A busca pelo dinheiro que não circula nas metrópoles e a captura do modo de vida do cidadão do interior, que via de regra de tem poucas opções públicas de lazer favorece a politica de interiorização do comércio de shoppings centers, em direção às cidades de médio porte (entre 80 mil e 300 mil habitantes).
Veja o quadro ao lado a distribuição da localização dos shoppings centers nas cidades brasileiras. A quantidade de shoppings no interior já é superior aos das capitais. De lambuja, os empreendedores ainda levam a simpatia e serviços de acesso entre outros, do prefeito local, que vende para sua população a ideia de "progresso" e/ou desenvolvimento de olho na aprovação popular.
Além disso, cada vez mais este tipo de comércio avança para o que se está chamando, nas cidades maiores, de shoppings de vizinhança, procurando fugir da frieza dos grandes e impessoais shoppings.Na verdade, uma nova cópia do modelo americano.
Por lá, processo similar já está em curso, para os americanos que possuem alta renda. Nos EUA, dos 50 mil shoppings existentes, 40 mil são estes chamados de "vizinhança", sempre ancorados por lojas de redes.
Interessante ainda observar no quadro ao lado originado de pesquisa nos shoppings brasileiros, da Cushman & Wakefield, que as receitas dos shoppings são basicamente, de aluguel das lojas com 76% e a segunda receita é do estacionamento de veículos com 11%.
Juntando este fato, ao das chamadas lojas âncoras de redes nacionais, na prática, a instalação dos shoppings centers, no interior funciona com uma excelente forma de capturar o dinheiro circulantes nestes municípios, além de também moldar o estilo de vida de nossas cidades, que vão ficando todas cada vez mais iguais entre si, como são estes shoppings, onde, em seu interior é incapaz de se dizer onde está o cidadão, neste caso, chamado de freguês.
É bom que observemos para onde estamos caminhando.
65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
3 comentários:
É a consolidação da privatização dos espaços de interação e convivência social.
Professor Roberto.
O Sr. Como grande estudioso da região Norte e Noroeste Fluminense , pensa que Itaperuna pode receber um shopping CENTER?
O que achas?
Há espaço para tal ?
Abc
Não sou contra shoppings, aqui em Campos que tem o pior centro da cidade que já vi, é a solução para se fazer compras e não se sentir na cidade del leste no Paraguai, ou seja, sujeira, tumultuo, prédios horrorosos caindo aos pedaços, esse centro parece mais um cenário de filme de terror. Pelo menos nos shoppings a sensação de progresso ainda que momentâneo é prazeroso. Não vejo a hora de sair finalmente o novo shopping no Jockey que segundo conversas vão construir. Mas tudo isso não isenta o poder público de construir e manter parques com áreas verdes e entretenimento sem custo pra população, vim de uma cidade em que essa combinação é perfeitamente possível e uma não anula a outra, uma cidade com menos de 300.000 habitantes tem vários shoppings estrategicamente espalhados pela cidade e pelo menos 6 grandes parques com áreas verdes de preservação, possibilitando passeios agradáveis
Postar um comentário