A tragédia grega é muito maior do que nós aqui nos trópicos podemos sequer supor. Não é aceitável o que aquele povo com tanto de tradição e história para a humanidade está sofrendo.
A taxa de desemprego continua crescendo e chegou a 27%, sendo o maior da zona do euro e mais que o dobro da média de todos os países daquela região que hoje está em 12%.
Entre os jovens até 24 anos o percentual chega a 64%, maior a mesma taxa entre os jovens espanhóis que está na faixa dos 50%. Em Portugal são 42% de desemprego entre os jovens.
Já na Alemanha, responsável direta e indireta por estas consequências, a taxa de desemprego para esta mesma faixa etária de jovens é de apenas 7,6%.
Para quem como este blogueiro trabalha com jovens em formação profissional e identifica, atualmente, o ânimo e a empolgação deles com o boom de nossa economia, como não se via há muito tempo (desde que em 1986 este blogueiro inciou sua carreira docente), é difícil sequer imaginar o quadro.
Imaginem, de cada 100 jovens alunos, praticamente 2/3, estariam destinados a ficar fora do mercado de trabalho, por um golpe de investidores em tramas bancárias, que atingiu o povo grego, espanhol e português, como poderia ser qualquer um outro, sem nenhuma culpa e responsabilidade.
Esta geração talvez, mais que nunca terá que retomar seus antigos filósofos para tentar, ao menos, compreender as maluquices que os homens contemporâneos fizeram sobre o modo de vida das pessoas, em troca de seus ganhos individuais sobre a proteção do seu Estado.
65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
6 comentários:
A ALEMANHA NÃO FOI PERDULÁRIA COMO A GRÉCIA.
A CULPA É DA GRÉCIA MESMO.GASTOU O QUE NÃO PODIA
Esse é um lado (versão) da história. A que está todos os dias na maioria dos jornais, revistas e televisões que se vê por estas bandas.
A estruturação dos jogos Olímpicos ajuda a explicar parte do quebra-cabeça.
É bom ver quem está ganhando para ser saber como e o que os gregos perderam.
Bom, não precisa ser economista para chegar a conclusão de que o EURO está destruindo a economia dos países mais pobres do bloco.
Allan, mas antes e destruir ajudou muito. Não podemos esquecer como a própria Alemanha bancou esses paises hj em crise para viabilizar a união européia. Quando estava td bem era uma maravilha, gastaram td q podiam, ate jogos olímpicos fizeram..agora vem a conta, e olha q a mesma Alemanha continua segurando esses paises. Vamos ver onde vai dar isso.
Como é engraçado ver as pessoas repetirem a cantilena do neoliberalismo alemão sobre a derrocada da Grécia!
O pior é ver que este senso comum reflete as decisões (desastrosas) da Alemanha e da Eurozona em relação a estes países, que quebraram seguindo a risca a receita de frouxidão em relação aos fluxos de capitais, e não porque investiram em direitos sociais ou jogos olímpicos.
Como você bem disse, Roberto, é só saber quem está ganhando para sabermos a causa (ou causas) do problema, mas os midiotas seguem recitando os mantras do deus-mercado!
Bom, e o que dizer da Itália e pior, a Inglaterra?
Será que se encaixam nesta adjetivação perdulária? Logo a Inglaterra, a mãe e pai do neoliberalismo? Das privatizações, das desregulamentações, dos cortes de gastos sociais?
Bando de idiotas, definitivamente, um bando de idiotas!
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