesmo assim, tal é o conforto, que a presidenta pode visitar os três palanques sem o menor constrangimento, mas creio que optará por não fazê-lo.
Segundo palpite:
O deputado garotinho está de volta ao jogo! Em uma eleição de dois turnos, casada com a eleição parlamentar, um partido que disputa espaço na base aliada não poderá prescindir de uma candidatura majoritária forte a alavancar a legenda, pois o limite (o teto) da votação parlamentar do deputado, que foi o mais votado em 2010, e carregou outros candidatos a Brasília, já está dado, e não é suficiente para dar peso a nova posição orgânica do PR dentro da base aliada.
É mais ou menos a conta que o PT do RJ anda fazendo.
Uma desistência agora é uma derrota muito maior que não ir ao segundo turno, inclusive no que tange o poder de pressão para negociar o apoio na reta final. Principalmente, se a derrota for apertada.
No cenário atual, com todos embolados (e tudo indica que permanecerão assim), mesmo que ciente de seus limites, o deputado não tem muito a perder, a não ser a reeleição a Câmara Federal, que também entra nesta conta, e não pode ser desprezada, pois a imunidade parlamentar diz muito aos que militam no estilo do deputado...
...Muito se fala da rejeição do deputado. Não duvido dela, mas não creio que seja irreversível. Olhemos a história:
Governador eleito, elegeu sua esposa-poste em primeiro turno, e depois, passou o bastão ao seu indicado, o atual governador, que habilmente, desmontou a imagem de seu antecessor, para evitar o assédio ou submissão da figura deste em seu governo.
O atual governador, até então um tucano enrustido, mas indisfarçável, inverteu sua polaridade política e migrou para o ninho lulopetista. Acertou em cheio.
Coube ao deputado apenas o papel de oposição, e que, de certa forma, cumpriu com vigor: elegeu-se deputado mais votado no Estado, elegeu sua filha a quinta ou a sétima mais votada na capital, tem uma (pequena) mas fiel base parlamentar estadual, controla outros tantos deputados federais, e influenciou e "ganhou" eleições em cidades-chave, como Campos dos Goytacazes e São Gonçalo.
As acusações de irregularidades são graves, inclusive com o rótulo judicial de "quadrilheiro", mas não podemos esquecer que a república dos guardanapos anda bem fresca na memória do eleitorado, e este evento encurralou o atual governador por meses.
Não se compararia a um condenação, mas o fato é que o eleitorado detesta o escárnio.
E a fotografia dos auxiliares e o governador de guardanapos na cabeça, esbanjando dinheiro em Paris é uma imagem que destroça! Os marqueteiros sabem disto!
Foi uma estocada de mestre a fotografia da République dis Serviettes.
Não esqueçamos dos vínculos históricos de pezão com os empreiteiros do Estado, que em campanha, serão expostos como nunca antes.
Agora, o deputado garotinho manobra e se aproxima da nau governista, e colocou o bode na sala do governador, e desta vez, parece empurrá-lo ao indesejável e incômodo papel de "opositor" do governo Dilma no Estado, após as caneladas que deu no PT fluminense, inclusive com o golpe baixo na revista "quanto é".
Na cabeça dos líderes e candidatos a palavra aliança só tem sentido quando: não há saída e/ou o ganho é muito maior que a chance de ganhar sozinho, isto nos parece óbvio.
Em 2010, uma boa olhada nos números, à bordo de um pequeno e incipiente partido no Estado, a lógica era recuar, e mesmo assim, o PR veio de candidato próprio.
Não há nada na conjuntura atual que coloque o deputado no mesmo patamar de antes, pois hoje, sua situação é muitíssimo melhor. E por que faria aliança? Em nome de que?
Um detalhe: as três candidaturas, por mais estranho que pareça, favorecem as chances dos três, então, eu creio que ninguém se aproximará muito para que uma aliança precoce se configure."
PS.: Atualizado às 18:00: Agora, mais que antes, já pode ser dado como certo, que até o início do ano que vem as três candidaturas estarão na rua e na vitrine dos eleitores. Ainda considero que algumas questões não estão analisadas:
1) A hipótese de Rosinha disputar no lugar de Garotinho, se desincompatibilizando daqui a um ano do cargo de prefeita de Campos, com apenas de 15 meses do novo mandato, assim, como Garotinho fez há 15 anos (em 1998) para disputar a eleição estadual.
2) A grande facilidade de Lindberg em fazer crescer seu eleitorado, em detrimento dos seus problemas judiciais;
3) A grande dificuldade de Pezão em se comunicar, junto da hipótese, cada vez mais provável de, em abril do ano que vem, Cabral também deixar o governo estadual para o presidente da Alerj, para disputar uma cadeira ao Senado e assim tentar puxar o nome do seu atual vice;
4) O que acrescentaria ou tiraria dos três candidatos, o apoio que eles darão (e receberão) dos candidatos à Presidência da República, seja pelo PT, pelo PSDB, ou, eventualmente, pelo PSB.
Na cabeça dos líderes e candidatos a palavra aliança só tem sentido quando: não há saída e/ou o ganho é muito maior que a chance de ganhar sozinho, isto nos parece óbvio.
Em 2010, uma boa olhada nos números, à bordo de um pequeno e incipiente partido no Estado, a lógica era recuar, e mesmo assim, o PR veio de candidato próprio.
Não há nada na conjuntura atual que coloque o deputado no mesmo patamar de antes, pois hoje, sua situação é muitíssimo melhor. E por que faria aliança? Em nome de que?
