Este segundo encontro - o primeiro foi realizado em maio em Minas Gerais - começou ontem e vai até domingo, na sede da Asprim (Associação do Produtores Rurais e de Imóveis do Cajueiro e Açu), na localidade de Campo da Praia, estrada de Caetá que liga ao Porto do Açu.
A troca de experiências, a mobilização para novas lutas pelos seus direitos, as reclamações comuns contra a forma truculenta e desumana com que vem sendo tratados, desde 2008, é a tônica do evento que promete a organização de novas ações de luta, ações judiciais, mobilizações e de amplas pressões pelos seus direitos.
Famílias inteiras, idosos, crianças e adultos trocam experiências também de suas atividades cotidianas na área rural e não compreendem como modernidade a urbanização e a industrialização forçada sabendo que há tanta pressão por alimentos e modos de vida diferenciados e que podem conviver e se complementarem com respeito aos seus direitos.
Neste sábado, da mesma forma como fizeram há três meses, em Conceição do Mato Dentro, os participantes do encontro, desde o início da manhã visitam o entorno do empreendimento, conhecendo as terras desapropriadas, os impactos ambientais e sociais da instalação do porto que modificou suas vidas. Na parte da tarde voltam a sentar para conversar e trocar experiência.
Os mineiros reclamam da empresa Anglo American que comprou o sistema Minas-Rio da LLX/MMX e do estado de Minas Gerais e das prefeiuras que apoiam os empreendedores e deixam de lado as comunidades. Enquanto isto, os moradores do Açu reclamam das empresas do grupo EBX (LLX e OSX) e do governo do estado, através da Codin que faz as desapropriações, assim como das prefeituras locais.
A energia surgida da troca de experiências é muito grande. Os participantes esperam que conhecendo os detalhes de todo o projeto e processo eles possam ampliar a visão sobre suas possibilidades, a disposição e a capacidade de intervirem nele. Assim, continuarão a exigir que sejam ouvidos, na busca de soluções e não apenas serem usados, como se o território onde habitam e trabalham a vida inteira pudesse ser ocupado, como se ali não houvesse história de vidas e de luta. Estas pessoas mais que serem ouvidas, merecem respeito e vão continuar mais fortes a lutar por isso:
PS.: Atualizado às 12:40: Para ampliação do texto e informação da repercussão da reunião no portal do Jornal do Brasil, que apenas peca ao chamar nós moradores do estado do Rio de Janeiro de cariocas, quando somos fluminenses, por morarmos no estado e não na capital. Veja aqui.
PS.: Atualizado às 22:56: Abaixo foto da visita que comunidade de Conceição de Mato Dentro, MG, fez na manhã deste sábado, ao entorno do empreendimento do porto do Açu, para conhecer os problemas da implantação do Porto do Açu que receberá o minério extraído da região onde moram que para o Açu virá por um mineroduto de 525 quilômetros. O Ibase deu apoio ao evento, assim como a AGB, a UFF, UFJF e diversas outras entidades que tiveram representantes no evento, acontecido ontem e hoje, na sede da Asprim no Açu, município de São João da Barra. A foto abaixo é Camila Nobrega do Canal Ibase.
PS.:Atualizado às 12:31 de 25-08-2013 para correções de português geradas pela rápida postagem:
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