Não é só na política que os clãs buscam variadas formas para se manter. Ao contrário do que divulgam, os setores corporativos também armam suas camas.
Como há algum tempo estudo e tento compreender as revoluções industrias e a reestruturação produtiva, o setor de montagem de automóveis, sempre surgiu como um paradigma, tanto nas questões tecnológicas quanto, e especialmente, na gestão e reestruturações administrativas.
Foi desta forma que minha atenção se voltou para a matéria do The Wall Street Journal, reproduzida pelo Valor com o título "Clã Ford expande presença na montadora e rebate críticas".
O infográfico abaixo é genial e extremamente didático. Ele mostra a relação entre as cinco gerações Ford, desde Henry em 1910, apontando ainda os modelos paradigmas da montadora, neste mais de um século.
Em que pese os discursos da corporação de que todos sucessores passaram por "processo padrão de seleção" da empresa, é difícil que os atuais investidores e a população possa dar crédito, diante de um quadro deste tão bem explicado.
Não seria novidade para o setor, segundo a própria matéria que diz: "a indústria automobilística mundial é rica em dinastias familiares. Os descentes de Giovanni Agnelli controlam a montadora Fiat SpA. Membros da família alemã Quandt têm uma fatia significativa da BMW AG. A família Chung comanda a Hyundai Motor Group na Coreia e o presidente de administração da VW AG é neto de Ferdinand Porsche, fundador da montadora alemã que leva seu nome". A matéria completa pode ser lida aqui.
O quadro nas corporações mundo afora, para além das montadoras não é diferente, como é o caso de que cinco famílias controlam a mídia corporativa brasileira.
Parece ser contra tudo isto que começa a se insurgir uma reação mundo afora.
Insisto vale conferir o infográfico abaixo. Interessante ainda observar o caráter machista das corporações, onde se pode ver que as mulheres Ford, foram escanteadas no processo sucessório de poder na Ford.
Muitos textos seriam necessários para mostrar o que o resumo simbólico da infográfico consegue mostrar, sobre um ambiente, que vende a falsa ideia de competência e meritocracia.
PS.: Para ver a imagem em tamanho maior clique sobre ela.
65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
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2 comentários:
Uma das características do poderio capitalista, exercido em grande parte por mega-corporações, é justamente se dizer "sem dono", ou sem uma face tangível, e sem "pátria".
Mentira deslavada:
No Brasil, por exemplo, um grupo seleto de famílias detêm 50% da renda nacional. Estas pessoas têm nomes e sobrenomes.
Ao redor do planeta, das 500 maiores empresas, que concentram boa parte do PIB mundial, 80% delas têm endereço certo, os EEUU.
Quase todo o fluxo de informações e servidores da rede mundial também se concentra por lá.
E as pessoas são incapazes de enxergar o que o corte do montante de juros pagos pelo Brasil (de 9% para 4,7% do PIB), pela presidenta, lhe trouxe como conseqüência, já que os donos do capital não aceitam sequer as regras que eles próprios determinam, a não ser que seus interesses permaneçam sempre intactos.
Vem agora a subida de juros pelo FED (Banco Central dos EEUU) para mostrar quem é que manda...
Amigos de Hitler, oportunistas do nazismo e co-responsáveis pelo holocausto.
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