O município de Campos tem hoje em funcionamento e instalados um total de 49 hotéis e aparts. Outros 5 estão em construção. Da quase meia centena em funcionamento há um total de 1.546 apartamentos e 3.479 leitos.
Com a construção das novas unidades de médio e grande porte a expectativa é que haja um aumento, no prazo de 3 a 4 anos, em torno de 50% do total de apartamentos e leitos no município.
Este aumento está ligado aos empreendimentos logísticos-industriais que estão sendo instalados na região, mas, não apenas. A grande maioria das cidades de porte médio que são polos regionais nos estados da região sul e sudeste, especialmente, estão vivenciando o mesmo movimento de ampliação da rede hoteleira com a participação de grandes grupos nacionais e internacionais.
Uma boa parte destes novos investimentos está se dando com a instalação de consórcios de investidores locais. A intenção está ligada ao que os economistas chamam de captação de excedentes de capital, em circulação nestes municípios, mais até do que a própria percepção sobre ocupação dos novos apartamentos e leitos.
De lambuja estes novos empreendimentos colocam uma pressão enorme sobre os hotéis locais que terão cada vez mais dificuldades de enfrentar a concorrência, correndo o risco de deixar os novos investidores num "novo" mercado quase oligopolizado e assim substituído.
O processo é idêntico ao que vimos ocorrer com a pressão das redes de eletrodomésticos Garson, Ponto Frio, Casa Bahia, Casa e Vídeo, sobre as casas locais Icaraí Móveis, Distribuidora Mercantil, TriSom, etc.
Agora estamos vendo o mesmo processo na área de varejo de roupas com Líder, Renner, C&A, Riachuelo, Lojas etc. O processo é idêntico para a área de utensílios domésticos, dos supermercados e das diversas franquias que começaram no setor de roupas e agora se expande desde academias e fast-food, também e cada vez mais para a área de alimentação e outras tomando conta do comércio local/regional. O setor de construção civil e imobiliário também já sofre processo semelhante.
Há quem veja este processo, aquilo que chamam de forma superficial e equivocada de progresso. Certamente não é o caso.
As cidades de porte médio no país inteiro vivem processos semelhantes, como mais ou menos intensidade, de acordo com o dinheiro em circulação na região.
No caso específico de Campos contribui para o rápido avanço deste processo de substituição do comércio e mercado local, a crescente receita dos royalties, e também ao fato histórico e anterior a estas petrorreceitas, dos bancos na cidade sempre terem sido aqui, muito mais captadores do que investidores do capital em circulação, por variados motivos, mas, que serão objetos de uma outra e posterior análise. Acompanhemos e tomemos cuidados com o que isto significa para o nosso dia a dia.
65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
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3 comentários:
Se os políticos que estão no comando tivessem uma visão de mercado, construiriam imediatamente um bom autódromo em Campos.
Não existe mais autódromo no Estado do Rio. O maior Estado produtor do petróleo não possui um autódromo.
Hoje no Brasil exitem diversas categorias automobilísticas profissionais. Sem contar as amadoras. Dá para ter corridas o ano todo, movimentando a economia da cidade )hotéis, restaurantes etc). Inclusive possibilitaria os track day.
Somente a Stock Cars e a Fórmula Truk, cada uma, atrai cerca de 30.000 pessoas por corrida. Atraem pessoas de toda a região.
É dinheiro de fora que circularia na região, criando um desenvolvimento sustentável nos setores envolvidos.
Gastou-se milhões no CEPOP, que só gera despesa, pois as escolas de samba dependem da prefeitura para tudo. Mas foi válido, pois o povo aprova, gosta de carnaval.
Mas é chegada a hora de se pensar em investimentos que gerem empregos, desenvolvimento sustentável.
Nos países de economia mais forte, o automobilismo esteve sempre presente, desde o século passado.
Com certeza o comércio de Campos e São João da Barra irá sofrer grandes impactos com a crise instalada no Porto. Na última terça, a OSX recebeu representantes da CDl Campos para amenizar os rumores de crise. Com a visitas e na tentativa de omitir a realidade, as demissões previstas para o final do mês foi transferida para esta quinta e amanhã sexta. Só hoje foram cerca de 120 funcionários demitidos da AGF Engenharia, em sua maioria colaboradores da região. Amanhã, há rumos que os números cheguem a 200 funcionários da OSX.
Além da concorrência das grandes redes, o comércio local sofre com as vendas pela internet, q também é feito por todas essas grandes redes. Eu mesmo já comprei pela internet de geladeira a vara de pesca. E na questão dos hotéis, acho q o Hotel Planície, na Rua 13 de maio está fechado.
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