sábado, outubro 19, 2013

Por que Serra não quer o leilão de Libra?

Se ainda há máscaras elas estão todas caindo. Depois de Marina ter defendido o rigor fiscal aceitando e defendendo a tal "restauração do tripé econômico", que mostra bem com quem ela anda se articulando, agora é a vez do Serra, na questão do leilão do campos de Libra.

O Serra diz que "o ideal era ter feito o leilão que trouxesse grandes grupos internacionais competitivos"¹. Leia-se os americanos da Chevron a quem ele disse no passado para esperar pela volta deles ao poder.

Serra disse que viramos um "neocolonialismo do Brasil em relação à China. Francamente, estatal por estatal, eu preferia que ficasse com a Petrobras"¹. Quem diria quebrou o monopólio e tentou privatizar a estatal brasileira e agora tenta dizer outra coisa. Com os americanos como defende então não seria colonialismo?

Serra, indiretamente, além de defender o alinhamento aos americanos (Chevron e Esso) e ingleses (BP e BG) deixa clara a sua posição e reclamando da independência do Brasil em relação aos grupos privados internacionais, a quem parece defender: "O poder do governo brasileiro é grande em relação a grupos internacionais privados. Eles pularam fora. O poder do governo brasileiro em relação ao governo chinês é muito menor"¹. Assim, Serra esquece que quase 50% do que for produzido no pré-sal será da União, independente da possibilidade da participação da Petrobras.

Além de clara, a posição Serra mostra que ele não quer compreender as mudanças em vigor no mundo contemporâneo, com a desestruturação do ideais do neoliberalismo e com a ampliação do papel dos Estados nas economias, mesmo no mundo capitalista.

Tudo isto torna o processo do pré-sal do campo de Libra ainda mais confuso.

Parece que há quem queira que o leilão não aconteça para incluir as gigantes privadas do setor. Além disso, há ainda os interesses do capital financeiro em ter parceiros para financiar tal investimento, em enfrentamento, às articulação de empresas ligadas aos estados-nações.

O quadro não é simples, mas, algumas questões estão mais que claras para quem quer enxergar.
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¹ Fala de José Serra em matéria do Valor, em 18 de outubro de 2013, dos jornalistas Raymundo Costa e Raquel Ulhôa. P.A8.

16 comentários:

Anônimo disse...

Por uma Petrobras 100% estatal sob controle dos trabalhadores! Fora os tubarões rentistas que tornam nosso petróleo alvo da agiotagem internacional

Anônimo disse...

Ironicamente neste mês de outubro, quando a Petrobras completa 60 anos, está marcado para ocorrer o leilão do campo de Libra. Desta vez, o governo Dilma entregará para as transnacionais o que vem sendo apresentado como a maior reserva de petróleo brasileira descoberta nos últimos anos, como parte da estratégia midiática de valorizar as ações na Petrobras nas bolsas de valores pelo mundo.

Anônimo disse...

Esta operação de entrega das riquezas nacionais, na verdade, é apenas a ponta do iceberg, já que grande parte da própria Petrobras atualmente é controlada por especuladores estrangeiros e empresas privadas, particularmente a Total francesa. Não por acaso, 40% de seus lucros são remetidos ao exterior.

Anônimo disse...

O fato da Petrobras hoje ter grande parte do seu controle acionário nas mãos do capital privado internacional e atuar com ações nas bolsas de valores de todo o planeta faz com que a empresa seja refém da agiotagem internacional, daí a necessidade de vender os blocos petrolíferos para as transnacionais, visando dar receita em curto prazo a seus acionistas sanguessugas, que pouco estão interessados em investir no desenvolvimento do país.

Anônimo disse...

A Petrobras hoje não é nossa” (Jornal Brasil de Fato, 26/09). Refém dos tubarões rentistas, grande parte do lucro da empresa não é investido em tecnologia de ponta, na produção de plataformas, na construção de navios de transporte e, muito menos, em refinarias, ou seja, na cadeira de extração e refino do petróleo oriundo do mar, que tem um alto custo. Realidade que se torna ainda mais difícil com a necessidade de retirar óleo cru da camada do pré-sal, como é o caso do Campo de Libra.

Anônimo disse...

O fracassado “plano quinquenal de negócios” não se resumiu apenas a constatar a involução da Petrobras na área da exploração do óleo, no que tange a construção das novas refinarias a “tragédia” é bem maior.

Das quatro novas refinarias planejadas, Rio, Pernambuco, Ceará e Maranhão, nenhuma sequer deverá ficar pronta antes de 2018... na melhor das hipóteses. Registre-se que a maior refinaria em operação no país, Duque de Caxias, foi inaugurada em 1961 e não tem capacidade de processar o petróleo pesado de nossas plataformas marítimas.

A “jóia da coroa” das novas refinarias projetadas, a Abreu e Lima de Pernambuco, deveria ter sido entregue no final do ano passado, acontece que a empreitada em conjunto com a PDVSA ainda não saiu das obras de alicerce.

Anônimo disse...

A Petrobras segue a estratégia das multinacionais de ser uma grande exportadora de óleo cru (commodities), de onde vem o lucro rápido, tornando o país dependente da importação de derivados.

Anônimo disse...

O alto custo da extração do pré-sal e a oferta em abundância via novas descobertas em terra na América Latina, acabaram por não atrair algumas gigantes do setor para o Leilão de Libra, como as norte-americanas Exxon e Chevron e as britânicas BP e BG. Outras 11 empresas transnacionais irão participar do leilão, entre elas a Repsol, Shell e a Total, além das asiáticas que devem se associar a Petrobras, justamente porque sabem dos altos investimentos a fazer.

Anônimo disse...

Quando a Petrobras completa 60 anos e vem servindo cada vez mais à agiotagem internacional outro mito que deve ser denunciado justamente para levar o combate consequente como sua privatização “branca” é o conto da autossuficiência brasileira do petróleo, declarada na década passada.

Esta cantilena não passa de uma abstração matemática com objetivo de “facilitar” a parceria da Petrobras com empresas transnacionais.

Anônimo disse...

O Brasil é absolutamente dependente de todos os derivados do petróleo, incluindo a gasolina e diesel, já que não dispõe de capacidade de refino de seu próprio petróleo, de características pesadas e de baixo valor no mercado de commodities.

Exportando petróleo “bruto e grosso” e importando gasolina, querosene de aviação e diesel o país cria um imenso déficit comercial, do qual o pré-sal é somente mais um elemento deste processo de dependência.

Anônimo disse...

O marco regulatório constitucional, que quebrou o monopólio estatal da extração do petróleo no governo FHC e que impõe a Petrobras investir em refinarias de países imperialistas, foi mantido intacto pelo governo Lula, sendo a fonte originária do esgotamento do projeto energético nacional, com ou sem pré-sal.

Anônimo disse...

O Estado brasileiro, tendo Getúlio Vargas na presidência, criou em 1953 a Petrobras e proclamou o seu monopólio depois de uma campanha de massas que passou para a história como “O petróleo é nosso!”. Desde a década de 90, os seguidos governos burgueses neoliberais, principalmente a partir de FHC, desejam privatizá-la, mas há enorme resistência popular. Por esta razão, na primeira onda de privatizações o tucanato não pôde vendê-la como fez com a Vale do Rio Doce. Desde esta época, decidiram ir quebrando por dentro, privatizando por partes. Primeiro FHC quebrou o monopólio estatal do petróleo do Brasil e criou a Agência Nacional do Petróleo (ANP), como testa de ferro das multinacionais. Acelerou a precarização e a terceirização de serviços.

Anônimo disse...

O governo do PT deveria ter rompido estes contratos fraudulentos, mas preferiu continuar com a obra privatizante.

Manteve os leilões e a entrega do petróleo às multinacionais. Desta forma, a privatização não ocorre de um só golpe, como aconteceu com as estatais na década de 1990.

Vai-se corroendo por dentro, entregando por partes, sucateando, desnacionalizando, privatizando em doses homeopáticas.

Anônimo disse...

Lendo os comentários do Anônimo das 9:14 às 9:29, que parecem ser a mesma pessoa, percebemos que o modelo FHC foi mantido por Lula/Dilma num viés mais brando, ou, como ele chama, uma privatização "branca".
Como o dono do blog disse, a questão é complexa e nessa guerra de interesses gigantescos das sete irmãs, a verdade está mais profunda que o pré sal.
Temos sido roubados há anos quase sempre com a cumplicidade de brasileiros que enriquecem à custa do patrimônio de todos nós. Madeira, açúcar, ouro, diamantes, nióbio, terras raras etc. Não será diferente com o petróleo.

Anônimo disse...

Entre 1994 e 2012, o preço da gasolina subiu 400% no Brasil, enquanto a inflação chegou a 130%. Portanto, não deveria haver aumento do preço do combustível na bomba para a população e sim cortar a margem de lucro dos distribuidores privados de combustíveis, que compram a gasolina a R$ 1,05 na refinaria e revendem a R$ 2,80.

Carlos Andrade disse...

Estão vendendo um sonho na aplicação dos recursos arrecados com a venda do campo de Libra pois os investimentos que a União receberia ficaram para além de 2019 quem será o presidente lá outra coisa e o ministro da Educação que vai gerir e partilhar os recursos oriundos do pre-sal entre unido,estafis.e municípios já tem nome?é competente , será que nosso povo sofrido,sem estrutura herdará um pouquinho desse investimento em seus filhos ou netos só o FUTURO DIRÁ então vamos aguardar e continuar a viver com o pesadelo da inflação mis rondando!Carlios - Taboão da Serra