A empresa OSX afirma que houve uma redução do ritmo, porém, as informações vindas do Açu indicam praticamente uma paralisação. A maioria das 150 empresas, muitas de pequeno porte e quarteirizadas (terceirizações das terceirizadas) já retirou seus equipamentos do canteiro de obras. Outras já se retiraram da região deixando para trás um rastro de compromissos não cumpridos.
Pequenos restaurantes das localidades que circundam o empreendimento forneciam alimentação para estas pequenas empresas e para outras maiores em complemento de jornadas extras com pagamento a futuro.
Depois da crise iniciada há quase um mês na OSX e suas contratadas, as pessoas que são os contatos dos comerciantes foram demitidos, entregaram imóveis alugados e deixaram a região. Conclusão: pequenos comerciantes estão pendurados com créditos na dezena, quase centena de milhares de reais. Pior que isto, sem receita e sem movimento estão demitindo e sem condições de se manter em funcionamento, na expectativa de uma possível reversão do quadro.
Apesar desta nota iniciar com a descrição da situação dos donos de comércio de alimentação do interior de SJB, a postagem aqui visa a chamar a atenção para o grave problema vivido pelos caminhoneiros que atendiam a LLX/OSX, com transportes de pedras das pedreiras em Campos, para o empreendimento do Açu.
Segundo apurou o blog cerca de 120 caminhoneiros estariam com dívidas e desesperados com a interrupção dos serviços de frente de uma hora para outra.
Cerca de dois meses antes da suspensão do transporte de pedras, os proprietários de deste caminhões tipo caçamba foram informados que a contratante estava exigindo caminhões com até dois anos de vida e uso, para se manterem no serviço.
Caminhões novos e de gente de fora já tendia a exigência, logo eles teriam que se enquadrar ou perderiam o serviço. Eles se mexeram e fizeram a troca de seus caminhões. Venderam os mais velhos, por R$ 80 mil a R$ 100 mil e adquiriram novos caminhões com preços entre R$ 190 mil a R$ 220 mil.
Assim, passaram a assumir uma dívidas que variam de R$ 100 mil a R$ 140 mil que exige um desembolso de R$ 4 mil a R$ 5 mil que era sustentada com um faturamento de R$ 8 a 12 mil por mês quando estavam realizando o transporte de pedras para a construção do Porto do Açu.
Com a interrupção deste frete (informada aqui pelo blog no dia 17 de abril) eles apavoraram. Não tinham garantias, a não ser do veículo. A informação inicial era que a situação era provisória. Depois de duas semanas, eles sem serviço e sem receita começaram a buscar alternativas.
Hoje, os caminhoneiros da região, muitos oriundos do trabalho de frente de tijolos de Campos para o Rio e Espírito Santo, passaram a oferecer seus serviços fora daqui. Uns foram para o trabalho provisório de construção de aterro e terraplanagem para o encontro da Juventude na zona Oeste do Rio, outros foram para as obras de porto na Baía de Sepetiba (da Marinha e ironicamente do Porto Sudeste, também do Eike) e para outras obras do Rio.
O faturamento é menor porque chegam em grande quantidade e desesperados. Assim, o frete cai de preço. Além disso, têm gastos com moradia e alimentação bem superior aos daqui. Desta forma estão em grupos de cinco alugando pequenas casas e trabalhando para pagar as dívidas e evitar a perda do caminhão que tenderá a ser vendido a preço menores e atraentes para os grandes do setor.
Esta história, somada à outra dos proprietários de pequenos restaurantes na região do Açu, serve para reforçar a compreensão do fenômeno da ocupação da região, da implantação de um grande empreendimento e das dinâmicas econômicas que elas suscitam em sua construção, interrupção, ou em mudanças drásticas de etapa ou estratégia como é o caso atual.
Não querer observar estas consequências é assumir uma viseira limitadora.
65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
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34 comentários:
Pois é Roberto, seu post é revelador.
Porque trata dos microcosmos envolvidos na questão, que submergem em meio a grandiosidade de estatísticas e dados, transações e bilhões envolvidos entre os grandes jogadores.
O reflexo, como sempre, se dá em cadeia na localidade, na cidade, na rua, no bairro.
Foram os agricultores, que se tornaram quase invisíveis frente ao frenesi do desenvolvimento a qualquer custo.
Agora, trabalhadores, caminhoneiros, pequenos e médios comerciantes, etc.
Neste sentido, é aterrador que alguns ainda tentem encontrar alguma justificativa, ou alguma possibilidade de manter as avaliações dentro das (falsas)expectativas geradas.
O fato é: O porto do Açu é o maior desastre corporativo que se tem notícia nesta região.
É, portanto, um monumento colossal da ineficiência privada, e dos riscos aos quais estão submetidas as populações a sua expansão desregrada e sem controle pelos poderes políticos estatais e não-estatais (sociedade civil).
Tudo isto, como sabemos, empurrado goela adentro da população com gigantescas doses ufanistas e de ideologia mascarada, propagada por agentes políticos, mídia e outros atores menores.
E claro, como sempre, boa parte do caos que se instalará com os efeitos em cadeia será dos Orçamentos Públicos.
Seria bom que tivéssemos aprendido a lição, mas eu temo que pouco ou nada foi entendido desta tragédia.
Já um certo jornalão local prefere ignorar essas consequências e se lançar num discurso maniqueísta de que existiriam pessoas pró e contra o "empreendimento"...
E oq vc sugerem? Criar um sindicato pra ficar fazendo protesto? Q mal tem ir pra outro lugar trabalhar? Não é melhor q estar desempregado? Pelo menos não são parasitas vivendo de algum bolsa esmola.
Pelo amor de deus, não sabem brincar não desçam pro play! Não querem dinheiro não entrem pro mercado e vão viver na Coréia do norte!
Pra esse damata tudo é ineficiência, como se nossas estatais fossem um exemplo de eficiência! Mistura alhos com bugalhos. Tudo é motivo pra ele defender suas ideologias mortas onde a matemática já mostrou q a conta não fecha. Loser, vai pra Coréia do norte ver eficiência.
Consequências é obvio q tem. Mas quando estavam ganhando dinheiro ninguém reclamava. A torneira fechou? Então estao fazendo certo de ir correr atras de outra fonte! Quem trabalha não liga pra essas palhaçadas. Acomodados ficam na internet falando de ineficiência.
Parabéns aos q lutam. Boa sorte aos q ficam chorando pelos cantos pq a mae Rússia acabou.
"Jornalão" ou "jornalzinho", na verdade mídia corporativa local.
A discussão é mais complexa do que ser a favor ou contra apenas.
O que se apresenta e se pretende discutir aqui são as diversas questões, tanto da dinâmica econômica quanto dos impactos.
Quem contaria a historia dos proprietários (desapropriados), da salinização do solo, do drama dos caminhoneiros e dos pequenos comerciantes?
Quem?
Desde 2005/2006/2007 o blog acompanha par e passo este processo buscando trazer questões que interessam à coletividade.
Até o diretor de Sustentabilidade do grupo EBX foi ouvido para se manifestar como frequentemente faz as assessorias de imprensa das empresas do grupo.
Nem eles são liberais tão empedernidos quanto o comentarista que defende o dane-se os atingidos.
O blog não aceita esta posição que nem a mídia corporativa que é paga para isto faz mais.
O debate é outro envolve macropolítica e macroeconomia em tempos em que países emergentes (antes não alinhados) estão em situação diversa de antes.
O capital seja nacional ou transnacional (articulados ou não) continuam dependes do Estado para produzir acumulações e lucros.
Isto é do jogo do capitalismo, mesmo que antigo e ultrapassado é do jogo.
O que não é é a ausência completa de regulação, seja do Estado, seja dos agentes da sociedade, inclusive a mídia alternativa.
É assim que o blog é procurado até pelas corporações que tentam passar as suas versões diante da realidade que buscamos divulgar.
O resto é conversa fiada de quem pretende desviar o foco do debate e das informações aqui veiculadas.
Se estão satisfeitos com as posições e informações escolhidas pelos "jornalões" e jornalzinhos" onde não há debate que fiquem com eles.
Sds.
Professor, primeiro, muito pertinente a discussão. Impactos desses devem ser levados a publico, coisa que os jornais realmente não fazem. Mas infelizmente é algo que para mim é inerente a ser empreendedor: o risco do negocio.
Acredito que os empresarios locais devem estar passando dificuldades, mas acho que com o passar do tempo alguns se adaptarão a nova realidade, de um porto que vai demorar mais tempo para operar por completo. O negativo realmente foi o fato da expectativa x tempo, mas como eu ja disse, o risco sempre existiu e existe em qualquer negocio.
