sexta-feira, agosto 23, 2013

Novas tecnologias, novos mercados ou macro-maluquices?

O professor Marco Maciel, engenheiro eletrônico já ironizava o fato de que a evolução da tecnologia transformou o telefone que era com fio em sem fio (wireless), enquanto a televisão que era sem fio, por antena, se transformou para ser à cabo, para ser moderna.

Hoje, os telefones celulares crescem o tamanho da tela, na era dos smarphone e voltam a ser "tijolões", enquanto os notebooks viram tablets em telas menores que quase se encontram nos tamanhos.

A tecnologia evolui, porém, o que caminha é o mercado que cria produtos com ciclos de vida cada vez mais curtos, em que o marketing impõe aos indivíduos necessidades que na maioria das vezes eles não possuíam.

Na semana passada, eu me estarreci com a informação de que a finlandesa Nokia ao produzir seu mais novo smarphone, muito parecido com os Apple e Samsung, estava apavorada com o volume de recursos necessários de investimento em marketing para colocá-los em condição de competitividade com estas e outras marcas.

Para isto deveria gastar valores absurdos em propaganda, treinamentos de vendedores, pagamento especiais a lojistas para destaque em vitrines, etc. Teria separado US$ 500 milhões para esta finalidade. Quase um pingo em relação aos US$ 11 bilhões gastos pela Samsung para divulgar suas novas linhas de smarphones.

Maluquice estes tempo modernos em que se reduz ao máximo os custos de produção, incluindo redução de valores pagos à mão de obra, chinesa, malaia, paquistanesa, etc., enquanto, crescem, a ponto de ultrapassar os custos de produção do próprio produto a ser propagandeado para a venda.

Sistema maluco este, heim?

O pior é que poucas vozes ousam gritar que: o rei tá nu!

4 comentários:

Renato César Arêas Siqueira disse...

É a clássica "dupla" do grau de obsoletismo pelo uso e design: Victor Lebow(Eisenhower), o vídeo A História das Coisas, com Annie Leonard, conta como funciona este processo. Também, pode ser lida entrevista com a ativista: http://mercadoetico.terra.com.br/arquivo/annie-leornad-me-conta-a-historia-das-coisas/

Anônimo disse...

Não são como "tijolhões. Os novos smartphones são como "telhinhas"

Anônimo disse...

jornal folha d são paulo - 24-08-2013
Papéis que dariam renda a Eike viram nó em venda da MMX

Candidatos a comprar mineradora defendem que empresário abra mão de receber royalties por ferro

Comprador assumirá dívida de cerca de US$ 3 bi, mas quer deixar de pagar US$ 250 mi/ano; holding EBX não comenta
RENATA AGOSTINI DE BRASÍLIA

Os interessados na compra da MMX, mineradora que Eike Batista tenta passar para a frente em mais uma rodada de liquidação de ativos, querem que o empresário abra mão dos royalties que tem a receber pelo embarque de minério de ferro no porto do Sudeste (RJ), que pertence à companhia.

No momento, Eike mantém conversas com vários interessados: as tradings Glencore e Trafigura, que podem fazer propostas sozinhas ou associadas ao fundo árabe Mubadala, um consórcio de empresas brasileiras formado por CSN, Gerdau, Usiminas e Vale (sócias na MRS) e os americanos da EIG, que já se comprometeram a adquirir uma fatia da empresa de logística do grupo EBX, a LLX.

Segundo apurou a Folha, os royalties --transacionados na Bolsa sob a sigla MMXM11-- se transformaram em um dos nós da negociação. Trata-se de um título que foi lançado em 2010, quando o porto do Sudeste foi transferido do portfólio da LLX para o da MMX.

O dinheiro levantado com a emissão desses títulos foi usado na construção do empreendimento.

Em troca, os detentores dos papéis ficaram com a garantia de receber US$ 5,00 por tonelada embarcada no porto. No lançamento, Eike ficou com 67% dos títulos.

Quando o porto estiver funcionando a plena capacidade em 2015, embarcando 50 milhões de toneladas, os royalties vão representar uma bolada: US$ 250 milhões por ano. Os compradores não querem pagar o valor a Eike.

Para os candidatos à compra, os royalties precisam entrar no pacote para que "a conta feche", relatam executivos próximos às negociações. Isso porque, pelas propostas apresentadas, o novo dono assumiria o porto do Sudeste em troca da dívida da MMX, que é estimada em cerca de R$ 3 bilhões.

Na avaliação dos interessados, o porto vale esse montante, mas há investimentos adicionais necessários para que seja totalmente concluído, e o caixa da empresa é insuficiente --cerca de R$ 400 milhões.

Eike reluta em incluir os royalties, que garantirão receita segura no futuro. Assim, o impasse se criou.

A Folha apurou que Eike convocou os interessados nesta semana para tentar desatar o nó e melhorar as propostas oferecidas. Até o momento, elas envolvem as dívidas, mas pouco capital, algo importante para o empresário, que tem credores em outros negócios e na própria holding de seu grupo, a EBX.

O tempo, contudo, vem sendo um adversário de Eike. Executivos próximos estimam que o caixa da MMX deve se esgotar até outubro, mas a companhia precisa terminar as obras do porto do Sudeste para cumprir contratos e começar a gerar receitas. Se o negócio não sair em breve, as obras da companhia podem ser prejudicadas.

Procurada, a MMX afirmou que os papéis da MMXM11 são um investimento de Eike Batista e não da companhia.

Já a EBX, holding do empresário, não comentou o assunto até a conclusão desta edição.

Colaborou RAQUEL LANDIM, de São Paulo

Anônimo disse...

Roberto, gostei muito deste texto. O melhor que li nos últimos meses.

Há poucos dias estava pensando comigo: temos tecnologia consolidada para fazer automóveis movidos à gás natural e a industria gasta rios de dinheiro tentando disseminar veículos elétricos.

Por outro lado, temos tecnologia consolidada para produzir chuveiros elétricos e novamente muito dinheiro é investido para disseminar os chuveiros à gás.

Tem lógica um negócio desses???

Manoel