Um detalhe: as três candidaturas, por mais estranho que pareça, favorecem as chances dos três, então, eu creio que ninguém se aproximará muito para que uma aliança precoce se configure."
PS.: Atualizado às 18:00: Agora, mais que antes, já pode ser dado como certo, que até o início do ano que vem as três candidaturas estarão na rua e na vitrine dos eleitores. Ainda considero que algumas questões não estão analisadas:
1) A hipótese de Rosinha disputar no lugar de Garotinho, se desincompatibilizando daqui a um ano do cargo de prefeita de Campos, com apenas de 15 meses do novo mandato, assim, como Garotinho fez há 15 anos (em 1998) para disputar a eleição estadual.
2) A grande facilidade de Lindberg em fazer crescer seu eleitorado, em detrimento dos seus problemas judiciais;
3) A grande dificuldade de Pezão em se comunicar, junto da hipótese, cada vez mais provável de, em abril do ano que vem, Cabral também deixar o governo estadual para o presidente da Alerj, para disputar uma cadeira ao Senado e assim tentar puxar o nome do seu atual vice;
4) O que acrescentaria ou tiraria dos três candidatos, o apoio que eles darão (e receberão) dos candidatos à Presidência da República, seja pelo PT, pelo PSDB, ou, eventualmente, pelo PSB.
7 comentários:
As variáveis apresentadas por você são importantes e se juntam ao que coloquei em meu texto.
Delas, a menos provável é a renúncia da prefeita, porque no longo prazo, a presença do marionete presidente da câmara no poder, pode desestruturar o já frágil equilíbrio do poder local, que só se mantém pela presença e pelo vínculo familiar.
Este efeito deverá ser sopesado pelo chefe local, porque ele precisa de um local para retornar caso nada dê certo.
E com esta configuração, dentro de um quadro onde o PT tenha feito o governador, por exemplo, as coisas tendem a ficar mais difíceis para manipular.
Mas acho que ele conta com a fraqueza do PT local (e das "oposições"), que pouco ou nada significaria se Lindeberg fosse governador.
Douglas,
A saída da prefeita levaria o poder a Chicão. O que pode não alterar muito sua análise.
De outro lado, a hipótese da saída, e de nada dar certo, o casal irá poder antecipar a passagem da capitania hereditária para a nova geração.
Se der certo a volta do estado (pouco provável, mas, não impossível), já que tendo o governo estadual a geração mais nova terá que esperar um pouco mais.
Abs.
Você tem razão, eu esqueci do vice.
E enquanto isto, as "oposições"(cada vez mais parecidas com a situação, nos gestos e modos) vai cumprindo seu papel nesta tragicomédia.
Creio que chicão como prefeito, o impediria de tentar a reeleição, por causa da vedação legal de cumprimento de mais um mandato(que seria considerado o terceiro) por laço consanguíneo.
De todo modo, o eixo ficaria deslocado com a necessidade de buscar um nome dentro do clã que o unificasse.
O emblema familiar confere esta supremacia, mas esta prerrogativa nãos e estende aos outros, ainda que sejam os mais leais escudeiros.
Mas, enfim, acho que a eleição de 2014 terá mesmo os três candidatos.
Faltam 2 anos para a eleição, há muita água para rolar por debaixo da ponte. No momento tá dando o Garotinho, e isso se deve ao fraco desempenho do governo, e o seu vice é ainda pior. Qualquer vacilo do Cabral, significa que se houver segundo turno, será entre PR/PT, isso se o lindinho não for condenado. Portanto não será difícil o Garotinho voltar a governar o estado!!!
Com certeza meu candidato vai voltar:GAROTINHO.Pezáo náo tem chance com o apoio de Cabral,Garotinho tem queimado bastante o filme dele.Lindemberg se receber o apoio de Dilma talvez de uma alavancada.Permanecendo esse cenario meu GAROTINHO em 2014 leva no segundo turno com apoio de Dilma e LINDEMBERG.
A expectativa é muito grande para o próximo pleito, pena que a polarização está em torno de nomes chamuscados por gestões maculadas, o ideal seria que surgisem novos nomes com experiencias marcadas por inovação e respeito a coisa pública... Isso não ofusca a análise e postagem do blog!
Professor, gostaria que, se fosse possível, levasse à pauta ou sondasse melhor a informação que pasmei ao ouvir.
Costumo ouvir jogos e debates esportivos na Radio Globo AM Rio, via internet. Eis que, no ultimo sábado, aguardando iniciar a transmissão para o jogo do Flamengo x Duque de Caxias, o locutor Fernando Bonan deu a seguinte notícia:
[i]"Depois que um grupo político do Rio avançou nos entendimentos com o apresentador Luciano Huck para ser vice na chapa do partido para o Governo do Rio, o deputado Anthony Garotinho lançou convite a [b]Zeca Pagodinho[/b] para vice de sua chapa nas eleições de 2014"[/i]
Eu fiquei tão espantado com o circo anunciado que mal pude acreditar. A primeira duvida que tenho é qual chapa está realmente levantando o nome de Huck para vice - acredito que a do Pezão pela proximidade do Governo atual com a emissora global, mas nao tenho essa certeza.
Depois, com a circulaçao deste (patético) boato que nao consegui confirmar (e nem desmentir) no blog do propriozinho. Mas estando esta noticia na transmissao da Radio Globo Rio, alguma fumaça foi vista.
Sabe de algo a respeito, chefe?
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