Nota de solidariedade aos camponeses de São João da Barra
O
Estado do Rio Janeiro vive um intenso processo de desagriculturalização e de
desrespeito aos direitos fundamentais daqueles que produzem alimentos.
Em São João da Barra, na região do Norte Fluminense, a construção do Complexo
Portuário do Açu, obra financiada com recursos públicos do BNDES, está
realizando a expulsão de 1500 famílias
camponesas para a instalação do "Distrito Industrial de São João da
Barra". 90% das terras agricultáveis da região onde será instalado o
empreendimento foram desapropriadas pelo Decreto 41.915/RJ do Governador Sérgio
Cabral.
As atrocidades provocadas pela
Companhia de Desenvolvimento Industrial do Rio de Janeiro (CODIN) e pela LLX,
na expulsão dos camponeses de suas terras, estão deflagrando processos
depressivos tanto aos que efetivamente perdem suas terras ou estão sob ameaça
de perdê-las. Até o momento, tivemos conhecimento de três mortes de camponeses
relacionadas às ações terroristas do Estado e da LLX.
Hoje, dia 01 de agosto, recebemos a
noticia do falecimento Sr. José Irineu Toledo, camponês que nasceu na
Comunidade de Água Preta, em São João da Barra,
onde trabalhou ao longo de toda sua vida em sua pequena propriedade, por meio
da qual sustentava sua família por meio da produção de alimentos. Não por
trágica coincidência, nos momentos em que amigos e parentes velavam seu
corpo, a CODIN, amparada pela Policia Militar, realizava a desapropriação da
pequena propriedade de terra do Sr. José Irineu Toledo, mostrando a verdadeira
cara do Estado e do Porto do Açu que destroem a vida dos camponeses que
produzem alimentos.
Neste sentido, o Movimento dos
Pequenos Agricultores vem a público expressar sua solidariedade à família de
Sr. José Irineu Toledo e a todos os camponeses, ameaçados pela CODIN e pela
LLX, e reafirmar nossa disposição de lutar juntos a eles em defesa da vida e de
seus direitos.
Movimento
dos Pequenos Agricultores
Rio
Janeiro, 01 de agosto de 2013
2 comentários:
Eu trabalho no Porto do Açu, mas fico imensamente revoltado com o desrespeito e desumanidade com relação as apropriações das terras das pessoas humildes e que dependem de sua terrinha e de seus animais pra sobreviverem. Mas ironico ainda é quererem jogar essas pessoas numa outra área onde já se encontra degrada em razão de salinização da agua e so solo. Isso é o Brasil minha gente. Vamos nome do progresso obrigar as pessoas a se retirarem de suas terras e acabar de matá-las de infarto e etc,etc?
Concordo com a opinião acima, também trabalho no Porto e vejo determinadas situações que jamais poderiam existir, talvez por isso que a empresa se encontra nesta situação.
Precisaríamos de alguma lei para botar um ponto final nisso.
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