O blog destacou o trecho inicial em que Chauí fala dos problemas da metrópole (que ela chama de inferno urbano) e das recentes manifestações:
"O inferno urbano, em sua totalidade, significa a verticalização dos condomínios e shopping centers, o aumento demográfico e a expulsão dos moradores das regiões de exploração imobiliária para as periferias cada vez mais distantes. Complementando o inferno urbano, você tem o problema do transporte coletivo que é indecente, indigno e mortífero, além de a cidade ser construída privilegiando o veículo individual. Os culpados por este inferno urbano são as montadoras com a produção de carros, as empreiteiras responsáveis pela explosão imobiliária e os cartéis de transporte urbano que contribuíram para sua ineficácia. Disto tudo, podemos ver a luta pela moradia, pelo aluguel, pelo sistema viário da cidade, pela educação e pela saúde. Todas estas causas formam um movimento unificado contra a produção do inferno urbano.
Em contrapartida a este panorama, venho percebendo declarações de muitos jovens em defesa do apartidarismo e com um posicionamento radical contra a política. Eles acabaram aderindo à ideologia neoliberal das empresas de comunicação que desqualificam os partidos políticos porque querem ocupar o espaço público em seus lugares. Ver alguns segmentos de manifestantes se pronunciarem desta forma me preocupa muito, pois a situação dos partidos políticos minoritários no Brasil é a pior possível. Vivemos em uma sociedade conservadora que transformou os partidos políticos em clubes privados que operam por clientela, tutela e cooptação. Ainda de quebra, há o pacote Abril do general Golbery que monta o sistema partidário brasileiro e força a justiça eleitoral com um entulho autoritário através de campanhas de coalizão. Vejo todas estas questões como pautas de reformas políticas e motivos para manifestações populares. Ainda assim, apesar de dispersos, os movimentos têm tudo para se organizarem em um tema unificador."
"O inferno urbano, em sua totalidade, significa a verticalização dos condomínios e shopping centers, o aumento demográfico e a expulsão dos moradores das regiões de exploração imobiliária para as periferias cada vez mais distantes. Complementando o inferno urbano, você tem o problema do transporte coletivo que é indecente, indigno e mortífero, além de a cidade ser construída privilegiando o veículo individual. Os culpados por este inferno urbano são as montadoras com a produção de carros, as empreiteiras responsáveis pela explosão imobiliária e os cartéis de transporte urbano que contribuíram para sua ineficácia. Disto tudo, podemos ver a luta pela moradia, pelo aluguel, pelo sistema viário da cidade, pela educação e pela saúde. Todas estas causas formam um movimento unificado contra a produção do inferno urbano.
Em contrapartida a este panorama, venho percebendo declarações de muitos jovens em defesa do apartidarismo e com um posicionamento radical contra a política. Eles acabaram aderindo à ideologia neoliberal das empresas de comunicação que desqualificam os partidos políticos porque querem ocupar o espaço público em seus lugares. Ver alguns segmentos de manifestantes se pronunciarem desta forma me preocupa muito, pois a situação dos partidos políticos minoritários no Brasil é a pior possível. Vivemos em uma sociedade conservadora que transformou os partidos políticos em clubes privados que operam por clientela, tutela e cooptação. Ainda de quebra, há o pacote Abril do general Golbery que monta o sistema partidário brasileiro e força a justiça eleitoral com um entulho autoritário através de campanhas de coalizão. Vejo todas estas questões como pautas de reformas políticas e motivos para manifestações populares. Ainda assim, apesar de dispersos, os movimentos têm tudo para se organizarem em um tema unificador."
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