"Na esteira dos recentes protestos que abalaram o país, a Boitempo lança Cidades rebeldes: Passe Livre e as manifestações que tomaram as ruas do Brasil. Trata-se do primeiro livro impresso inspirado nos megaprotestos que ficaram conhecidos como as Jornadas de Junho, além de ser o principal esforço intelectual até o momento de analisar as causas e consequências desse acontecimento marcante para a democracia brasileira. Escrito e editado no calor da hora, em junho e julho, Cidades rebeldes é um livro de intervenção, que traz perspectivas variadas sobre as manifestações, a questão urbana, a democracia e a mídia, entre outros temas.
Participam dessa coletânea autores nacionais e internacionais, como Slavoj Žižek, David Harvey, Mike Davis, Raquel Rolnik, Ermínia Maricato, Jorge Souto Maior, Mauro Iasi, Silvia Viana, Ruy Braga, Lincoln Secco, Leonardo Sakamoto, João Alexandre Peschanski, Carlos Vainer, Venício A. de Lima, Felipe Brito e Pedro Rocha de Oliveira. Paulo Arantes e Roberto Schwarz assinam os textos da quarta capa, transcritos abaixo. O livro também conta com um ensaio fotográfico do coletivo Mídia NINJA e ilustrações sobre as manifestações de Laerte, Rafael Grampá, Rafael Coutinho, Fido Nesti, Bruno D’Angelo, João Montanaro e Pirikart, entre outros.
Leia abaixo os textos de quarta capa, escritos por Paulo Arantes e Roberto Schwarz
Duas semanas de rebelião urbana que mudarão a história política brasileira? A mais rápida, expressiva e surpreendente vitória popular de que se tem notícia em nosso país? Quem o diz não são os manifestantes mais envolvidos, mas a própria grande imprensa, num raro e único momento de perplexidade confessa. Até o próximo round, quando outros atores finalmente entrarem em cena, saberemos se as Jornadas de Junho começaram de fato a desmanchar o consenso entre “direita” e “esquerda” acerca do modus operandi do capitalismo no Brasil. Há vinte anos o país se tornou uma tremenda fábrica de consentimento, todos empenhados em se deixar esfolar com fervor. Batemos no teto? É o que a derrapagem histórica que detonou todo o processo sugere. Pela primeira vez a violência que restou da ditadura – e a “democracia” aprimorou –, aprisionando a política no aparato judiciário-policial, por algum motivo não funcionou dessa vez. Um limiar certamente foi transposto. Resta saber qual, e logo. No que tudo isso vai dar? “Já está dando”, disse-me outro dia um taxista."
No dia 22 de agosto está marcado um debate no Rio e SP com alguns dos autores:
São Paulo
com Paulo Arantes, Jorge Souto Maior, Ruy Braga, Karl von Holdt, Raquel Rolnik, Silvia Viana, Lincoln Secco, MPL e Roberto Schwarz (a confirmar)
22 de agosto | quinta-feira | 17h e 19h30
Sala 14 | Prédio de filosofia e Ciências Sociais | FFLCH | USP
Cidade Universitária | São Paulo | SP
Rio de Janeiro
com Mauro Iasi, Carlos Vainer, Felipe Brito e Pedro Rocha de Oliveira
22 de agosto | quinta-feira | 18h
Auditório Manoel Maurício | CFCH | UFRJ
Campus Praia Vermelha | Rio de Janeiro | RJ
com Paulo Arantes, Jorge Souto Maior, Ruy Braga, Karl von Holdt, Raquel Rolnik, Silvia Viana, Lincoln Secco, MPL e Roberto Schwarz (a confirmar)
22 de agosto | quinta-feira | 17h e 19h30
Sala 14 | Prédio de filosofia e Ciências Sociais | FFLCH | USP
Cidade Universitária | São Paulo | SP
Rio de Janeiro
com Mauro Iasi, Carlos Vainer, Felipe Brito e Pedro Rocha de Oliveira
22 de agosto | quinta-feira | 18h
Auditório Manoel Maurício | CFCH | UFRJ
Campus Praia Vermelha | Rio de Janeiro | RJ
Um comentário:
É bom assistir o vídeo da entrevista de Haddad ao programa Contraponto (tem lá no Viomundo).
O MPL acabou por aumentar em 50% o repasse da compra dos vales-transporte ao empresariado.
Ou seja, na hora da "conta", quem pagou foi o contribuinte.
Na medida que os tributos pesam mais sobre quem ganha menos, dá para ver que a pauta MPL de progressista não tem nada! Ao menos não do ponto de vista econômico.
Em outras palavras, disse isto no debate que participei na UENF, por ocasião das manifestações.
É um longo debate, mas temos que saudar a iniciativa corajosa do livro, ainda mais quando faltam tempo e capital conceitual para um processo tão recente!
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