O sufoco do grupo EBX

O quadro é cada vez mais difícil para o grupo sustentar a "confiança do mercado" (seja lá o que isto queira dizer) em seus projetos. Hoje cedo a notícia da intenção de venda do Porto Sudeste, em Itaguaí, informada pelo blog do jornalista Lauro Jardim se soma às outras vendas dos seus projetos (no todo ou partes). Abaixo matéria do Valor Online sobre este processo:

Papéis das empresas X desabam na bolsa

Por Daniela Meibaki e Ana Paula Ragazzi | De São Paulo e do Rio

"Com ações negociadas a valores muito baixos, e cada vez mais suscetíveis a qualquer rumor de mercado, os papéis das empresas do Grupo EBX, do empresário Eike Batista, continuaram ontem em destaque entre as maiores quedas na bolsa.

O rumor de ontem falava da possibilidade de o BTG Pactual romper a parceria, firmada em março passado, para assessoria financeira ao grupo EBX. Logo cedo, o blog Radar da "Veja.com", de Lauro Jardim, noticiou que há uma divisão interna no BTG quanto ao acordo que o banco tem com o grupo de Eike. "Alguns sócios acham que é hora de cair fora", mas André Esteves está entre aqueles que querem ficar. Procurada pelo Valor, a EBX não comentou o assunto.

Apesar de o banco não ter exatamente uma exposição ao negócio, atuando apenas como um consultor, a saída do BTG poderia ser uma sinalização pessimista para o futuro do grupo. Quem não acreditava na dissolução da parceria, ontem, apontava ainda que por pior que esteja a situação no grupo, ela não afeta a imagem do banco.

Além disso, alguns passos recentes da EBX sinalizam que o grupo está querendo reduzir seu tamanho - as empresas listadas têm reavaliados negócios e Batista procura compradores ou parceiros para que outros de seus investimentos sejam levados adiante, casos do Hotel Glória e a IMX, seu braço de entretenimento. Em nota, Batista informou na semana passada, sem dar detalhes, que a EBX completou a reestruturação da sua dívida e citou redução de pessoal, para priorizar a eficiência.

Até o momento, a única exposição do BTG ao grupo é na empresa de energia MPX. O BTG participou do fechamento do acordo com a alemã E.ON, em que Batista vendeu parte de suas ações, e colocou garantia de colocação para a oferta de ações que capitalizará a empresa pelo valor de R$ 10. Por conta desse acordos, essa é a ação do grupo que cai menos. Ontem, a MPX teve queda da 2,2%, a R$ 8,46 - abaixo dos R$ 10,00 garantidos na oferta pelo BTG.

As ações da petroleira OGX fecharam com queda de 15,46%, com a nova mínima histórica de R$ 0,82, com giro financeiro de R $ 184,9 milhões. As demais companhias do grupo também tiveram forte queda, com destaque para a CCX que recuou 34,4%, a R$ 1,85; a OSX com queda de 14,58%, a R$ 2,05; a MMX, de 14,38%, a R$ 1,25; e a LLX, que recuou 8,4%, a R$ 1,09.

Os papéis da petroleira registram forte queda desde a semana passada, quando a empresa informou que Batista reduziu a participação de 61,1% para 58,9% em maio. Desde esta data, os ativos acumulam baixa de 36,4%. Além disso, na última semana a agência de classificação de risco Fitch reduziu a nota de crédito em moeda estrangeira da OGX de "B-" para "CCC". O rating é descrito pela agência como um "risco de crédito substancial".

De acordo com um estudo da Economática, a OGX e a OSX lideram a lista das 20 ações de América Latina e Estados Unidos que registraram as maiores perdas do ano. O ranking tomou como base 1.900 companhias abertas. A OGX está em primeiro lugar, com perdas de 77,9%, seguida pela OSX, com queda de 77,5%. A MMX fica na sexta colocação, com desvalorização de 67,2% em seus papéis, enquanto a LLX ficou em 15º lugar na tabela, com perdas de 50,4%."

PS.: Atualizado às 10:36: Abaixo vídeo de imagens aéreas (5 min) sobre as obras de todo o complexo. O vídeo está sem som (ou narração) e em câmera lenta. Neste vídeo postado há quatro dias no blog do Complexo é possível ver a atual situação do empreendimento no Açu: