quinta-feira, outubro 03, 2013

Revista da Bloomberg com matéria sobre Eike: "Como perder uma fortuna de 34,5 bilhões de dólares em um ano"

O portal da revista Exame comenta a matéria da revista Bloomberg Businessweek que coloca a situação de Eike como inusitada e ironizando sua atual situação. Clique aqui e veja a matéria original a abaixo a repercussão no site da Exame. A tradução da capa ao lado é: "Eike: Como perder uma fortuna de 34,5 bilhões de dólares em um ano".

"A edição de hoje da Bloomberg Businessweek traz na capa um velho conhecido: Eike Batista. O ex-bilionário brasileiro é tema de reportagem que esmiúça a ascensão e queda daquele que foi um dia o homem mais rico do Brasil.

No que se anuncia como um dos maiores colapsos financeiros e pessoais da história - se não o maior -, Eike pode estar chegando a falência", afirma a revista.

Cruel, o texto brinca com a atual situação do empresário: "Dizem que o papa Francisco planeja voltar ao Brasil em breve e visitar os pobres de novo - incluindo, dessa vez, Eike Batista".

A ascensão
A reportagem assinada por Juan Pablo Spinetto retrata a ascensão e queda do grande empreendedor brasileiro nos mínimos detalhes.

O jornalista lembra a faraônica entrada em cena da OGX em 2007. O investimento de 1,3 bilhão de dólares em 21 blocos para exploração de petróleo assustou muita gente. Mas era só o começo.

Naqueles dias, Eike era mesmo um homem de sorte. A Bloomberg lembra que, em junho de 2008, o preço recorde de 145 dólares por barril de petróleo animou os investidores. Tudo dava certo demais para Eike.

A Queda
"No fim de 2010, observadores mais atentos percebiam sinais estranhos no império Batista", afirma a Bloomberg Businessweek. Segundo a revista, executivos de grandes petrolíferas chegaram a aconselhar Eike a baixar o tom. Ele não ouviu.

Em abril de 2011, informes da OGX indicavam reservas abaixo do esperado; Em maio daquele ano, Eike começou a captação de dinheiro no mercado por títulos. Em breve, 2012 chegaria com uma sucessão de más notícias.

Janeiro: produção abaixo da meta; Março: 1,1 bilhão de dólares em empréstimos e mais 2 bilhões injetados pela Mubadala; Junho: Paulo Mendonça, o doutor Óleo da OGX, é demitido. No fim daquele mês, nova decepção com as reservas do campo Tubarão Azul.

Enquanto isso, Eike prometia a todos que seria o homem mais rico do mundo até 2015.

De acordo com a reportagem, a dívida atual da OGX equivale ao valor de mercado da empresa multiplicado por 11. Hoje, a OGX informou que as reservas de Tubarão Martelo, principal campo da empresa, são de dois terços menores do que o esperado.

Citado pela Bloomberg Businessweek, o papa Francisco ainda não se manifestou sobre o calvário de Eike Batista."

6 comentários:

Anônimo disse...

Quando recentemente a The Economist falou mal do governo petista (o voo da galinha), o blogueiro não concordou, viu uma espécie de teoria da conspiração, tendenciosa contra o governo petista.

Agora que outra revista econômica de renome mundial faz uma reportagem que é contra o Eike (o que o blogueiro parece sempre gostar)ele não fala nada de "reputação" capitalista da Bloomberg.

São dois pesos e duas medidas.

Particularmente, acho que as duas reportagens (da The Economist e da Bloomberg) estão corretas.

Roberto Moraes disse...

Oh meu caro,

Neutralidade não existe e nem este blog nunca se propôs.

É fácil identificar quem interprete como correta e comemore as duas matérias.

Sobre a primeira fiz questão de comentar tudo que a cercava e o que ela, a meu juízo, significava.

Sobre a segunda eu noticiei (informei)a sua existência divulgando o seu link, assim como a repercussão da mesma para a revista Exame.

Não fiz comentário nenhum, mas, posso fazer. É uma matéria velha, sem novidades, apesar de evidenciar as vulnerabilidades de um sistema de fluxos de recursos do capital financeiro em toda a sua essência.

A minha posição sobre os empreendimentos de Eike é conhecida aqui. Trato mais dos empreendimentos do que sobre a pessoa, raramente trago repercussão como o esta da Bloomberg.

Fiz isto porque acho que todo este processo de constituição da holding tem muitas questões que precisam ser detalhadas e explicadas. Para a mídia corporativa que o levou ao patamar anterior é a mesma que agora busca (tentando ficar de fora) também de forma caricata mostrar o que antes pareciam esconder.

Esta matéria não traz nada de novo, ela repete o que já se sabe e com intenções que não são difíceis de descobrir.

Sobre os interesses e reputações capitalistas e a sua comemoração a ambas, são ainda mais fáceis de saber e se inserem num discurso que está todos os dias nas colunas da mídia corporativa.

Nada além.

Matheus Crespo disse...

Caro Roberto, nada a ver com o post em questão, mas um tema relevante. Não sei se já teve oportunidade de ler, mas encaminho notícia que acabo de acessar no portal UOL.

http://educacao.uol.com.br/noticias/2013/10/03/brasil-e-o-penultimo-em-pesquisa-sobre-valorizacao-de-professor.htm

Abs

Roberto Moraes disse...

Olá Matheus,

Li a matéria. Ela é curta, não dá muitos detalhes.

Porém, trata-se de uma pesquisa de opinião, não científica e retrata a impressão (percepção) que as pessoas possuem sobre a profissão, a remuneração, etc.

Ela é um dado a ser considerado, mas, há que se apurar mais detalhes sobre a mesma.

A lista me chamou a atenção sobre critérios que devem ter sido utilizados.

Pesquisa deste tipo levantam informações interessantes, mas, o rankeamento é quase sempre muito complicado.

MR RUFOS disse...

O caso é inexplicável. Seria a maldição de Silvério dos Reis, o delator da incofidencia, apenas uma lenda.
Foi só o homem aportar nestas terras e pronto: caixão e vela preta.

douglas da mata disse...

Ué, eu não conheço a lenda de Silvério dos Reis...

Já ouvi a da "fera de Macabu", último executado, no fim do Segundo Império...

Bom, em todo caso, estas alegorias sobre "fracasso" ou "sucesso" servem ao capitalismo como historinhas e parábolas que carregam "morais" para disseminar valores.

Não têm nada a ver com a complexidade que a realidade apresenta.

O senhor X é o resultado intrincado de um modelo de expansão e re-arranjamento dos interesses globais dos centros capitalistas, quer pela difusão de novos entrepostos de mercadorias e insumos, quer pela apropriação de fontes energéticas, e enfim, a incorporação física de territórios.

Neste jogo, associam-se a necessidade de facilitação dos fluxos financeiros, demandas geopolíticas soberanas, e claro, a ambição de grupos e pessoas.

O senhor X, como sempre foi dito, foi um facilitador, um corretor, um catalizador de expectativas, uma distração: claro, muitíssimo bem paga.

O governo, nos diversos níveis, e com níveis distintos de comprometimento, aceitara, o risco de se associar a este tipo de projetos, até porque poderiam "terceirizar" o custo político das operações em curso.

Deu errado, dentre outras coisas, porque o senhor X achou que era mais realista que o rei, e aí, e esqueceu de olhar os sinais de que a maré começava a mudar...

Desprezou ainda a lição de que o capitalismo não aceita pacificamente outros "players" que comecem a disputar espaço...

Este negócio de livre inciativa ou livre-concorrência é coisa para idiota acreditar...

Bom, rei morto, rei posto...

Ah, é bom lembrar ao Mr Rufos que o fator Porto do Açu foi só um dos pilares que ruiu, ou seja, a "maldição" não é só desta terra...