A análise mais lúcida e "equilibrada" (que como disse o autor é diferente de neutra) que vi e que se aproximou com o que eu penso sobre o assunto da morte do cinegrafista Santiago que seguiu a uma manifestação na Central do Brasil no Rio está no texto título desta nota. Separei cinco pequenos trechos para quem lê pouco, mas sugiro que leiam na íntegra.
Seu autor é Alexandre Haubrich e foi publicado num espaço que não conhecia, o "JornalismoB". O que mostra a boa diversidade e qualificada mídia alternativa que está se instalando em nosso país. Quem desejar ler o texto na íntegra clique aqui. Confiram:
"Uma das formulações maliciosas que têm aparecido classifica o episódio da morte de Santiago como um atentado contra a “liberdade de imprensa”. Isso é uma farsa. A construção desse discurso pelos conglomerados midiáticos tem uma sentido objetivo: a blindagem contra futuras manifestações, já que cada vez mais a revolta – e os protestos – se voltam contra o aparelho discursivo das elites – a mídia dominante. O grito por “liberdade de imprensa” há tempos é usado como desculpa e como escudo contra tudo o que pode ameaçar os interesses políticos, ideológicos e econômicos dos conglomerados de comunicação, e situações que permitam a construção de mecanismos de blindagem são sempre bem aproveitadas...
...A ameaça à “liberdade de imprensa” não é o único mito criado em meio aos protestos. Há muitos outros, e um deles se aplica com perfeição a esse caso. A mídia dominante tem como prática histórica a construção de chavões que identificam rapidamente os leitores-telespectadores-ouvintes com determinadas narrativas e ao mesmo tempo criam imediatamente sensações previstas – e construídas anteriormente através de associações repetidas...
...O último e mais importante equívoco, que às vezes pende mais à desonestidade, é a tentativa de transformar a morte de Santiago na temática central dos debates sobre os protestos. Essa é a questão de fundo, essa é a distorção que ao mesmo tempo forma e é formada pelas anteriores, e que tem alguns objetivos claros: aprofundar o processo de criminalização das manifestações, dividir os ativistas, enfraquecer e secundarizar as pautas reais, aumentar a pressão para que a repressão seja cada vez mais violenta...
...Pairam, aliás, muitas dúvidas sobre a verdadeira origem da bomba que matou o cinegrafista. A história toda é muito estranha, com possibilidade real de que seja tudo uma grande armação, um novo Rio Centro. Há, na carona do caso, a tentativa de aprovação de uma lei antiterrorismo, um AI-5 moderno que coloca em risco o pouco que temos de liberdade de manifestação coletiva – seja a partir das novas formas de protesto, seja através dos movimentos sociais tradicionais.
Essa não é uma defesa intransigente dos ativistas que utilizam a tática black bloc. Não me parece uma forma de atuação produtiva para a luta de classes, especialmente no contexto atual, na correlação de forças que temos no Brasil. Mas isso não quer dizer que a crítica deva ser feita em forma de ataque e de maneira enviesada, irresponsável. Essa análise também não pretendeu, em momento algum, que se diminua o peso da morte de Santiago. O que vemos como necessário é que não se afaste esse caso de seu contexto. Não se construa uma hierarquia de mortes que faça com que a exceção seja transformada em regra, a especulação transformada em verdade absoluta e a dúvida e a reflexão transformadas em silêncio."
65 anos, professor titular "sênior" do IFF (ex-CEFET-Campos, RJ) e engenheiro. Pesquisador atuante nos temas: Capitalismo de Plataformas; Espaço-Economia e Financeirização no Capitalismo Contemporâneo; Circuito Econômico Petróleo-Porto; Geopolítica da Energia. Membro da Rede Latinoamericana de Investigadores em Espaço-Economia: Geografia Econômica e Economia Política (ReLAEE). Espaço para apresentar e debater questões e opiniões sobre política e economia. Blog criado em 10 agosto de 2004.
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Um comentário:
Essa cidade sempre foi largada, totalmente abandonada e a cada dia piora, simplesmente não temos administração, um caos total. Vou citar alguns exemplo: as ruas que que são prolongamento da rua Formosa e Saldanha Marinho foram recapiadas a quase dois anos e até hoje não foram sinalizadas uma vez que a sinalização foi toda coberta, não se tem limite de pista direita e esquerda, não se sabe mais onde é mão única já que no prolongamento da Formosa a partir de um certo ponto se torna mão única (quem vem de fora se ferra nessa,nos cruzamentos destas vias com a rua Gilberto Cardoso vive acontecendo acidente, a marcação foi toda apagada, não tem placa, não se sabe que tem que parar, não se sabe quem está na preferência, sem falar que neste ponto existia um quebra molas que foi parcialmente coberto e não refeito podendo causar também acidente a um desavisado já que existe ali um semi quebra molas sem sinalização nem uma. Neste cruzamento creio que atendendo milhões de pedidos de semáforos já que o fluxo é muito grande foi colocado os suportes para os semáforos desde de o início do mês de dezembro porém até hoje não foram instalados, ou seja a esperança surgiu e porém... Outra caso mais inescapável foi o que aconteceu no bairro Novo Jockey, armou se um circo com picadeiro para inauguração de como foi anunciado 97 ruas pavimentadas, porém os palhaços foram os moradores, pois o que se fez foi um calçamento com pedras muito mal feito sem esgoto ou drenagem qualquer fluviais, os moradores continuam na lama ou no pó, no dia do circo foram até lá e pintaram alguns meio fios, fizeram faixa de pedestre e sinalizaram separação de pista porém só fizeram onde a prefeita passaria, podem ver que até umas três quadras da rua Rosa Montezano ( principal do bairro com um fluxo altíssimo) foi sinalizado porém o serviço ficou pelo meio não foi finalizado, uma verdadeira aberração, foi tudo só cenário, uma desgosto essa cidade.
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