Entretanto, ainda acho positivo o fato de terem se movimentado para trabalhar e aproveitar o momento que foi criado. Infelizmente faz parte de ser empreendedor estar sujeito a riscos, e esse foi um risco não calculado por alguns. É a vida de empreendedor no Brasil, para o bem ou para o mal.
Infelizmente comentários como o do da mata não agregam nada, querer politizar uma resposta ao padrão "ineficiencia privada" não agrega em nada, além de ser uma visão parcial e cega. Se formos analizar friamente numeros, vamos ver diversas obras estatais em situação pior. Ou mais caras, vide estadios pra copa, estradas, etc. Demonizar um setor não vai resolver os problemas do país. Se o comentarista tivesse dito que o BRASIL é ineficiente e de baixa produtividade, eu concordaria plenamente. Temos ineficiencias dos dois lados, ja fui bem atendido por serviços publicos e mal atendido pro privados, e vice versa. O discurso dele de um lado puro e outro mal de demoniaco além de não agregar nada só demonstra a cegueira causada pelos que defendem um modelo ultrapassado e falido. Propor soluções ao modelo atual não é dizer que tudo estatal é melhor.
A ideia sempre é a mesma ideologia capitalista x socialista. O problema é que a segunda ja foi provada por a+b que não funciona. Não enxergar isso é ser cego.
Da mesma forma, a+b ja provam que o empreendimento vai ter outra relação com o tempo, e isso gera esses impactos negativos. A não ser é claro que as coisas mudem, alguem compre os ativos, etc, faz parte do mercado e pode ocorrer também.
Novamente: brigar pra provar o errado não vai levar a nada; Mostrar que o atual está falhando ajuda a achar novas soluções. NOVAS soluções, não velhas e falidas.
Que venham as agressoes gratuitas.
Roberto, eu só posso entender que você publique tais asneiras para garantir-nos diversão à farta.
Faz todo sentido, porque estes grunhidos só os ridicularizam cada vez mais, é o tal: "o peixe morre pela boca".
Sabemos que TODOS os mecanismos capitalistas de acumulação estão pendurados no DINHEIRO PÚBLICO e ESTATAL.
Desde o pagamento dos extorsivos juros, até os incentivos, favores fiscais, empréstimos a perder de vista, investimentos públicos em logística e outros meios diretos ou indiretos de ajuda pública ao lucro privado!
E há os que defendem a tal da "liberdade de inciativa", como se isto não fosse um mero "slogan" para a apropriação pelo setor privado das rendas nacionais ao redor do planeta.
Sem a facilitação do setor público não há fluxo de capitais!
E nem com todas as benesses o pessoal do Porto foi capaz de andar sem as muletas do Estado.
É a celebração da total incompetência privada, ainda que cevada com dinheiro público!
É a síndrome do titanic!
Meu comentário foi uma crítica a simplista e maniqueísta posição do jornalão só pra constar, a cobertura do Blog da questão, ao menos pra mim, está impecável. Me aborrece e muito essa postura de Ame-o ou deixe-o em relação ao Porto de alguns. Já vi maluco até querendo pendurar a "culpa" por eventual insucesso do "empreendimento" nos agricultores q vem sistematicamente sendo expulsos de suas terras pelo exercício voraz do jus imperium por parte do Estado...
Roberto, você, não é de hoje, tem se mostrado uma grande fonte e excelente alternativa ao Jornalismo local, evidentemente, integrado a outros, também importantes, blogs.
Pra nós cidadãos comuns, é fundamental ter suas informações pra nos ajudar a construir nossa.
Veja,um empreendimento do Porto do Açu,enquadrado numa regulação saudável, é fundamental pra região. Fiquei e fico estarrecido quando você traz esse tipo de informação. Sem dúvida, é revoltante o que o grande capital faz com pessoas, meio ambiente, ou em geral, vidas. Passando por cima de regras, quando há; comprando representantes da população ou coopitando, enfim, é o quadro configurado pelos senhores e seus feudos. Fico imaginando, como você colocou muito bem, o total desespero desses caminhoneiros e pequenos prestadores de serviço, tanto de SJB como os que atuam dentro do Porto. Sim, é revoltante e peço aos seres do bem que algo positivo aconteça.
Por outro lado, no entanto, é bom lembrarmos que havia e ainda me parece haver, na região, uma campanha, sistemática contra o Porto, seja da esquerda ou de poderosos locais. É claro que EIKE BATISTA incorreu, pelo pouco que sei, em erros graves, ao se meter com petróleo e gás; vendendo expectativas e etc...mas a grande mídia (Época, Veja, Exame, Globo..)somadas aos blogs, políticos.. ajudaram e muito nesse massacre do PLAYBOY AVENTUREIRO ou do Bilionário FACTÓIDE, sem falar da INFRA-ESTRUTURA. Portanto, caro Roberto, nesse processo de quase demolição do Projeto AÇU, há também uma parcela, diria razoável, dos agentes midiáticos. Bom, no mais, espero que a Petrobrás chegue pra perto e ancore seus navios, acho, que na retro área. Se isso acontecer, muitas empresas virão junto investindo, gerando empregos. Hoje, se não me engano, o BNDES tem 10 bilhões investidos no porto. Acredito que o governo queira receber isso, não?
Então genio da mata, se o dinheiro é estatal me responda: de onde vem o dinheiro estatal?
Ele surge no pote de ouro no fim de um arco íris, ou vem dos impostos pagos pelas, olhe só, empresas privadas?
Quem não pensa escreve essas bobagens. Agora volte ao trabalho (pago com dinheiro do estado, que vem das empresas e dos cidadãos que trabalham para estas), pq se as empresas q vc tanto odeia acabarem, vc também fica sem salario (a não ser que vc acredite que o dinheiro do governo venha de um pote de ouro no fim do arco íris..)
Roberto, como sempre o mesmo velho discurso de esconder as contradições políticas atrás de uma suposta ausência de tais escolhas em tudo que se move, seja público ou privado.
Ora, está claro que o Estado, neste caso, funcionou apenas como facilitador e agenciador dos recursos necessários a aventura privada, que gorou, mesmo com toda esta ajuda.
Como é de clareza cristalina que os gastos extras e superfaturamentos das obras públicas atendem as necessidades do setor privado e de grupos particulares que se apropriam das agendas públicas.
Despolitizar um questão que é eminentemente política já é prova da má fé no debate.
O que pode ajudar a apontar soluções do país é mais controle social e político da economia e dos agentes privados, a não ser que queiramos o mesmo destino da Inglaterra, Espanha, Itália e dos EEUU, onde a farra só levou a quebra!
E por óbvio, sendo esta luta uma disputa ideológica, SEMPRE, evidenciar os erros privados é fundamental para retirar-lhes a "primazia da eficiência" que usaram como argumento para o desmonte do ESTADO em tempos pretéritos.
É simples assim, Roberto, mas os alucinados do mercado nunca vão dar o braço a torcer!
É preciso lembrar ao "jênio" que o Estado precede a noção de empresa como ele conhece, ou seja, o Estado foi a mola propulsora do capitalismo, e não o contrário!
É só ler um pouquinho de algum livro didático do 9º ano, e ver lá expansões marítimas, pré-capitalismo, e formação dos estados nacionais.
Ou seja, nem sempre a riqueza se organizou sob o modo capitalista de produção.
Não se preocupem.
O lobista do Eike é o Lula!!! O queridinho do Eremildo, esse mesmo, o frequentador deste blog que aparece com uma lupa na mão e não consegue enxergar nada. Ele acha até que o Lula é estadista ...
A tática do Lula é a seguinte: "colocar o bode na sala". O Eike, instruído pelo seu lobista, está provocando os desempregos, a paralisação em massa dos empreendimentos previstos para o Açu. Diante do caus, fica mais fácil justificar a chegada da Petrobras (ou será Petrossauro) e do BNDES para "salvar a pátria".
Governo do PT é isso. Incompetência e esperteza!
Sem querer entrar no debate ideológico mas quem de fato suporta a carga tributária do país são os consumidores, não as empresas em si, já que aqueles são os contribuintes de fato da maioria dos impostos cobrados destes, sobretudo IPI e ICMS... Diga-se, essa sobrecarga sobre o consumo é um dos grandes pontos q demandam reforma no Brasil...
Dizem que até os "agricultores" estão correndo em massa para receberem o dinheiro proposto das desapropriações no Açu. Estão com medo de não receberem nada. Nem taco nem tico?
É o bode na sala mesmo!
Litle idiot,
Joga essa lupa fora. Isso é coisa do século retrasado. Compra um multifocal. Mas não se esqueça, ele é produto do capitalismo, da concorrência.
com uma lupa na mão e não enxerga nada.
Ahahahahahah!!!
Porto de açu, a despeito de todos os boatos, indignações ( compreensíveis) , bobagens ditas vai sair sim caros amigos. Não será na velocidade e tamanhos vendidos, e nem pelas expetativas criadas ( por vendedores e compradores), mas sairá sim. Por algumas simples razões: O projeto é muito bom, o projeto é bem posicionado geograficamente( vide nesse mesmo e correto blog a logística ferroviária que se desenha) e o mais importante, o mundo em breve voltará a crescer.
Deveríamos aqui na região, como faz muito bem o autor desse blog, fazer as críticas corretas e bem fundamentadas para não parecer ser contra apenas porque tem que ser contra.
Obviamente, um empreendimento desse porte , dessa envergadura, não aconteceria sem transtornos, obstáculos e contratempos. Temos que pensar que o país, a região, podem sim ter um grande porto, moderno, e que pode fazer a diferença nas nossas deficiências logísticas.
O Grupo EBX, hoje, sofre um ataque, principalmente do mercado financeiro ( esse não perdoa) por erraticamente ter " falado demais" e " entregado de menos". Esse ataque de posições vendidas fez com que despencassem várias ações do grupo" muitas delas que serviam de garantia nos financiamentos( eis o mercado atingindo a economia real).
Houve ainda uma série de insucessos , principalmente, na OGX e seus potenciais poços de petróleo. Aí o mercado pagou caro nas ações, eram tempos bons ( dos IPOS) e a ação não poderia valer aquilo tudo. O resto, todos já sabem, poços secos, baixa produção, menos encomendas da OGX para a OSX, etc.
Penso que apartir da parceria EBX / BTG ( esse de grande credibilidade internacional) viveremos um novo momento no grupo EBX, e nos seus negócios. Penso que entramos em uma segunda etapa. Pulverização da participaçao do Eike cada vez maior para diminuir o risco, menos falácia, liquidação de alguns ativos, e recuperação da credibilidade do grupo. Com certeza muitos não ficarão satisfeitos, mas creio que ainda bem que os pés voltaram ao chão.
Com Bons projetos, mais credibilidade, mais governança, mais mundo novamente aquecido, o Porto de Açu, e seus negócios correlatos têm tudo para mostrarem que valeu a pena um empreendedor sonhar alto.
Douglas, me perdoe a ignorância mas sua frase "a não ser que queiramos o mesmo destino da Inglaterra, Espanha, Itália e dos EEUU", me fez pensar...
Acho que eu quero o destino da Inglaterra, da Espanha, da Itália e dos EEUU. Claro que, se teremos o destino, teremos tambem a viagem que levará a este destino. Se o destino é o abismo, e tudo leva a crer que ninguem escapará dele, prefiro encara-lo tendo tido antes uns 300 anos de prosperidade, civilidade, acesso à cultura, urbanismo, tecnologia etc.
Mas dirá você que tambem teremos tudo de ruim que estes países experimentaram. OK. Eu aceito.
Engraçado é ver alguns torcendo para que o Açu se torne logo uma "Nova Macaé".
Não há sequer sombra que o porto possa se tornar algo parecido com o que se propôs.
Estaleiro? Siderúrgicas? Só nos delírios dos eiketes mais crédulos!
Há problemas insolúveis, como o distrito industrial, que desapropriou terras sob o argumento de um "interesse público" que não passou de uma grilagem oficial de terras.
Em breve a Justiça Cível de SJB começará a julgar as ações propostas pelos agricultores prejudicados.
Por outro lado, o passivo ambiental não foi solucionado, e este já está na mira dos órgãos ministeriais.
Ou seja: não se trata apenas de uma "repaginada" como alguns querem vender.
O Porto do Açu é, como dizem na Fórmula Um sobre os chassis de carros, um projeto mal nascido.
o BTG está ali para cobrar uma "taxa de credibilidade", enquanto o projeto cambaleante se arrasta à espera do arrematante na bacia das almas.
