Pode ser que passe despercebido para as pessoas o fato de que nosso estado esteja cada vez mais ligado á economia do petróleo com tudo que isto acarreta de positivo e negativo. Por isto o blog criou a alcunha de "Rio: estado-petróleo".
Além de Macaé e seus arredores com as atividades da bacia de Campos, as cidades próximas à região metropolitana do Rio, e mesmo a capital, cada vez mais estão impactadas por esta ativade econômica.
Antes era apenas Duque de Caxias com a refinaria da Reduq. Agora tem-se o Itaboraí com o Comperj, e a capital com o uso do porto do Rio de Janeiro, para atividades de apoio ao trabalho de exploração offshore.
Não há quem passe pela Ponte Rio-Niterói e não perceba o congestionamento de rebocadores dentro da Baía de Guanabara aguardando condições de atracação.
Semanalmente faço esta contagem. Nas últimas vezes este número está na ordem de setenta rebocadores. Lembrando que o aluguel do mesmo, conforme o tipo e porte pode estar entre US$ 30 mil e US$ 70 mil por dia, se vê o custo e a demanda portuária para dar conta da exploração em nosso litoral.
Retornando ao assunto do aumento das atividades econômicas ligadas ao setor de petróleo em nosso estado, que o blogueiro vem observando (e pesquisando) identifiquei mais este projeto (leia abaixo) do governo municipal de Maricá publicado pela rede PetroNotícias:
"Maricá planeja criar Zona Industrial para atender o Pré-sal"
"Com o objetivo de atender à crescente demanda de instalação de indústrias vinculadas à logística do petróleo, a Prefeitura de Maricá (RJ) apresentou uma proposta que permitirá a criação de uma Zona de Especial Interesse Industrial (ZEII) no município, alterando a atual Lei de Uso do Solo. A ZEII terá cerca de 30 km² e englobará pelo menos quatro grandes regiões no eixo da rodovia RJ-106 e nas proximidades do futuro Polo Naval de Jaconé, região escolhida pela Petrobrás para receber o gasoduto do pré-sal.
A proposta inclui a implantação de um heliporto para apoio às operações offshore, cuja capacidade poderá chegar a 120 voos diários, e a ampliação do aeroporto municipal, cuja pista poderá aumentar de 1.200 metros para 1.800 metros, enquanto o terminal poderá ser concedido à iniciativa privada, para, depois de pronto, movimentar anualmente até 68.000 passageiros e 3.500 toneladas de carga.
Está sendo estudado, também, um projeto de instalação de um condomínio industrial nas proximidades do futuro porto. Pelo menos um fabricante de tintas especiais para plataformas já encaminhou consulta formal à cidade. Além disso, há previsão de uma área destinada para grandes galpões de armazenamento. Segundo o prefeito de Maricá duas empresas italianas já assinaram cartas de intenção com o município: um estaleiro especializado em embarcações esportivas e uma montadora de carrocerias de trens, bondes e caminhões especiais."
65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
2 comentários:
Motivado pelos últimos acontecimentos envolvendo criticas à equipe de médicos do Hospital São José, criticas essas que respingam para inúmeras unidades de saúde e seus médicos plantonista, desejo aqui esclarecer alguns pontos a fim de que essa polemica não atinja inocentes ou resvale para o denuncismo vazio, estéril e perigoso:
1. Médicos fazem esquemas sim. Nem sempre todos estão presentes durante as 24 horas de plantão nas suas Unidades. Muitos de nós vamos à Unidade apenas para cumpris as "escalas de trabalho" que criamos para manter atendimento nas 24 horas com regularidade.
2. Esses "esquemas" não acontecem de modo escamoteado. Não há médicos clandestinos ou escondidos dentro do sistema. Os "esquemas" são conhecidos de todos e não uma subversão da ordem ou uma insubordinação da classe.
3. Não são apenas os médicos que recebem para trabalhar 24 horas. Diretores também recebem para dirigir 24 horas. Administradores para administrar 24 horas. Supervisores para supervisionar 24 horas. Chefes de Departamentos e Seções para chefiar 24 horas. E quando esses "esquemas" passam desapercebidos por esses superiores que recebem para exercer sua superioridade, não é a classe médica que trabalha mal ou frauda o sistema mas os dirigentes de unidade quando se omitem diante do que ocasionalmente cai na mídia como inaceitável ou imoral: os esquemas médicos.
4. Apesar do grande apoio popular às medidas moralizadoras quando estas exigem cumprimento de 24 horas de trabalho por aqueles que recebem por 24 horas de trabalho, os Srs Vereadores merecem saber que muitas Unidades simplesmente não comportam em suas dependências o numero de médicos que possui caso estes médicos decidam cumprir suas horas. O repouso profissional do HGG é um verdadeiro caça-leito mesmo desfalcado daqueles que vão repousar em casa após cumprir suas horas de trabalho. A UPH de Guarus não ofereceria vagas suficientes de garagem, tampouco travesseiros, cobertas, toalhas, sabonetes e mesmo talheres se da mesma forma todos os médicos cumprissem 24 horas.
5. Médicos não decidem seus aumentos de salários, não possuem gabinetes que oneram a municipalidade, não indicam cargos, não possuem veículos pagos pelo poder publico. A classe médica não envergonha a nação como a classe politica. O próprio Governador Garotinho apelidou a MP dos Portos como a MP dos porcos numa clara alusão a esses saqueadores do planalto. A classe médica, com toda critica que se lança vez por outra contra ela, é capaz muitas vezes em um único plantão de fazer mais para a população do que muitos políticos durante todo um mandato. Atendem, pesquisam, procuram vagas, se empenham, acompanham seus doentes ate o destino, passam horas ao lado de moribundos tentando recuperar lhe a respiração. Médicos não são uma classe formada por mercenários, carniceiros, relapsos, omissos, irresponsáveis, desajuizados e maus. Antes disso, o ato médico é fruto de estudo serio e pratica longa, de um saber conquistadamente tácito e de um mandato que sua pratica e somente ela lhe outorga. Não é justo nem razoável transformar essa discussão rotulando para um lado políticos como classe nociva e por outro, médicos como uma classe mercenária. É necessária muita calma nessa hora e bom senso que permita políticos tratarem médicos respeitosamente e médicos tratarem políticos respeitosamente.
6. À mesma mesa: médicos, políticos, administração e representantes da população analisando com cautela e juízo, dispensando denuncias vazias e criticas amargas e descabidas. É possível que assim consigamos enxergar a situação de uma forma menos autoritária e odiosa e busquemos juntos resolver questões de um município que, como diz nossa Prefeita, muito já se foi feito e ainda há muito por fazer, mas não com denuncismo gratuito e dissociado da realidade que vivemos nas Unidades de Saúde.
7. Quem sabe desse encontro possam frutificar soluções para tantos outros problemas que a classe medica anseia há tantas décadas em beneficio de nossa população.
É o que todos queremos.
Cardápio do refeitório do Hospital São José:
- Segunda: Arroz, feijão e lingüiça.
- Terça: Lingüiça, feijão e arroz.
- Quarta: Feijão, arroz e lingüiça.
- Quinta: Arroz, lingüiça e feijão.
- Sexta: Lingüiça, arroz e feijão.
Nem os puxa saco aguentam.
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