A produção mundial anual hoje é da ordem de 1,5 bilhão de toneladas, sendo praticamente 50% de origem chinesa, que é toda estatal, a maioria dirigida por governos provinciais. Novas usinas estão sendo montadas na China, Índia, países do Oriente Médio e Norte da África.
O fato da maioria da produção ser estatal indica que manter a produção - mesmo que a preços menores - é uma decisão de governo e não de uma corporação tendo como referência apenas o lucro.
Assim, uma menor demanda de aço na China significa que o mercado mundial poderá ser inundado com aço mais barato que dificilmente as siderúrgicas de outros países poderiam concorrer. Hoje o consumo de aço mundial cresce à razão de 3%, enquanto a produção aumenta na razão de 3,5%.
No Brasil, quase todo o setor siderúrgico foi estatal, hoje, é todo privado, com capital nacional e internacional. Embora, o setor tenha sido privatizado, o BNDES participa como acionista da maior parte dos empreendimentos, inclusive os de capital internacional, como da CSA, do grupo a Thyssen, recentemente instalada e atualmente em processo de venda, em Santa Cruz, na zona oeste do Rio de Janeiro.
Hoje, a capacidade instalada no Brasil é de cerca de 48 milhões de toneladas, sendo que atualmente, 30% está ociosa, mesmo com a China atualmente consumindo quase tudo que produz.
Os empresários do setor no Brasil já bateram as portas do poder em Brasília. Querem medidas ligadas à defesa do mercado brasileiro de aço. Alegam que o crescimento do consumo de aço internamente é pequeno. A previsão inicial era de crescer 5% a 6%, agora se fala na metade disto.
Num quadro desse, mesmo com toda a exigência de conteúdo nacional na produção de equipamentos para produção de petróleo, para as camadas do pré-sal, que consome grande quantidade de aço na construção das plataformas, é difícil visualizar cenário para construção de novas siderúrgicas no país. Dentro deste cenário é que a Ternium e a Wisco (Whuan) desistiram de se instalar no Açu.
PS.: Atualizado às 00:25: Para correções de redação.
65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
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Um comentário:
Caro Roberto,
Conforme o e-mail que você recebeu, poderíamos ter uma resposta do MPT sobre a questão das outras empresas do grupo X, pois muitos funcionários foram demitidos sem receber qualquer assistência.
Grato
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