O BTG sabe que com o acúmulo de desastres e o passivo jurídico-ambiental não há parceiro que se arvore, a não ser para "pisar no pescoço" do senhor X.
A alteração das obras da ponte do Porto, com os caixões de concretos dilataram prazos e oneraram ainda mais o cronograma físico financeiro do projeto.
Lá no exterior, os investidores lesados pelo golpe acionário estudam a "class action", e a CVM já andou "pesquisando" as enormes oscilações das ações do grupo.
Daí a paulada deve ser forte!
Até hoje, o grupo X se notabilizou por conseguir lucrar alto com a "compra de informação privilegiada", como no caso das minas que o papai Eliezer deu de bandeja ao filho, após de anos de uso da pesquisa da estatal Vale do Rio Doce.
Quando teve que jogar "à vera", revelou a fraude que é: Um amontoado de pirotecnia especulativa!
A discussão aqui sobre o grupo X e o senhor X é passado...já são página virada!
Resta, como sempre, a viúva pagar a conta, e resgatar o empreendimento para evitar um prejuízo maior ao BNDES.
Se fosse em alguns países, o senhor X já estaria preso! E não me refiro a Coreia do Norte, mas aos EEUU, por exemplo!
Se fosse na China, onde tentou ludibriar os chineses, talvez fuzilado e pagando pelo projetil disparado.
ditado árabe:
"enquanto os cães ladram, a caravana passa..."
Sem a duplicação da BR 101, o Porto e os outros empreendimentos não vingarão.
Não tem como vingar. A rodovia já está saturada.
O da mata tem raivinha pq não tem qualificação pra trabalhar la...simples assim.
Como bem definiu o anônimo,"enquanto os cães ladram, a caravana passa".
Há uma miscelânia dos diabos no debate. Alguém até disse que o BNDES tem 10 bilhões no financiamento do Porto (?) Nos balanços o valor é menor.
Ora, a questão das demissóes e da queda das ações: As demissões massivas são na OSX, que constrói a UCN, constrói sim, pois o projeto não foi abandonado, e muitos colegas são mantidos por lá. Então vou tentar esclarecer: Porto do Açú = LLX. UCN Açú OSX. Claro todas as Ações do grupo perderam valor significativamente por conta do fracasso (passageiro) da OGX, mas se observar as ações "X" estão subindo muito lentamente,ou melhor dizendo, subindo normalmente... Os profissionais que trabalham na construção civil, nossos colegas trabalhadores, caminhoneiros e empresários de todos os portes, conhecem a realidade de nossa categoria e sempre estão prontos para receber uma "quita" e partir em busca de outro trabalho, esta é a nossa escolha.
Penso que como Muchuango que sou, a nossa região, em especial o Açú recebeu muito bem o Empreendimento UCN, e, claro houve gente que se sentiu prejudicada, e segundo noticias daqui do blogue realmente os há, mas do ponto de vista sócio econômico e cultural houve uma riqueza, que continuará, na melhoria das estradas, das casas,do comércio, do relacionamento com pessoas de diferentes estados e países. Desconheço se os asfaltamentos foram pagos pela LLX ou pela prefeitura, mas seja como for a melhoria foi ótima.
Vamos aguardar o desenrolar de todos os fatos à seguir, tanto na obra quanto na justiça, como o Sr Douglas salientou que haverão embates judiciais sobre a questão da supressão vegetal e do ecossistema em geral, e ainda as questões trabalhistas - Embora lá na UCN - Eu enquanto funcionário, não vi as discrepancias citadas, nos alojamentos eu desconheço...
Para não me alongar mais digo o seguinte: Em 30 anos de trabalho profissional, jamais tive oportunidade de trabalhar em um projeto tão grandioso e de tanto valor para uma região, especialmente por eu ter nascido em Campos e trabalhado no "trecho" sempre fiquei muito feliz em ter participado com meus singelos conhecimentos, e, vou em frente, para outros recantos, para outras obras...
O problema, comentarista, que nossa viagem ao abismo não nos contemplará com o período desejado por você.
Por escolha de nossas elites canhestras, e com o beneplácito desta classe mé(r)dia demente, construímos uma viagem ao mesmo abismo capitalista, passando pela estação do patrimonialismo e a exclusão históricas!
Um país de 1% de ricos contra 80% de pobres.
No jogo capitalista fundamentalista liberal não há possibilidades de todos ganharem, aliás, pouquíssimos ganham, e o papel que nos foi legado é o da derrota.
As críticas colocadas aqui se destinam a pensar um modelo alternativo, onde o interesse privado não subjugue a todos!
Justamente, como fizeram EEUU, Espanha, Inglaterra, etc...quando tinham um modelo de bem estar social, eram exemplos para o mundo, inclusive de ideal democrático.
Agora, como resultado da impregnação do consenso liberal, são uma triste realidade de fracasso e do abismo!
A civilização, o bom uso do solo urbano, a convivência social menos conflituosa não combina com empreendimentos como a eikelândia.
Esta (a eikelândia) são a representação oposta daquilo sonhado por você: uso predatório do solo, desterro de gente, impactos sociais(violência, desemprego, especulação imobiliária), etc, etc, etc.
Quer um exemplo, dá uma olhada em Macaé e entorno!
Opinião é igual a nariz. Eu não creio que o empreendimento em questão venha a tornar nossa região igula a Macaé, até porque já trabalhei por lá e não vi esta "desgraceira" toda a que o Sr declara existir, o crescimento desordenado, a falta de projetos estruturados, e etc... Devem e serão elaborados pelo ente publico responsável, público aqui são os nossos representantes tanto politicos quanto servidores e afins. O projeto (Sonho) é muito interessante para nossas Campos e São João, creio que houve um ufanismo enorme também por parte dos gestores, na ordem da execução, veja na questão da habitação para os funcionários há o projeto da cidade da empresa, tal qual na extinta Aracruz (onde também trabalhei)existe e tenho amigos que moram e trabalham por lá. Quanto a mão de obra "flutuante" da qual faço parte, já expus no outro comentário.
Caro Xacal o sonho nunca acaba, apenas mudan-se os atores.
Concluindo: Não creio em abismos, e, pensarmos um novo modelo é uma ótima idéia, mas, amigo, idéias demoram muito a frutificar em realidade, e nós não fomos condenados a derrota coisa nenhuma, tenho meio século de vida e ví este pais sair de uma velocidade de praticamente zero para 5%, e, o meu país particular, minha familia, primeira celula da sociedade, desenvolveu-se e desenvolve-se de "vento em popa"
Saudações!
Muchuango,
Um dado para dimensionar o conflito sócio-urbano de Macaé, porque talvez você não circule por "certas áreas", e claro não tem acesso a alguns dados:
A 123ª DP detém um número de registros de ocorrência igual a da 134ª DP.
Considerando as dimensões e população envolvidas, dá para constatar o quanto degradada é a situação de Macaé.
Um passeio pelo entorno (periferia) de Rio das Ostras, no bairro Âncora (Morro da Sinal) ou Nova Cidade e Gélson Apicello darão a dimensão de todo estrago causado pela explosão demográfica desordenada, favelização, degradação ambiental que cresce em escala exponencial.
O conflito fundiário urbano em Rio das Ostras está prestes a explodir, motivado por uma rotina diária de invasões, esbulhos possessórios, e que tem como combustível a omissão das autoridades, a compactuação de servidores públicos (cartórios), enfim, algo perto do caos.
De volta a Macaé, citar as comunidades de Nova Holanda, Malvinas, etc, e Macaé seria desnecessário.
O trajeto de 20 km entre as duas cidades é feito em 1h e 30 min e 2 horas, dependendo do horário.
Eu não enxergo a realidade sem uma ideia anterior que a justifique.
Não creio em realidade espontânea!
Parabéns sobre sua visão "otimista de mundo", mas eu me recuso a imaginar (olha aí a ideia antes da realidade) que tudo está maravilhoso apenas porque gozo de certa prosperidade (o que também é o meu caso).
Costumo pensar a realidade para além dos sonhos particulares.
O controle de que falo, a necessidade de disciplina e subordinação dos interesses privados é, justamente, a forma de evitar que a soma destes sonhos privados nos leve a um pesadelo real.
Porque isto, pelo o que nos ensinam os fatos e a História, invariavelmente, acontece.
Douglas:
Desconhecia realente os fatos de RO e Macaé, mas na capital do estado , em São Gonçalo e demais da área metropolitana, a situação não é diferente, são fruto de um desgoverno total em toda nossa existência, e o governo é reflexo de seu povo.
