Todo ano nesta mesma época, a divulgação feita pelo IBGE sobre o PIB dos municípios brasileiros, coloca os municípios petrorrentistas como entre os maiores PIBs e PIB per capita do estado e do país.
Desde este tempo, quase uma década, nós passamos a chamar de Produto Ilusório Bruto e não Produto Interno Bruto.
É ilusório porque no caso destes municípios que recebem royalties do petróleo, a forma de cálculo que o IBGE (equivocadamente adota) é o de alocar a toda a riqueza do valor do petróleo (e não apenas dos royalties) nestes municípios, na mesma razão dos critérios de distribuição das quotas dos royalties.
O mais interessante é que na grande maioria destes municípios, o petróleo (ou gás extraído do litoral na plataforma continental) sequer passa fisicamente por eles.
O mais estranho é ver gestores comemorando este resultado que é ilusório.
Do lado do munícipe (eleitor) o fato poderia se transformar em mais um questionamento sobre a qualidade da gestão.
A indagação seria simples: sendo o município assim tão rico, na frente da grande maioria dos mais de 5 mil municípios brasileiros, por que será que as demandas da população continuam sem ser atendidas?
Ilusão é promovida por espertos. E para existir estes é preciso que haja também quem se queira iludir.
65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário