O jornal Valor informou nesta tarde, a demissão do diretor de Sustentabilidade Paulo Monteiro. Junto foram demitidos outros cinquenta executivos e técnicos da holging EBX.
O corte exatamente na área de Sustentabilidade, confirma o que o blog já havia comentado neste espaço, quando o facão atingiu a Unidade de Construção Naval (UCN), o estaleiro da OSX: o corte foi praticamente total sobre os investimentos nas ações de compensação e mitigação na área social e ambiental. Não é difícil ver na medida o dedo e a orientação do Banco BTG Pactual.
O fato reacende e amplia a necessidade de atuação dos órgãos de regulação e fiscalização sobre as áreas sociais e de meio ambiente vinculada aos impactos dos empreendimentos das empresas do grupo EBX.
No dia 24 de fevereiro de 2011, este blog fez uma longa entrevista com Paulo Monteiro sobre o projeto e as ações do grupo EBX no Complexo do Açu. Na ocasião, o engenheiro eletricista, que era executivo da empresa de energia MPX, tinha acabado de ser nomeado, em assembleia geral da holding, para ocupar a Diretoria de Sustentabilidade do Grupo EBX.
Clique aqui e leia a entrevista na íntegra do engenheiro Paulo Monteiro, que assim passou a ingressar no crescente grupo, dos técnicos e executivos despachados pelo empresário Eike Batista, que é integrado até pelo presidente da Firjan, Eduardo Eugênio, que permaneceu no cargo de vice-presidente do grupo EBX, por menos de um mês, de lá saindo, sem explicações.
PS.: Atualização às 21:18: Abaixo matéria do Estadão Online que oferece mais detalhes sobre a forma como as questões sobre Sustentabilidade (Meio Ambiente e Ações Sociais) eram tratadas pelo grupo EBX. As informações se somam a outras que já haviam vazado quando da saída de outros executivos das empresas e do grupo EBX. Leia e tome conhecimento dos detalhes da dissolução da diretoria e do Conselho de Sustentabilidade:
"EBX extingue área de sustentabilidade"
03 de junho de 2013 | 19h 12 - IRANY TEREZA E MARIANA DURÃO - Agencia Estado
"RIO - O grupo EBX, do empresário Eike Batista, extinguiu, há cerca de um mês, uma diretoria e um conselho de sustentabilidade, criados há três anos. Foram demitidos em torno de 50 funcionários, incluindo pessoal da área de suprimentos, departamento jurídico e tesouraria. A diretoria de sustentabilidade, que chegou a ter 30 pessoas, iniciou o ano bem mais reduzida.
Procurada, a empresa não quis comentar o assunto. Integrante do conselho, formado por oito pessoas, o almirante Ibsen de Gusmão Câmara, que foi vice-chefe do Estado Maior das Forças Armadas, disse que foi comunicado da dissolução do grupo por telefone, pelo diretor da área, Paulo Monteiro, há pouco mais de um mês, dias depois de a decisão ter sido tomada.
O Conselho de Sustentabilidade, de caráter consultivo, reunia-se trimestralmente mas, segundo o almirante Câmara, não serviu para muita coisa na prática. "Decidimos alguma coisa em termos de recomendação, mas nunca tivemos um retorno significativo. Na verdade, havia uma certa insegurança de como deveria funcionar o conselho, que era uma novidade para o grupo, e a coisa ficou um pouco imprecisa", disse ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.
Uma fonte ligada ao grupo EBX disse que a empresa antecipou uma reestruturação da área de sustentabilidade prevista para o ano de 2016. O processo começou a ser desenhado no início do ano passado e previa a extinção da diretoria. Os assuntos ligados ao tema seriam absorvidos por gerências executivas ou diretorias de sustentabilidade das próprias controladas. Desde o ano passado, os assuntos já vinham sendo transferidos a cada uma delas.
A decisão vem na esteira da redução de custos. A lógica é que, em lugar de novas contratações para as empresas X, realocaram o pessoal da diretoria de sustentabilidade da holding. O diretor Paulo Monteiro, conforme informou a fonte, permanecerá como consultor mas sem contrato de exclusividade com o grupo. Monteiro ficou 13 anos com Eike, participou da fundação da MPX, onde foi diretor de Novos Negócios e Meio Ambiente, além de ter assumido cargos nos conselhos da OGX, LLX e OSX.
O almirante Gusmão Câmara disse não ter sido informado do motivo para a dissolução do conselho, mas desconfia que seja porque o grupo "passa por dificuldades financeiras". Cada conselheiro recebia cerca de R$ 8 mil por reunião. Para ele, a extinção trará prejuízos ao grupo.
"Seria importante (manter) porque, naturalmente, muitas atividades do grupo podem ser agressivas ao meio ambiente. Eles (os controladores) demonstraram, nesse período em que estivemos lá, que estavam um pouco por fora desse tipo de problema. Seria útil para o grupo (manter o conselho) não só para sua atividade normal, mas também como uma demonstração pública de que estavam dando importância ao meio ambiente", disse. Eike Batista, segundo ele, participou de apenas uma reunião do conselho, desde a sua criação."
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