Voltando a Questão do Açú: O Porto, é concessão Federal, então o controle a que o Sr se refere já existe, talvez não haja a urgência nas ações conforme necessário. Mas com o tempo tudo se resolve, e o tempo há sim, nós não somos eternos, mas o tempo o é.
Muchuango, o porto não está sob regime de concessão, mas é uma autorização para exploração privada do terminal, ou seja, o porto é particular, o que aumenta a necessidade de fiscalização da sociedade sobre o que se passa ali, esta feita através dos órgãos de controle estatal, coisa que até agora, não foi feita, ou foi executada de forma leniente.
Suas considerações sobre a violência em outros locais de adensamento são parcialmente corretas!
Mas há detalhes que te fogem que são cruciais: Nas cidades onde há um rápido inchamento demográfico, o perfil da violência criminal tende a ser menos controlável, dada a enorme precariedade dos laços sociais e urbanos.
São problemas parecidos, mas que requerem atenção diferente, como todo o problema do combate a violência e criminalidade.
E por fim: Os erros cometidos na capital, São Gonçalo e etc não necessitam repetirem-se em outros lugares, ou não estamos à busca de aperfeiçoamento de nossas formas de convívio?
Aqui, em nossa região, há todo um leque de possibilidades de enxergar estes erros pretéritos, analisá-los e evitá-los.
Os que defendem o porto a qualquer custo apontam na direção contrária.
Busca pela perfeição. Isso sim! Concordo contigo sobre as definições para uma convivência melhor, e discordo com estes radicais que querem tudo a qualquer preço.
Coisa que não me foi dita por ninguém, e, nunca fui e provavelmente jamais serei pago para propagar ou defender as empresas "X", mas pelo observado em minha vida profissional para aquela empresa, posso dizer que não percebi interesse contrário ao objetivo deste nosso debate, mas como em tudo que cresce muito , há muitas vertentes de raciocinios e ações... Penso e sinto sim que há um grupo, velho conhecido nosso, que está por aí a "pisar o pescoço" quando o assunto é Porto ou UCN, estes que deveriam estar vibrando pelos milhares ou centenas de milhares de reias que circularam e ainda vão circular por aqui. A sim mas eles não veem do outro lado do muro, pois ainda são muito pequenos, rs!
Saudações!
Pra variar a Acciona demitiu mais gente hj, ALGUNS INCLUSIVE q eram mantidos "trabalhando" (fazendo relatórios e inventários) no Porto.
LLX obtém liberação de operação no Porto do Açu
O MTE suspendeu nesta terça-feira a interdição do transporte dos blocos de concreto que serão utilizados na construção de quebra-mar no Porto do Açu
Mariana Durão, do
inShare
Divulgação/LLX
A LLX diz que "cumpre rigorosamente todas as normas e determinações da legislação brasileira, incluindo as normas de segurança e saúde ocupacional, e exige o mesmo de seus parceiros"
Rio de Janeiro - A LLX informou por meio de nota que o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) suspendeu nesta terça-feira, 28, a interdição da operação de transporte dos blocos de concreto que serão utilizados na construção do quebra-mar do terminal TX2, no Complexo Industrial do Porto do Açu, norte fluminense.
O transporte havia sido suspenso na semana passada, após uma fiscalização detectar risco à segurança dos trabalhadores envolvidos na remoção dos blocos de concreto. Ontem, 27, a LLX apresentou ao MTE uma revisão dos procedimentos de segurança e obteve a liberação.
Uma equipe de fiscais também acompanhou o transporte de um dos blocos (o quarto produzido no empreendimento), e concluiu não haver risco para a segurança dos trabalhadores.
A companhia afirma que a interdição não interferiu no cronograma de obras do empreendimento, que tem início de operação previsto para este ano.
Em nota, a LLX reafirma que "cumpre rigorosamente todas as normas e determinações da legislação brasileira, incluindo as normas de segurança e saúde ocupacional, e exige o mesmo de seus parceiros".
Gostaria de informa que além dos caminhoneiro terem adquirido dividas altas com parcelas do caminhão eles estão a mais de dois meses sem receber da TRACOMAL, uma das empresas responsavel pelo transporte de pedra no Porto dp Açu.
O absurdo e tão grande que quando ligo para TRACOMAL eles informa que estão atrás de emprestimo para pagar os caminhoneiros e não tem previsão de pagamento.
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