Confesso que nunca tinha ouvido esta expressão para a geração de jovens que nasceram na década de 90 e são considerados nativos digitais. Já conhecia o termo de geração Y, usado por psicólogos e pessoal de RH para se referir a algumas característica dos jovens contemporâneos que interessam à produção.
Há um misto de curiosidade e preconceito em relação aos jovens que pensam e concebem o mundo a partir desta realidade digital que hoje cerca boa parte da humanidade.
Há ainda quem apelide a geração "Z" de "zumbis-digitais" e atribua aos mesmos uma alienação da produção, do trabalho e da cidadania, sendo atomizados, superficiais e distantes da realidade.
Particularmente, a minha posição é de curiosidade, de incentivo e de torcida para que eles consigam enfrentar um mundo que além de imensamente mais tecnológico, assiste à compressão do tempo e do espaço, em uma escala inimaginável, há pouco mais que duas décadas.
Porém, avalio que esta geração chamada de "Z" não está nem mais e nem menos distante da realidade do que as gerações anteriores, embora, atualmente sejam maiores que nunca, as pressões para uma única forma de conceber o mundo, as coisas e as pessoas, na condição de mercadorias e sem uma visão do processo histórico.
Sem preconceito e sem euforias há que se ter expectativa de que os jovens possam, em meio aos desafios contemporâneos, construir um mundo melhor que o atual.
Nesta linha, parece interessante um maior contacto inter-geracional que permita troca de energia do mais jovens para os mais "maduros" e de experiência e conhecimento, destes para os mais jovens.
Assim, através do diálogo, talvez se possibilite a construção de novos conhecimentos, experiências e uma nova forma de civilização, onde o ser humano não seja mercadoria e o mundo uma construção permanente e coletiva, em busca da ampliação das capacidades da espécie humana de forma solidária e colaborativa.
PS.: Atualizado às 12:18 de 1008/2013 para pequenos ajustes.
65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
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