Um atividade de campo riquíssima e que foi propiciada por uma liderança comunitária local, pescador da 4ª geração de uma família de pescadores, nascido na praia de Calhetas, município de Cabo de Santo Agostinho, sede do Complexo de Suape.
Trata-se do Edinaldo Rodrigues de Freitas, o Nal de 42 anos que informa e discute sobre a realidade das comunidades atingidas pelo empreendimento do Suape de uma forma que impressiona e similar a que este blogueiro possui na comunidade do Açu, em São João da Barra.
Nal diz textualmente que não é contra o empreendimento, mas, que ele poderia e deveria ser feito de outra forma e com diálogo com a comunidade.
O complexo do Supae reúne um enorme porto e um complexo industrial, que incluir dois estaleiros, além de diversas outras indústrias, além de uma grande refinaria e uma Usina Termelétrica em construção.
É impressionante, a similaridade do Complexo de Logístico Industrial de Suape que é uma realidade em expansão e o projeto do Complexo do Açu.
Suape está no Cabo de Santo Agostinho, enquanto o Açu, está em São João da Barra. Um é Cabo o outro uma Barra e ambos são santos, embora, os problemas gerados sejam quase um Pecado.
O blog vai fazer questão de depois relatar aqui neste espaço uma série de questões que observou, junto com os professores Floriano Godinho de Oliveira do PPFH/UERJ e Luiz de Pinedo do IFF, durante boa parte do dia.
De barco, por cerca de 3 horas, nós percorremos todo o litoral onde se encontram as instalações do porto, quebra-mar, estaleiros (EAS e Promar), etc. navegando em mar aberto e nos estuário dos rios Ipojuca e Massangana, as ilhas do Tatuoca e Francês, vimos as comunidades afetadas e desapropriadas, os problemas das dragagens, dos impactos sobre a pesca e turismo, o adensamento populacional, o aumento da criminalidade, etc.
Como já comentamos em algumas postagens neste espaço (veja aqui e aqui e aqui) há muita similaridades, mas o Porto de Suape é público e, embora tenha sido implantado na década de 70, só na segunda metade da década de 2000 deslanchar com a decisão da implantação da refinaria da Petrobras e do Estaleiro Atlântico-Sul (EAS).
Acabo de confirmar no jornal Valor Econômico no noticiário que o presidente da Transpetro, Sérgio Machado autorizou que o EAS retome a construção de 12 navios. Com seu novo parceiro tecnológico, depois da saída da Samsung em março de 2012, a divisão de construção naval do grupo Ishikawajima (IHI) vai dar assistência técnica e fornecerá os projetos dos navios para o EAS. O acordo da Transpetro e Estaleiro EAS representa a volta de R$ 4,2 bilhões à carteira de encomendas do estaleiro. Os prazos de entrega foram renovados pelo atraso de 21 meses no primeiro petroleiro construído pelo EAS, o João Cândido. Agora, a entrega do último navio à Transpetro está prevista para dezembro de 2019, ante o prazo inicial de abril de 2016. Serão 22 navios ao todo.
Pois bem, depois postaremos aqui fotos e detalharemos o que vimos em Suape e que merece a reflexão não apenas do estado do Rio de Janeiro, mas, do governo federal que terá a responsabilidade de lidar com a nova realidade jurídica dos portos depois da aprovação da conhecida MP dos Portos.
Agora é possível compreender com clareza, porque o governador pernambucano lutou tanto na questão da MP dos portos para manter o domínio sobre o Porto e o Complexo do Suape.
Abaixo o blog reproduz algumas fotos, mas, adiante, com mais tempo farei novas postagens sobre o assunto. Impressiona que os problemas gerados sejam idênticos no porto público - como em Suape - quanto no empreendimento privado como no Açu, em São João da Barra.
Que os santos nos ajudem!
Vista do mar para o porto e Estaleiro Atlântico Sul (EAS) |
O Porto Suape com os guindastes transcontêineres e retroárea ao fundo |
O pescador de Calhetas, Suape-PE, Edinaldo Rodrigues de Freitas, Nal |
A plataforma que realiza explosões dos recifes no mar, na direção do canal de atracação do Porto Suape,PE |
Área de diques do estaleiro Promar em construção, em área onde antes era mangue |
Comunidade de Gaibu, localidade do município de Cabo de Santo Agostinho, onde se situa a maioria dos alojamentos das dezenas de milhares de trabalhadores do Complexo do Suape |
4 comentários:
Ihh..sera q o troll vai falar mal..? Afinal, ai é publico né...
Suape não é bom, Açu não é bom, Ubu visto de perto não é bom, Presidente Kennedy não será bom, o Comperj não é bom, enfim, nada que está sendo feito é bom. Concordo.
Mas porque aqueles que vivem a interditar as propostas empresariais para sustentar o consumo e conforto que eles próprios desejam, não apresentam melhores alternativas? Vale dizer que apresentar melhores alternativas significa FAZER melhor. Isso mesmo, dar a "cara a tapa" e mostrar a esta escumalha de empresários exploradores e incompetentes como se produz a riqueza e os bens de consumo que adoramos de maneira perfeita.
Todos os "mediadores de conflito" e "defensores dos fracos e oprimidos" deveriam experimentar fazer melhor e provar de uma vez que esta classe de encastelados "tubarões" desumanos como se mantem o conforto de todos contemplando o crescimento econômico, os pescadores, os peixes, os ambientalistas, o governo e sua necessidade de impostos, as famílias que precisam de empregos etc...
Vai... tenta. Porque ninguem faz melhor?
Açu daqui uns anos????
http://g1.globo.com/pi/piaui/noticia/2013/05/obra-do-1-porto-no-piaui-se-arrasta-ha-37-anos-e-ja-custa-r-390-milhoes.html
Excelente e oportuna matéria acerca do Porto do Suape, fazendo uma breve comparação com a nossa realidade, que é o Porto do Açú.
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